Oposição venezuelana deixa cair Guaidó

Juan Guaidó deixou de pre­sidir à As­sem­bleia Na­ci­onal da Re­pú­blica Bo­li­va­riana da Ve­ne­zuela no início desta se­mana. Re­corde-se que foi nesta con­dição que há cerca de um ano se au­to­pro­clamou «pre­si­dente in­te­rino» (a partir de uma lei­tura abu­siva da Cons­ti­tuição), cum­prindo um plano tra­çado pela ad­mi­nis­tração norte-ame­ri­cana para der­rubar as au­to­ri­dades le­gí­timas do país.

Pas­sado um ano, não só o plano cla­ra­mente fa­lhou como Guaidó perdeu o apoio de largos sec­tores da opo­sição ve­ne­zu­e­lana, que o acusam de cor­rupção. Foi pre­ci­sa­mente por saber de an­temão que não seria re­e­leito para pre­si­dente da­quele órgão (do­mi­nado pela opo­sição, no se­gui­mento das elei­ções de De­zembro de 2015) que pro­ta­go­nizou uma pa­té­tica en­ce­nação, pro­cu­rando fazer crer que es­tava a ser im­pe­dido de en­trar na As­sem­bleia, quando na ver­dade até o aguar­davam no in­te­rior.

Como pre­visto, re­a­lizou-se no dia 5, a eleição da junta di­rec­tiva da As­sem­bleia Na­ci­onal no pe­ríodo 2020-2021, com a pre­sença de 151 dos 167 de­pu­tados, su­pe­rando cla­ra­mente o quórum exi­gido, de 76. Da junta di­rec­tiva ces­sante, a quem cabia pre­sidir à sessão, es­tava em falta apenas um: pre­ci­sa­mente Juan Guaidó, que se en­con­trava do lado de fora. Foi daí que tentou fazer en­trar pela força os de­pu­tados ina­bi­li­tados pelo Su­premo Tri­bunal de Jus­tiça, que não par­ti­ci­param nas ses­sões du­rante todo o man­dato e cuja pre­sença nunca antes tinha sido exi­gida por Guaidó. Foram apenas estes – e não Guaidó – que es­tavam im­pe­didos de en­trar na As­sem­bleia. O resto foi en­ce­nação.

Pe­rante a au­sência do pre­si­dente ces­sante, foi de­sig­nado para compor a mesa o de­pu­tado mais velho e eleita por 81 votos a nova junta di­rec­tiva, com­posta por cinco de­pu­tados da opo­sição e pre­si­dida por Luís Parra, do par­tido Pri­meiro Jus­tiça.




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