A LUTA ORGANIZADA É O CAMINHO

 


«1.º de Maio – ex­tra­or­di­nária ma­ni­fes­tação de força e con­fi­ança»

Res­pon­dendo ao apelo e sob con­vo­cação da CGTP-IN, a jor­nada de luta do 1.º de Maio, com a sua mar­cante ex­pressão de rua, ga­ran­tidas as ne­ces­sá­rias me­didas de pro­tecção de saúde e dis­tan­ci­a­mento sa­ni­tário, as­sumiu este ano um par­ti­cular sig­ni­fi­cado e uma acres­cida im­por­tância.

De facto, em 27 lo­ca­li­dades do nosso País, por di­reito e por dever, di­ri­gentes, de­le­gados e ac­ti­vistas sin­di­cais ocu­param, sim­bo­li­ca­mente, a praça pú­blica para co­me­morar o 1.º de Maio, num mo­mento de grande com­ple­xi­dade que se vive no País e no mundo. Trata-se de uma si­tu­ação que não dei­xando de ins­pirar cui­dados a todos, atinge de forma par­ti­cular os tra­ba­lha­dores, exac­ta­mente aqueles que estão na linha da frente do com­bate ao vírus, as­se­gu­rando os ser­viços pú­blicos, a pro­dução de bens e ser­viços es­sen­ciais entre muitas ou­tras fun­ções in­dis­pen­sá­veis. No en­tanto, são esses mesmos tra­ba­lha­dores que, si­mul­ta­ne­a­mente, estão a ser afec­tados pela ofen­siva que o grande ca­pital, a pre­texto da COVID-19, de­sen­ca­deou contra os seus di­reitos e que se tem vindo a agravar no re­curso ao lay-off, ataque aos sa­lá­rios, eli­mi­nação de postos de tra­balho, des­pe­di­mentos e des­re­gu­lação de ho­rá­rios de tra­balho.

No ano em que se as­si­nalam os 130 anos do 1.º de Maio e os 50 anos da CGTP-IN, esta foi uma grande jor­nada de luta que con­tra­riou todos aqueles que, sob a ba­tuta do grande ca­pital, dos seus re­pre­sen­tantes po­lí­ticos e dos prin­ci­pais ór­gãos da co­mu­ni­cação so­cial – os mesmos que ten­taram im­pedir o acto so­lene de co­me­mo­ra­ções do 25 de Abril na As­sem­bleia da Re­pú­blica – tudo fi­zeram para im­pedir que o 1.º de Maio as­su­misse ex­pressão de rua. Sa­biam que, se con­se­guissem im­pedir que o mo­vi­mento sin­dical uni­tário trou­xesse à rua a voz do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores na afir­mação das suas rei­vin­di­ca­ções, na de­núncia dos pro­blemas que estão a viver, nas pro­postas que têm para o de­sen­vol­vi­mento do País, te­riam con­se­guido tirar ao 1.º de Maio uma im­por­tante di­mensão.

Foi por isso uma jor­nada que, pelo seu al­cance e sig­ni­fi­cado, apesar dos con­di­ci­o­na­lismos de saúde a que es­teve su­jeita, pode ser con­si­de­rada entre as mais sig­ni­fi­ca­tivas jor­nadas de luta do 1º de Maio re­a­li­zadas no País, quer pelos seus con­teúdos rei­vin­di­ca­tivos, quer pela or­ga­ni­zação e dis­ci­plina re­gis­tadas. E foi, ao mesmo tempo, uma ex­tra­or­di­nária ma­ni­fes­tação de con­fi­ança na luta or­ga­ni­zada pela res­posta ur­gente às rei­vin­di­ca­ções con­cretas e ime­di­atas dos tra­ba­lha­dores.

Foi uma jor­nada de luta onde foi cla­ra­mente afir­mado que os tra­ba­lha­dores re­jeitam a po­lí­tica da ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento, de cortes nos sa­lá­rios e atro­pelo aos di­reitos; que afirmou que a CGTP-IN está na linha da frente da de­fesa da saúde e dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores, pelo em­prego, pelos sa­lá­rios, pelos ser­viços pú­blicos; em de­fesa dos va­lores de Abril e da Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa, re­jei­tando as de­si­gual­dades, por um Por­tugal de­sen­vol­vido e so­be­rano.

Mas foi também uma jor­nada em que os tra­ba­lha­dores por­tu­gueses or­ga­ni­zados em torno da sua cen­tral sin­dical, a CGTP-IN, se com­pro­me­teram a re­forçar a uni­dade, a de­sen­volver a luta e a dar mais força aos sin­di­catos, para ga­rantir a va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­dores e res­postas aos pro­blemas do povo e do País.

Esti­mu­lando a luta dos tra­ba­lha­dores, con­tri­buindo para o re­forço da sua uni­dade e or­ga­ni­zação em torno da CGTP-IN, o PCP saudou os tra­ba­lha­dores por­tu­gueses e a CGTP-IN pelo êxito desta jor­nada pelo seu pro­fundo sig­ni­fi­cado na uni­dade, or­ga­ni­zação e luta dos tra­ba­lha­dores por­tu­gueses pelas suas rei­vin­di­ca­ções e que não é dis­so­ciável da luta por uma outra po­lí­tica, uma po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda que dê cen­tra­li­dade à va­lo­ri­zação do tra­balho e dos tra­ba­lha­doras, pro­mova o em­prego com di­reitos, de­fenda a pro­dução na­ci­onal e as­se­gure o nosso de­sen­vol­vi­mento so­be­rano.

É neste quadro de in­ter­venção, com todos os grandes de­sa­fios que temos pela frente que se re­a­firma que a luta or­ga­ni­zada é o ca­minho, que é pre­ciso di­na­mizar a acção de massas, que é pre­ciso va­lo­rizar a uni­dade e or­ga­ni­zação dos tra­ba­lha­dores em torno do seu mo­vi­mento sin­dical uni­tário; que é pre­ciso am­pliar a uni­dade e con­ver­gência com de­mo­cratas e pa­tri­otas na luta por uma po­lí­tica al­ter­na­tiva que ga­ranta um Por­tugal com fu­turo. Mas, em si­mul­tâneo, é ne­ces­sário ter pre­sente a cru­cial im­por­tância que terá sempre o re­forço do Par­tido, dando con­cre­ti­zação às ori­en­ta­ções de tra­balho e pri­o­ri­dades de­fi­nidas.