China acusa EUA de tentar travar desenvolvimento do país

SANÇÕES A China acusa os EUA e o Reino Unido de ten­tarem travar o de­sen­vol­vi­mento do país e de se in­tro­me­terem nos seus as­suntos in­ternos. Em caso de san­ções contra pes­soas e ins­ti­tui­ções chi­nesas, Pe­quim ad­verte que adop­tará me­didas re­cí­procas.

Pres­sões e me­didas contra Pe­quim nada têm a ver com «de­mo­cracia» ou «li­ber­dades»

A cha­mada Lei de Au­to­nomia de Hong Kong, re­cen­te­mente pro­mul­gada nos Es­tados Unidos, tem como ob­jec­tivo conter o de­sen­vol­vi­mento da China, afirmou o vice-mi­nistro chinês dos ne­gó­cios Es­tran­geiros, Zheng Ze­guang, du­rante um en­contro com o em­bai­xador norte-ame­ri­cano em Pe­quim, Terry Branstad.

Essa lei «não tem nada a ver com a “de­mo­cracia” e as “li­ber­dades” dos ha­bi­tantes de Hong Kong, é uma vã ten­ta­tiva de travar o de­sen­vol­vi­mento da China», disse o di­plo­mata chinês, ci­tado na pá­gina web do seu mi­nis­tério. E re­cordou que, ul­ti­ma­mente, Washington se in­tro­mete nos as­suntos in­ternos da China re­fe­rentes ao Ti­bete, a Xin­jiang e ao Mar da China Me­ri­i­onal, além de Hong Kong. «Todos os planos de Washington para im­pedir o de­sen­vol­vi­mento da China estão con­de­nados ao fra­casso», as­se­gurou o vice-mi­nistro chinês, que apelou aos EUA para mudar de rumo e acabar com as ca­lú­nias e pro­vo­ca­ções contra Pe­quim.

Entre ou­tros as­pectos, a lei pro­mul­gada pelo pre­si­dente Do­nald Trump, no pas­sado dia 14, de­pois de apro­vada por una­ni­mi­dade pelo Con­gresso, põe fim ao tra­ta­mento pre­fe­ren­cial con­ce­dido pelos EUA a Hong Kong, que pas­sará a ser tra­tado como o ter­ri­tório con­ti­nental da China.

A 30 de Junho, o pre­si­dente da China, Xi Jin­ping, pro­mulgou a nova Lei de Se­gu­rança Na­ci­onal para a re­gião ad­mi­nis­tra­tiva es­pe­cial de Hong Kong, apro­vada pelos 162 mem­bros do Co­mité Per­ma­nente da As­sem­bleia Po­pular Na­ci­onal, o órgão le­gis­la­tivo má­ximo do país.

A lei pe­na­liza os actos de sub­versão, ter­ro­rismo, se­cessão, a cons­pi­ração com in­fluência es­tran­geira e ou­tros crimes que ame­acem a se­gu­rança do ter­ri­tório.

Pe­quim adop­tará me­didas re­cí­procas
A China exigiu ao Reino Unido que deixe de in­tro­meter-se nos as­suntos in­ternos chi­neses re­la­ci­o­nados com Hong Kong e Xin­jiang, rei­terou a re­jeição «con­tun­dente» das ac­ções e crí­ticas de Lon­dres a esse res­peito e ad­vertiu que em caso de san­ções adop­tará contra-me­didas.

Num co­mu­ni­cado di­vul­gado na terça-feira, 21, o go­verno chinês qua­li­ficou de er­rada a pos­tura bri­tâ­nica face à lei de se­gu­rança na­ci­onal para Hong Kong e de­plorou que o Reino Unido tenha sus­pen­dido, como re­pre­sália, o tra­tado de ex­tra­dição com aquele ter­ri­tório.

Pe­quim de­fendeu a apro­vação da lei, su­bli­nhando que ela for­ta­le­cerá a se­gu­rança, a pros­pe­ri­dade e um maior de­sen­vol­vi­mento de Hong Kong. Mas avisou que qual­quer ten­ta­tiva para pres­si­onar a China e obs­ta­cu­lizar a im­ple­men­tação da re­fe­rida lei fra­cas­sará e con­tará com a opo­sição dos mil e 400 mi­lhões de com­pa­tri­otas chi­neses.

Por outro lado, a nota ofi­cial fus­tiga as acu­sa­ções do mi­nistro bri­tâ­nico dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Do­minic Raab, sobre su­postos «abusos» na re­gião au­tó­noma uigur de Xing­jian, clas­si­fica tais ale­ga­ções de «falsas» e afirma que as po­lí­ticas go­ver­na­men­tais na­quela re­gião tra­varam o ter­ro­rismo, o ex­tre­mismo e o se­pa­ra­tismo.

Pe­quim pro­meteu res­ponder de forma re­cí­proca se o Reino Unido aplicar san­ções contra di­ri­gentes ou ins­ti­tui­ções chi­nesas.

Re­cen­te­mente, Lon­dres afastou a Hu­awei da ins­ta­lação da rede 5G na infra-es­tru­tura bri­tâ­nica das te­le­co­mu­ni­ca­ções, in­vo­cando «pre­o­cu­pa­ções de se­gu­rança», e, se­guindo os EUA, Ca­nadá e Aus­trália, eli­minou o tra­tado de ex­tra­dição, entre ou­tras me­didas contra a China.

Ana­listas em Pe­quim, re­fe­ridos pela Prensa La­tina, ad­mitem que as even­tuais me­didas re­cí­procas chi­nesas podem san­ci­onar o banco HSBC, a cons­tru­tora au­to­móvel Ja­guar Land Rover e a com­pa­nhia pe­tro­lí­fera Bri­tish Pe­tro­leum.

 



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