- Nº 2405 (2020/01/3)

Natal em greve no entreposto Norte do LIDL

Trabalhadores

LUTA Os trabalhadores do centro logístico do LIDL em Ribeirão (Vila Nova de Famalicão) não aceitam a recusa patronal de discussão das suas reivindicações e fizeram três dias de greve.

No seu caderno reivindicativo para 2020, os trabalhadores daquele entreposto da cadeia de supermercados alemã incluíram exigências de aumento generalizado dos salários em 90 euros, pagamento do «subsídio de frio» a todos os trabalhadores que laboram em temperaturas controladas (refrigeradas) e reposição dos escalões retirados pela empresa, com uma recente reestruturação da carreira profissional (reclamando também, neste caso, o pagamento dos retroactivos).
Sucede que os representantes patronais, numa reunião sobre o caderno reivindicativo, recusaram discutir qualquer destas exigências.
Com esta explicação, o Sindicato do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) informou que deu seguimento às decisões dos trabalhadores, convocando greves de 24 horas para 23, 24 e 25 de Dezembro.
A luta teve grande adesão, informou o sindicato da CGTP-IN. No primeiro dia, sem estarem asseguradas as recepções de mercadorias, os camionistas regressaram à origem sem descarregar. No segundo dia, não houve qualquer circulação de camiões no entreposto.
«O LIDL deve ouvir as exigências dos trabalhadores e ponderar sobre as suas decisões, negociando com o CESP o caderno reivindicativo», insistiu o sindicato, no dia 24.
Quando anunciou esta greve, o CESP adiantou que «também nos restantes entrepostos e nas lojas LIDL os trabalhadores irão reunir em plenários para decidir formas de luta para exigir o aumento dos salários e a resposta às suas reivindicações.

Protestos no ALDI

Uma acção de protesto foi realizada pelo CESP junto à entrada do supermercado ALDI, em Coimbrões (Vila Nova de Gaia), no dia 18 de Dezembro. O sindicato acusou a empresa de, ao longo de vários meses, impedir a realização de plenários e de contactos de dirigentes com os trabalhadores.
Além do respeito pelos direitos e pela liberdade sindical, é exigido ao ALDI que cumpra o contrato colectivo de trabalho, pondo termo a «uma gestão de pessoal assente numa brutal exploração», e aumente os salários. A precariedade «abunda» e, «entre outros atropelos», «os trabalhadores da linha de caixa estão impedidos de se sentar, não tendo sequer cadeiras».

Repressão em Abrantes

Frente ao supermercado Modelo Continente, em Abrantes, o CESP levou a cabo, a 18 de Dezembro, uma acção de protesto e denúncia, dirigida aos clientes daquela loja do Grupo Sonae. A iniciativa foi antecedida de alertas junto do grupo, mas não surtiram efeito, «mantendo-se os comportamentos repressivos e atitudes impróprias com os trabalhadores, praticados diariamente pela direcção» do estabelecimento.
Por via de «ataques verbais de conteúdo ofensivo e humilhantes» e «actos mais subtis», numa prática «reiterada e com o objectivo ou o efeito de afectar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidativo, hostil, degradante, humilhante e desestabilizador», os dirigentes patronais procuram conduzir os trabalhadores «à desvinculação do posto de trabalho, através de despedimento voluntário», acusou o sindicato.