Exemplos de solidariedade

Carlos Lopes Pereira

A União Afri­cana (UA) anun­ciou na terça-feira, 31, que os países do con­ti­nente con­fir­maram 5255 casos de in­fecção com o co­ro­na­vírus SARS-CoV-2, desde o início do surto pan­dé­mico. Se­gundo dados da UA, a COVID-19 foi já de­tec­tada em 49 dos 55 países mem­bros da or­ga­ni­zação, que neste com­bate en­frentam pro­blemas acres­cidos.

O di­rector-geral da Or­ga­ni­zação Mun­dial da Saúde (OMS), o etíope Te­dros Ghe­breyesus, sau­dando as me­didas to­madas pelos países afri­canos, lem­brou que em África é di­fícil manter nos do­mi­cí­lios cen­tenas de mi­lhares de pes­soas que, so­bre­tudo nas pe­ri­fe­rias das ci­dades, têm de tra­ba­lhar todos os dias para so­bre­viver e ga­rantir o sus­tento quo­ti­diano das fa­mí­lias. A OMS já tinha aler­tado para as di­fi­cul­dades no com­bate à pan­demia quando ela che­gasse a países com sis­temas de saúde frá­geis, como acon­tece com a ge­ne­ra­li­dade dos es­tados afri­canos.

A Etiópia, en­tre­tanto, propôs o es­ta­be­le­ci­mento de um fi­nan­ci­a­mento de emer­gência para en­frentar a COVID-19 em África, es­pe­rando que a ini­ci­a­tiva seja aten­dida pelos lí­deres do G-20. O pri­meiro-mi­nistro etíope, Abiy Ahmed, de­fendeu um pa­cote global de 150 mil mi­lhões de dó­lares. Pediu que o Banco Mun­dial preste ajuda su­ple­mentar ao sector da saúde e im­pul­sione as re­servas de di­visas dos países afri­canos. Exortou também a um maior apoio à OMS para que esta possa for­ta­lecer as ins­ti­tui­ções pú­blicas de saúde dos países afri­canos e for­necer-lhes equi­pa­mentos mé­dicos e de pro­tecção e testes para de­tecção do vírus. Su­geriu ainda apoio fi­nan­ceiro para as em­presas pri­vadas, de­vido à rup­tura das ca­deias de pro­dução, e que o Fundo Mo­ne­tário In­ter­na­ci­onal sa­tis­faça as ne­ces­si­dades ur­gentes da ba­lança de pa­ga­mentos dos países de baixos ren­di­mentos.

Ao di­vulgar este plano em Adis-Abeba, Abiy Ahmed re­alçou que os países afri­canos ne­ces­sitam de uma res­posta in­ter­na­ci­onal co­or­de­nada para mi­tigar os efeitos da pan­demia. Os de­sa­fios que se co­locam não podem ser abor­dados me­di­ante po­lí­ticas adop­tadas por um só país ou grupo de países, exigem ac­ções co­or­de­nadas glo­bal­mente, in­sistiu.

A UA, por in­ter­médio do pre­si­dente da Co­missão Afri­cana, Moussa Faki Mahamat, elo­giou os es­forços da Etiópia na pro­moção de ac­ções para evitar a pro­pa­gação da COVID-19 no con­ti­nente.

Mahamat agra­deceu ao go­verno etíope por fa­ci­litar a dis­tri­buição aos países afri­canos dos equi­pa­mentos mé­dicos do­ados pela com­pa­nhia chi­nesa de co­mércio elec­tró­nico Ali­baba. A Etiópia re­cebeu, pro­ce­dente de Guangzhou, ci­dade do Sul da China, 5,4 mi­lhões de más­caras fa­ciais, um mi­lhão de kits de testes, 40 mil trajes pro­tec­tores e 60 mil pro­tec­tores fa­ciais. Esse ma­te­rial está a ser trans­por­tado gra­tui­ta­mente pela Ethi­o­pian Air­lines para os es­tados mem­bros da UA.

Em tempos pe­ri­gosos para toda a hu­ma­ni­dade, são en­co­ra­ja­dores estes exem­plos de so­li­da­ri­e­dade da China com a África ou da Etiópia com os ou­tros países afri­canos. Exem­plos que vemos também quando mé­dicos cu­banos ou russos vão para a Itália e ou­tros países ajudar a com­bater a pan­demia ou quando a China au­xilia mais de uma cen­tena de na­ções em todo o mundo. Exem­plos que con­trastam com o au­mento da in­ge­rência be­li­cista e o in­cre­mento das me­didas co­er­civas uni­la­te­rais que o go­verno dos Es­tados Unidos impõe a Cuba, Ve­ne­zuela e ou­tros países, au­tên­ticos crimes de lesa-hu­ma­ni­dade, com­pro­vando a cru­el­dade da classe di­ri­gente es­tado-uni­dense e o seu des­prezo im­pe­rial pelo des­tino dos povos.




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