1770 – Nasce Hölderlin, o poeta louco

Fri­e­drick Höl­derlin, poeta, ro­man­cista, dra­ma­turgo e fi­ló­sofo alemão con­si­de­rado um dos grandes es­cri­tores do Ro­man­tismo, nasceu em Tu­binga, ci­dade fa­mosa pela sua uni­ver­si­dade, onde es­tudou te­o­logia e con­tactou com os fi­ló­sofos Hegel e Schel­ling. Em vez de de­dicar-se à Igreja, Höl­derlin opta pelo es­tudo das hu­ma­ni­dades e ganha a vida como pre­ceptor de cri­anças de fa­mí­lias no­bres e bur­guesas. Ins­tala-se em Jena, na Tu­ríngia, e entra no cír­culo de es­cri­tores e fi­ló­sofos em voga, como Fi­chte, Go­ethe ou o dra­ma­turgo Fri­e­de­rick Schiller. O Ro­man­tismo dava os pri­meiros passos numa Eu­ropa ainda cul­tu­ral­mente vin­cu­lada ao Clas­si­cismo, e Höl­derlin adere ao mo­vi­mento, iden­ti­fi­cando-se com a visão do mundo cen­trada no in­di­víduo, nos seus dramas e amores trá­gicos, em opo­sição ao ra­ci­o­na­lismo e ao ilu­mi­nismo. Um amor cor­res­pon­dido mas im­pos­sível com uma mu­lher ca­sada, Su­sette Gon­tard, a «Di­o­tima» dos seus po­emas, abala a pre­cária sa­ni­dade mental de Höl­derlin, que não re­siste à morte da amada, em 1806. É in­ter­nado numa clí­nica em Tu­binga, de onde é res­ga­tado por um ad­mi­rador da sua obra, Ernst Zimmer, que o acolhe em casa. Con­fi­nado numa torre du­rante 36 anos, aí es­creve sob o pseu­dó­nimo de Scar­da­nelli, o seu alter ego, os cha­mados «Po­emas da lou­cura». Morreu em 1843.