Adeus a Luis Sepúlveda

O es­critor chi­leno Luis Se­púl­veda morreu, no dia 16 de Abril, aos 70 anos. Estava in­ter­nado desde fi­nais de Feve­reiro num hos­pital de Oviedo, Es­panha, onde foi di­ag­nos­ti­cado com a COVID-19. Os pri­meiros sin­tomas ocor­reram du­ranteFes­tival Lite­rário Cor­rentes d’Es­critas, na Póvoa de Varzim.

Luis Se­púl­veda, que nasceu no Chile a 4 de Outubro de 1949, es­treou-se nas le­tras em 1969, com «Cró­nicas de Pi­edro Nadie» (Cró­nicas de Pedro Nin­guém), dando início a uma bi­bli­o­grafia de mais de 20 tí­tulos, que in­clui obras como «O Velho que Lia Ro­mances de Amor» e «His­tória de Uma Gai­vota e do Gato que a En­sinou a Voar».

O es­critor tem toda a obra pu­bli­cada em Por­tugal – al­guns tí­tulos estão in­te­grados no Plano Na­ci­onal de Lei­tura –, e era pre­sença re­gular em eventos li­te­rá­rios no País.

A Fun­dação José Sa­ra­mago re­cordou a re­lação de ami­zade, so­li­da­ri­e­dade e ca­ma­ra­dagem que existiu entre os dois es­cri­tores. Numa nota de pesar pu­bli­cada no Twitter é ainda acres­cen­tada uma fo­to­grafia dos dois es­cri­tores juntos e de uma carta, da­tada de 2001, en­de­re­çada a Luis Se­púl­veda por José Sa­ra­mago, a partir de Lan­za­rote, onde vivia.

Nessa mis­siva, em que Sa­ra­mago se di­rige a Se­púl­veda como «que­rido amigo», o es­critor por­tu­guês alude a per­se­gui­ções de que o autor chi­leno era ví­tima, des­ta­cando que a li­ber­dade é o «único su­premo valor» para es­cri­tores como eles.

«A luta pela li­ber­dade é a única que nunca se aca­bará porque sempre es­tarão à es­preita os ini­migos dela e da­queles, como nós, que a con­si­deram o único su­premo valor. Estou ao teu lado nesta hora em que és alvo de per­se­gui­ções que al­guma vez, in­ge­nu­a­mente, pen­sámos ser coisa do pas­sado, ir­re­pe­tível num tempo em que tanto se fala de di­reitos hu­manos. Mas, como sa­bemos, os di­reitos hu­manos não se cum­prem, e são exemplo disso pre­ci­sa­mente aqueles que te atacam», es­creveu José Sa­ra­mago a Luis Se­púl­veda.



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