FARC exige fim dos assassinatos de subscritores da paz na Colômbia

Mais de três anos de­pois da as­si­na­tura do Acordo de Paz entre o Es­tado co­lom­biano e as então FARC-EP (Forças Ar­madas Re­vo­lu­ci­o­ná­rias da Colômbia-Exér­cito Po­pular), o agora par­tido po­lí­tico exigiu o fim dos as­sas­si­natos de ex-guer­ri­lheiros e lí­deres so­ciais.

«O go­verno do pre­si­dente Iván Duque deve deixar de tor­pe­dear o Acordo de Paz, deve com­pro­meter-se a de­fender a vida, como exigem as pes­soas nas ruas. Hoje, uma das prin­ci­pais ban­deiras da mo­bi­li­zação so­cial é a de­fesa e im­ple­men­tação dos Acordos de Paz. O acordo não é só do par­tido FARC (Força Al­ter­na­tiva Re­vo­lu­ci­o­nária do Comum), o acordo é de todo o povo co­lom­biano», afirmou na se­gunda-feira, 27, em Bo­gotá, Ro­drigo Lon­doño (Ti­mo­chenko), pre­si­dente dessa for­mação po­lí­tica.

A re­con­ci­li­ação deve ser im­pul­si­o­nada pelo go­verno na­ci­onal para afastar a vi­o­lência do exer­cício da po­lí­tica, com o diá­logo e a acção da co­missão de ga­ran­tias vi­sando en­con­trar es­tra­té­gias para deter os as­sas­si­natos contra os que as­si­naram a paz, con­si­derou o líder da FARC.

No meio da per­sis­tente vi­o­lência que a Colômbia vive, o an­tigo pre­si­dente Er­nesto Samper, que ocupou aquele cargo entre 1994 e 1998, ex­pressou re­cen­te­mente que os crimes contra lí­deres so­ciais e ex-guer­ri­lheiros são crimes contra a paz. «O as­sas­si­nato dos des­mo­bi­li­zados das FARC segue uma ten­dência que po­deria chegar a igualar o ge­no­cídio da União Pa­trió­tica há uns anos. Cada líder so­cial e cada des­mo­bi­li­zado (ex-guer­ri­lheiros em pro­cesso de rein­cor­po­ração na vida civil) as­sas­si­nado é um novo as­sas­si­nato da paz», disse.

«Estão a as­sas­sinar os lí­deres so­ciais porque de­fendem o Acordo de Paz em ma­téria de terras, subs­ti­tuição de cul­turas ilí­citas e res­peito pelos di­reitos hu­manos. Querem acabar com este ge­no­cídio? Res­peitem os acordos ere­ac­tivem as ne­go­ci­a­ções com o ELN (Exér­cito de Li­ber­tação Na­ci­onal)», de­fendeu Samper.

Uma or­ga­ni­zação não-go­ver­na­mental co­lom­biana, o Ins­ti­tuto de Es­tudos para o De­sen­vol­vi­mento e a Paz (In­depaz), in­formou que 27 di­ri­gentes so­ciais e de­fen­sores dos di­reitos hu­manos foram mortos na Colômbia em 2020. Há também re­gisto do as­sas­si­nato de quatro ex-com­ba­tentes das FARC-EP.




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