Festa do Avante! - estímulo à fruição da cultura e da vida

Alexandre Araújo (Membro do Secretariado)

A Festa as­sume este ano uma im­por­tância ainda maior na va­lo­ri­zação do con­vívio, das artes e da cul­tura

A Festa do Avante! é desde 1976 a maior ini­ci­a­tiva po­lí­tica cul­tural que se re­a­liza no nosso País, as­su­mindo este ano ainda uma maior im­por­tância na va­lo­ri­zação do con­vívio, das artes e da cul­tura, da in­ter­venção e da luta.

Num tempo em que à sombra e a co­berto do vírus se pro­cura atacar os di­reitos e as li­ber­dades, au­mentar a ex­plo­ração de quem tra­balha, cri­mi­na­lizar e es­tig­ma­tizar quem re­siste e luta, li­mitar as re­la­ções so­ciais e isolar o in­di­víduo das suas re­la­ções so­ciais, não se ima­gi­naria que este Par­tido fi­zesse como os ou­tros, anulasse a sua in­ter­venção e ac­ti­vi­dade, aban­do­nasse a pri­meira linha da luta pela de­fesa dos di­reitos em que sempre es­teve, e não fi­zesse tudo o que está ao seu al­cance para re­a­lizar a Festa do Avante!.

Não se ima­gi­naria que este Par­tido, que nunca se deixou in­ti­midar, ao longo dos seus quase 100 anos, que sempre afirmou e re­cusou pa­ra­lisar a sua ac­ti­vi­dade, fossem quais fossem as cir­cuns­tân­cias em que ti­vesse de in­tervir, que teve um papel es­sen­cial na di­na­mi­zação da luta em de­fesa dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções, não fi­zesse a sua parte para re­a­lizar a Festa do Avante!, grande festa da ju­ven­tude, dos tra­ba­lha­dores e do povo.

Este é o Par­tido que desde sempre se tem ba­tido pela de­fesa dos ser­viços pú­blicos, em par­ti­cular do SNS e pela saúde dos por­tu­gueses, que mais se tem ba­tido pelos di­reitos de quem tra­balha ou tra­ba­lhou e pelo pro­gresso so­cial e me­lhoria das con­di­ções de vida, e não se ima­gi­naria que fosse ir­res­pon­sável e não acau­te­lasse todas as me­didas de pro­tecção e co­lo­casse em risco a saúde pú­blica.

Ao Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês o que é exi­gido, é lutar e exigir que a par das me­didas de pre­venção e mi­ti­gação, que em tantos casos não se ve­ri­ficam, dos trans­portes pú­blicos às con­di­ções de tra­balho em tantas em­presas, é fazer a pe­da­gogia a todos os ní­veis da ne­ces­si­dade de pro­tecção, mas também da ne­ces­si­dade da di­na­mi­zação da ac­ti­vi­dade eco­nó­mica e so­cial, cul­tural e des­por­tiva, do lazer e do con­vívio que são fun­da­men­tais para a vida, a saúde e o bem-estar dos por­tu­gueses.

Ao PCP o que é exi­gido é que a ex­pressão da so­li­da­ri­e­dade ne­ces­sária com os tra­ba­lha­dores atin­gidos pelo de­sem­prego, pelo lay-off, pela quebra de sa­lá­rios e ren­di­mentos, pelo ataque aos seus di­reitos; com os tra­ba­lha­dores da cul­tura e com os ar­tistas im­pe­didos de exercer a sua ac­ti­vi­dade, muito para além das me­didas ne­ces­sá­rias à con­tenção da epi­demia pela au­sência de uma po­lí­tica pú­blica para a cul­tura, é que não baixe os braços e pa­ra­lise a sua ac­ti­vi­dade, mas antes re­dobre os seus es­forços e use todas as suas ener­gias para a di­na­mi­zação da fruição da cul­tura e da vida e neste quadro re­a­lize a Festa do Avante!.

O su­ple­mento do Avante! de hoje dá lar­ga­mente nota sobre a Festa do Avante!, do seu pro­jecto e das al­te­ra­ções ve­ri­fi­cadas, do seu fun­ci­o­na­mento, ser­viços e me­didas adop­tadas para ga­rantir as con­di­ções ade­quadas aos seus vi­si­tantes, do seu pro­grama di­ver­si­fi­cado, que no plano dos es­pec­tá­culos será cen­trado na mú­sica por­tu­guesa, que im­porta di­vulgar e va­lo­rizar.

A de­ter­mi­nação para a re­a­li­zação da Festa do Avante!, nos pró­ximos dias 4, 5 e 6 de Se­tembro é grande, uma de­ter­mi­nação ba­seada na aná­lise da si­tu­ação con­creta, na ava­li­ação das forças ne­ces­sá­rias e na ne­ces­si­dade e ca­pa­ci­dade de adoptar o con­junto de pro­ce­di­mentos de pro­tecção da saúde pú­blica, que a si­tu­ação ac­tual exige.

A Festa do Avante terá lugar no mag­ní­fico es­paço da Ata­laia, 30 hec­tares, de es­paço verde, junto à baía do Seixal e ao rio Tejo, es­paço de con­vívio fra­terno e de so­li­da­ri­e­dade, com o seu amplo pro­grama cul­tural de es­pec­tá­culos, de mú­sica, de te­atro, de ci­nema, de ani­mação, de des­porto, gas­tro­nomia e pro­dutos re­gi­o­nais, de de­bate e ex­po­si­ções e cons­ti­tuirá «uma grande afir­mação do es­tí­mulo à ac­ti­vi­dade, à cul­tura, à arte, ao des­porto, ao con­vívio, ao lazer, à in­ter­venção po­lí­tica, à so­li­da­ri­e­dade, à fruição da vida, hoje es­sen­cial à saúde e ao bem-estar da po­pu­lação», que con­fir­mará que Não há Festa como esta!




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