MAIO DE LUTA E CONFIANÇA
«Forte afirmação dos valores de Abril»
As comemorações do 25 de Abril foram este ano condicionadas pelo surto epidemiológico da COVID-19, com as suas consequências na saúde dos portugueses, o seu impacto nos planos económico e social e o aproveitamento que dele está a fazer o grande capital para aprofundar a exploração.
Esta situação impôs por isso mesmo uma forma diferente de comemorar a Revolução de Abril que, apesar das tentativas reaccionárias de a impedir, incluíram a sessão solene na Assembleia da República. As comemorações integraram iniciativas promovidas por diversas autarquias, pelo movimento sindical unitário e por estruturas do movimento associativo e popular e tiveram um momento particularmente significativo quando pelas 15 horas se cantou a Grândola e o Hino Nacional às janelas em milhares de localidades por todo o País. Foi a expressão uníssona da vontade do povo português que, desta forma, quis afirmar, mais uma vez, a actualidade e vitalidade dos seus valores e dos seus ideais de liberdade, emancipação social e independência nacional.
Foi a afirmação de que é pelos caminhos de Abril, reforçando o SNS, que se pode combater o vírus e defender a saúde do povo português; de que é também com Abril que se defendem salários, emprego e direitos; de que é com Abril que se apoiam os micro, pequenos e médios empresários; que é igualmente com Abril que se defendem os serviços públicos, a cultura, a produção nacional, a soberania e o progresso social.
Também o 1.º de Maio este ano vai ser assinalado como jornada de luta dos trabalhadores, em condições diferentes, respeitando os mesmos critérios de protecção e distanciamento sanitário e no momento em que se exerce grande pressão sobre os direitos dos trabalhadores. Por isso mesmo, o 1.º de Maio vai ser uma jornada de luta que, acautelando as medidas de saúde necessárias, representará uma resposta firme e combativa aos centros do grande capital que, aproveitando a circunstância, tudo fazem para atacar os trabalhadores, os seus direitos, salários, vínculos, horários, condições de trabalho, higiene, segurança e saúde, tendo por objectivo o brutal agravamento da exploração.
Do mesmo modo que se empenhou na organização e realização das comemorações do 25 de Abril, batendo-se para que os seus valores se traduzam num programa político concreto, patriótico e de esquerda, dando expressão ao conjunto das dimensões da democracia de Abril, simultaneamente política, económica, social e cultural, neste 1.º de Maio, o PCP reafirma a importância da resistência e da luta, da valorização do trabalho e dos trabalhadores, para a melhoria das suas condições de vida e como elemento central do desenvolvimento e do futuro do País.
Como sublinhou o Secretário-geral do PCP na sua declaração sobre o 1.º de Maio, «este é um tempo de resistência e de luta, face ao que aí está e ao que aí vem. O 1º de Maio é um marco de afirmação e luta. Aqueles que estarão nos locais indicados pela CGTP-IN, respeitando os critérios de protecção e distanciamento sanitário, darão directamente voz às preocupações e reivindicações dos trabalhadores. Milhões de trabalhadores e reformados associam-se solidariamente a partir dos locais de trabalho e das zonas de residência, dando a resposta que se impõe ao grande capital e aos seus representantes e propagandistas que querem calar os trabalhadores para impôr o esmagamento dos seus direitos e condições de vida.»
É desta forma inigualável que o Partido Comunista Português desenvolve a sua intervenção, sempre com os trabalhadores e com o povo, defendendo intransigentemente os seus interesses de classe, estimulando a luta pelos seus direitos e pela alternativa, no quadro mais profundo da luta por uma democracia avançada vinculada aos valores de Abril, inserida no processo da construção de uma sociedade nova sem exploradores nem explorados.
Este é o Partido Comunista Português preparado para responder por estes objectivos em todas as circunstâncias, cumprindo o seu papel mesmo nas condições mais exigentes e difíceis, assegurando o seu funcionamento, tomando a iniciativa, reforçando a sua organização, acautelando as imprescindíveis condições de independência financeira em que se integra o pagamento/recebimento das quotizações, a campanha nacional de fundos «o futuro tem partido» inserido nas comemorações do seu centenário, mas igualmente, o recrutamento, o levantamento e responsabilização de quadros, a distribuição do Avante! e a preparação do XXI Congresso.
Pela sua história, pela sua acção, pelo seu ideal e projecto, comprova-se, como a vida está mais uma vez a demonstrar, que o PCP é um partido necessário, indispensável e insubstituível. E é, por isso mesmo que é preciso reforçá-lo, para que possa cumprir em todas as circunstâncias o seu papel ao serviço dos trabalhadores e do povo, na luta confiante por um Portugal com futuro.