Embaixada de Cuba em Washington atacada

TER­RO­RISMO Um in­di­víduo, en­tre­tanto de­tido pela po­lícia, atacou a tiro o ex­te­rior da em­bai­xada de Cuba em Washington. Ha­vana res­pon­sa­bi­liza a re­tó­rica agres­siva da Casa Branca e lembra an­te­ce­dentes de hos­ti­li­dade contra di­plo­matas cu­banos nos EUA.

Cuba re­a­firma que não se in­ti­mida pe­rante ac­ções ter­ro­ristas

O pre­si­dente Mi­guel Diáz-Canel afirmou que Cuba não se in­ti­mida, numa alusão ao re­cente ataque contra a em­bai­xada cu­bana em Washington. «Os actos ter­ro­ristas não des­truirão o valor le­gado pelos nossos he­róis», es­creveu Díaz-Canel no Twitter. E mais: «Cuba não se in­ti­mida, Cuba não se rende».

«Lem­brem-se de Abril», acres­centou o chefe do Es­tado cu­bano, par­ti­lhando na rede so­cial um ar­tigo do Granma em que se re­cordam ac­ções hostis dos EUA contra Cuba, como a in­vasão da Baía dos Porcos, em Abril de 1961, uma ope­ração or­ga­ni­zada pela CIA e der­ro­tada pelas forças cu­banas.

No dia 30 do mês findo, um in­di­víduo atacou a tiro de fuzil de as­salto o ex­te­rior da em­bai­xada de Cuba em Washington. Na al­tura, en­con­travam-se na sede di­plo­má­tica uma de­zena de fun­ci­o­ná­rios cu­banos. Não se re­gis­taram fe­ridos mas apenas danos ma­te­riais.

O ataque ter­ro­rista foi con­de­nado por Cuba e em vá­rios países do mundo, in­cluindo os EUA, por or­ga­ni­za­ções so­ciais, in­cluindo re­li­gi­osas, par­tidos e per­so­na­li­dades.

A re­pre­sen­tante per­ma­nente de Ha­vana na ONU, Ana Ro­drí­guez, re­alçou que é res­pon­sa­bi­li­dade dos EUA pro­teger os di­plo­matas acre­di­tados no país, pe­dindo uma in­ves­ti­gação ao ataque.

O mi­nistro cu­bano dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Bruno Ro­drí­guez, de­nun­ciou que o acto contra a re­pre­sen­tação di­plo­má­tica na ca­pital norte-ame­ri­cana foi en­co­ra­jada pela re­tó­rica agres­siva da Casa Branca e de altos di­ri­gentes norte-ame­ri­canos. «A agressão à em­bai­xada de Cuba nos EUA foi alen­tada pela cres­cente re­tó­rica em que estão en­vol­vidos de forma pú­blica e sis­te­má­tica o se­cre­tário de Es­tado norte-ame­ri­cano [Mike Pompeo] e ou­tros altos fun­ci­o­ná­rios desse de­par­ta­mento», afirmou Ro­drí­guez.

O mi­nistro cu­bano, num en­contro com a en­car­re­gada de ne­gó­cios norte-ame­ri­cana em Ha­vana, Mara Te­kach, men­ci­onou a exis­tência de graves an­te­ce­dentes his­tó­ricos de actos vi­o­lentos e hostis, in­cluindo ac­ções ter­ro­ristas, contra di­plo­matas cu­banos des­ta­cados nos EUA, tanto na em­bai­xada como na re­pre­sen­tação per­ma­nente junto das Na­ções Unidas.

PCP re­pudia ataque à Em­bai­xada
de Cuba nos EUA

Em carta di­ri­gida ao Par­tido Co­mu­nista de Cuba, o PCP ex­pressou o mais firme re­púdio pelo ataque de que foi alvo a Em­bai­xada da Re­pú­blica de Cuba nos Es­tados Unidos da Amé­rica.

Con­si­de­rando que os dis­paros contra a re­pre­sen­tação di­plo­má­tica cu­bana em Washington cons­ti­tuem um grave e ina­cei­tável acto de agressão, o PCP afirmou «que é exi­gido à Ad­mi­nis­tração dos EUA a to­mada de efec­tivas me­didas que ga­rantam as suas obri­ga­ções quanto à pro­tecção das mis­sões di­plo­má­ticas, no res­peito pelo di­reito in­ter­na­ci­onal e, no­me­a­da­mente, da Con­venção de Viena. Da mesma forma, é exi­gida uma rá­pida e con­clu­siva in­ves­ti­gação de forma a de­ter­minar as res­pon­sa­bi­li­dades por este novo acto vi­o­lento contra Cuba».

De­nun­ci­ando e con­de­nando a es­piral agres­siva e in­ter­ven­ci­o­nista da Ad­mi­nis­tração Trump contra os povos da Amé­rica La­tina e das Ca­raíbas e, em par­ti­cular, a in­ten­si­fi­cação das me­didas contra a so­be­rania e in­de­pen­dência de Cuba, o PCP re­a­firmou igual­mente «a exi­gência do fim ime­diato do cri­mi­noso blo­queio eco­nó­mico, fi­nan­ceiro e co­mer­cial im­posto há quase 60 anos pelo im­pe­ri­a­lismo norte-ame­ri­cano contra Cuba e o povo cu­bano».

Sau­dando o Par­tido Co­mu­nista de Cuba e o povo cu­bano, o PCP rei­terou «a so­li­da­ri­e­dade de sempre com a Re­vo­lução Cu­bana e a he­róica re­sis­tência do povo cu­bano em de­fesa da sua pá­tria livre e do di­reito so­be­rano de de­cidir do seu des­tino e de pros­se­guir o ca­minho da cons­trução do so­ci­a­lismo e da so­li­da­ri­e­dade com os povos da Amé­rica La­tina e das Ca­raíbas e de todo o mundo».




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