Anexar territórios da Cisjordânia seria consagrar a ocupação e o apartheid em Israel

REJEIÇÃO O go­verno de Is­rael pla­neia anexar cerca de um terço do ter­ri­tório pa­les­ti­niano da Cis­jor­dânia a partir de 1 de Julho. Mi­lhares de pes­soas ma­ni­fes­taram-se em Te­la­vive contra o plano, de­nun­ciado como ins­ti­tu­ci­o­na­li­zação da ocu­pação edo apartheid.

Ane­xação é um crime de guerra, contra a paz,contra os povos do Médio Ori­ente e, par­ti­cu­lar­mente, contra o povo pa­les­ti­niano

Vá­rios mi­lhares de pes­soas ma­ni­fes­taram-se no dia 6, em Te­la­vive, para ex­pressar a sua re­jeição contra os planos do go­verno do pri­meiro-mi­nistro Ben­jamin Ne­tanyahu de anexar ter­ri­tó­rios pa­les­ti­ni­anos na Cis­jor­dânia ocu­pada, a partir de 1 de Julho. «Não à ane­xação, não à ocu­pação, sim à paz e à de­mo­cracia», foi uma das pa­la­vras de ordem en­to­adas pelos ma­ni­fes­tantes, muitos dos quais em­pu­nhavam ban­deiras pa­les­ti­ni­anas ou is­ra­e­litas.

Ne­tanyahu, com o apoio do pre­si­dente dos EUA, Do­nald Trump, pre­tende anexar ex­tensas partes da Cis­jor­dânia ocu­pada, um plano re­jei­tado fir­me­mente pelos pa­les­ti­ni­anos e também pelas Na­ções Unidas.

A con­cen­tração, na Praça Rabin, na ca­pital is­ra­e­lita, foi or­ga­ni­zada por ini­ci­a­tiva do Ha­dash (Frente De­mo­crá­tica para a Paz e a Igual­dade) e pelo Par­tido Co­mu­nista de Is­rael e in­cluía par­ti­ci­pantes de nu­me­rosas or­ga­ni­za­ções. Os ma­ni­fes­tantes res­pei­taram as re­co­men­da­ções das au­to­ri­dades sa­ni­tá­rias por causa da pan­demia de COVID-19, usando más­caras e man­tendo o dis­tan­ci­a­mento fí­sico. Se­gundo o jornal Ha­a­retz, que es­timou em 6000 o nú­mero de pes­soas que par­ti­ci­param na ini­ci­a­tiva, este foi o mais im­por­tante mo­vi­mento de pro­testo re­a­li­zado desde o início da pan­demia.

Paz e jus­tiça

Ayman Odeh, nú­mero um da Lista Árabe Unida, usou da pa­lavra, mas através de um vídeo, por estar de qua­ren­tena. Apelou a todos os ju­deus e árabes que pro­curam paz e jus­tiça a opor-se ao plano de Ne­tanyahu, que prevê fazer aplicar a so­be­rania de Is­rael a mais de 30 por cento do ter­ri­tório da Cis­jor­dânia. «A ane­xação é o apartheid», re­sumiu.

O de­pu­tado Nitzan Ho­rowitz, líder do Me­retz, fa­lando aos ma­ni­fes­tantes, afirmou que a ane­xação seria «um crime de guerra, um crime contra a paz, um crime contra a hu­ma­ni­dade, um crime que pro­vo­cará uma he­ca­tombe» e que cus­taria mi­lhões a Is­rael, numa al­tura em que a eco­nomia sofre os efeitos da pan­demia.




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