A 29 de Março de 1537, numa quinta-feira de lava-pés, a água da Fonte da Prata, conduzida ao longo de 18 Km desde a Herdade do Divor, chega pela primeira vez à Praça do Giraldo, em Évora, onde também se construiu uma fonte com leões de mármore associada a um arco de triunfo romano. A inauguração do novo Aqueduto, feita na presença do rei D. João III e da corte, concretiza uma aspiração antiga: a edificação de uma estrutura de abastecimento de água à cidade que colmatasse o vazio deixado pelo aqueduto romano caído em ruínas. Escreve Garcia de Resende, cronista de D. João II, que o rei ordenou trazer à cidade a agoa da Fonte da Prata, onde ja tinha muitas fontes compradas e feitas d’ aboboda, e concertadas, e medida a agoa que aa cidade podia vir que era muita (Crónica de D. João II, C. LVI). A obra, também desejada por D. Manuel, só viria a ser iniciada em 1534, sob a orientação do arquitecto régio Francisco de Arruda, durante a longa estada de D. João III em Évora. Classificado de Monumento Nacional, o Aqueduto da Água de Prata é a mais importante estrutura hidraúlica construída em Portugal no século XVI. A ele associadas, outras estruturas embelezavam o centro histórico da cidade, como o pórtico renascentista chamado de Fecho Real do Aqueduto.