Governo não pode deixar populações sem urgências ou cuidados primários

SAÚDE En­cer­ra­mentos de ur­gên­cias no pe­ríodo noc­turno e acres­cidas di­fi­cul­dades no acesso a cui­dados de saúde pri­má­rios estão na base da apre­ensão e do pro­testo de or­ga­ni­za­ções do Par­tido.

A pan­demia está a re­alçar a im­por­tância de de­fender e in­vestir no SNS

Em co­mu­ni­cado di­vul­gado a se­mana pas­sada, a Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de San­tarém (DORSA) do PCP ma­ni­festou «a sua pre­o­cu­pação e re­púdio quanto ao en­cer­ra­mento noc­turno do Ser­viço de Ur­gência bá­sica dos hos­pi­tais de Tomar e Torres Novas» e «exige que o Go­verno tome as me­didas ne­ces­sá­rias e ime­di­atas com vista a re­verter esta de­cisão».

Os co­mu­nistas es­ca­la­bi­tanos sus­tentam a rei­vin­di­cação no facto de «a área de in­ter­venção dos três hos­pi­tais que in­te­gram o Centro Hos­pi­talar do Médio Tejo [con­tem­plar] uma po­pu­lação na ordem dos 247 mil ha­bi­tantes e uma dis­persão ge­o­grá­fica acen­tuada, a que se as­socia o facto de ser ex­pec­tável uma maior afluência de casos de COVID-19, a partir dos pró­ximos dias, no hos­pital de Abrantes», sendo, por isso «evi­dente que a res­posta do ser­viço de ur­gência deste hos­pital será in­su­fi­ci­ente, pondo em causa os cui­dados de saúde a prestar».

A DORSA su­blinha que são com­pre­en­sí­veis «me­didas de re­or­ga­ni­zação dos ser­viços de saúde», con­tudo re­clama que tal seja feito «sempre no sen­tido do seu re­forço e da ga­rantia de pre­ser­vação das ca­pa­ci­dades de res­posta di­ver­si­fi­cada, e não numa linha de mero en­cer­ra­mento de va­lên­cias e uni­dades», pelo que, in­siste, «é in­dis­pen­sável que o Go­verno pro­cure o re­forço das equipas mé­dicas, de en­fer­magem e de outro pes­soal de saúde» e tome «todas as me­didas ne­ces­sá­rias para im­pedir o en­cer­ra­mento do Ser­viço de Ur­gência dos hos­pi­tais de Tomar e de Torres Novas no pe­ríodo noc­turno».

Com se­me­lhante ce­nário con­frontam-se os utentes da Ur­gência Pe­diá­trica do Hos­pital Ama­dora-Sintra, si­tu­ação que a Co­missão Con­ce­lhia de Sintra de­nuncia que «não pro­tege as cri­anças e jo­vens de Sintra e da Ama­dora» e re­pudia que aquele ser­viço feche quando é mais ne­ces­sário.

Para o Par­tido, a pan­demia e as ne­ces­si­dades de res­posta vêm, aliás, mos­trar, a im­por­tância de de­fender e in­vestir no Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, bem como da po­pu­lação do con­celho de Sintra ser ser­vida por um novo hos­pital pú­blico «com 300 camas e do­tado de todas as va­lên­cias ne­ces­sá­rias à pres­tação de cui­dados de saúde», como há anos vem sendo «rei­vin­di­cado pela po­pu­lação e pro­posto pelo PCP», lem­bram.

Re­forçar
não é subs­ti­tuir

No Sa­mouco, a Co­missão de Fre­guesia do PCP ex­pressa-se «bas­tante apre­en­siva com as di­fi­cul­dades de acesso da po­pu­lação a cui­dados de saúde pri­má­rios, uma vez que a Ex­tensão do Centro de Saúde de Al­co­chete no Sa­mouco foi con­ver­tida em Área De­di­cada para COVID-19», fi­cando por saber «de que forma serão pres­tados os cui­dados pri­má­rios de saúde não re­la­ci­o­nados com o vírus».
Os co­mu­nistas não ig­noram «a ne­ces­si­dade de criar estes cen­tros de aten­di­mento, em ex­clu­sivo ou com cir­cuitos in­de­pen­dentes», con­tudo tal não pode deixar de­sam­pa­rada uma po­pu­lação «mai­o­ri­ta­ri­a­mente en­ve­lhe­cida, muitos pa­de­cendo de do­enças cró­nicas e com di­fi­cul­dades de des­lo­cação».

Já em Águeda, a Co­missão Con­ce­lhia do PCP re­cebeu com «pro­funda pre­o­cu­pação» a res­posta do Go­verno à sua per­gunta sobre a in­tenção de pro­ceder de­fi­ni­ti­va­mente ao en­cer­ra­mento da Ex­tensão de Saúde de Be­la­zaima do Chão, uma vez que desde Ou­tubro do ano pas­sado não foi «en­con­trada uma so­lução para a con­tra­tação de um mé­dico de fa­mília.
O Mi­nis­tério da Saúde «nada adi­anta quanto à con­tra­tação do mé­dico de fa­mília e in­siste que o acesso à pres­tação de cui­dados de saúdes pri­má­rios da po­pu­lação de Be­la­zaima do Chão, Cas­ta­nheira do Vouga e Agadão en­contra-se as­se­gu­rado na sede da UCSP Águeda II (centro de saúde de Águeda), mas para o PCP esta «não é uma real so­lução, pois sig­ni­fica uma des­lo­cação de pelo menos 14km numa re­a­li­dade em que não existe uma rede de trans­portes pú­blicos capaz».





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