Séc. VII – Hôtel-Dieu de Paris

Feito para re­fúgio de in­di­gentes e en­fermos, o Hôtel-Dieu de Paris (Al­bergue de Deus) é um dos hos­pi­tais mais an­tigos do mundo e foi, até à Re­nas­cença, o único hos­pital pa­ri­si­ense intra-muros. A sua his­tória co­meça na Idade Média, quando o bispo Landry, tido como santo pela Igreja Ca­tó­lica, o de­dica a São Cris­tóvão. Como era uso na época, o Hôtel-Dieu ofe­rece co­mida e abrigo aos po­bres, para além de cui­dados mé­dicos. O es­ta­be­le­ci­mento per­ma­nece nas mãos da Igreja du­rante vá­rios sé­culos, mas com a Re­vo­lução (1789-1799) passa a vi­gorar o prin­cípio da lai­ci­dade e os hos­pi­tais ficam na al­çada dos mu­ni­cí­pios ou do Es­tado. Após vá­rios in­cên­dios e obras de re­cons­trução, em 1877 o es­paço do Hôtel-Dieu é con­si­de­rado exíguo e pouco sa­lubre. Novas ins­ta­la­ções são cons­truídas nas pro­xi­mi­dades, junto da ca­te­dral de Notre-Dame. A pres­tação de cui­dados de saúde pro­fis­si­o­na­liza-se e os hos­pi­tais tornam-se lo­cais de trans­missão de saber, pas­sando, a partir de fi­nais de 1801, a ser clas­si­fi­cados em função da sua es­pe­ci­a­li­zação. Vin­cu­lado ac­tu­al­mente à Fa­cul­dade de Me­di­cina Paris-Des­cartes, o Hôtel-Dieu acolhe também um hotel tu­rís­tico. Em 2019, parte do es­paço do Al­bergue de Deus foi ce­dido a um pro­motor imo­bi­liário, por 80 anos, a troco de 144 mi­lhões de euros.