A Festa é do povo, e o povo precisa dela!

Ângelo Alves (Membro da Comissão Política)

Falta uma semana e um dia para as portas da Quinta da Atalaia se abrirem e ter início a 44.ª edição da Festa do Avante!. Temos pela frente dias de intenso trabalho, esclarecimento, mobilização, organização, criatividade, paixão, orgulho, solidariedade e alegria.

A Festa do povo que sonha luta e quer avançar

A idealização, construção e concretização da Festa do Avante! é uma das mais exaltantes tarefas que um militante comunista, um democrata, podem experimentar. Não apenas pela dimensão e exigência de pôr de pé uma cidade de três dias onde a militância, a generosidade, a entreajuda, a aprendizagem comum e o trabalho colectivo convergem numa iniciativa única em Portugal, mas porque sendo uma Festa organizada pelos comunistas e nascida dos seus ideais e projecto, é simultaneamente uma Festa aberta a todos, entregue todos os anos, com imensa alegria e orgulho, a todos os que nela participam.

Em cada uma das suas edições, a Festa do Avante! afirma-se sempre como a Festa do povo que sonha, luta e quer avançar. É a Festa do trabalho e dos trabalhadores, onde os seus direitos, aspirações e justas reivindicações ocupam o lugar justo que lhes é devido – o cimeiro. É a Festa da democracia, que nasceu de Abril, para afirmar Abril, que todos os anos reafirma os seus valores, ideais e projecto de futuro e que dá expressão concreta aos direitos sociais, económicos, políticos e culturais alcançados com a Revolução. É a Festa da liberdade conquistada e construída, não como algo individual, «separável», mas fruto de sinergias colectivas das liberdades de todos os que ali estão presentes naqueles três dias. É a Festa onde a juventude vive, age, aprende e se projecta no nosso presente e futuro colectivos, entrelaçando numa admirável simbiose a sua energia criadora, impaciente e transformadora, com a experiência respeitada de outros e a História de quase 100 anos de luta do Partido Comunista Português.

A Festa do Avante! tem a capacidade poderosa de num Mundo marcado pelos apelos ao conformismo, ao medo e ao individualismo, e de forma crescente pela exploração, a opressão e o obscurantismo, catapultar cada um dos seus participantes para voos de luz, planados pelos campos da verdade, da solidariedade, do internacionalismo e dos ideais progressistas e transformadores. É uma Festa que está no centro da luta contra todas as concepções reaccionárias e fascizantes, a Festa da convicção de que é possível construir um outro Portugal e um outro Mundo mais justos, fraternos e de paz.

Apaixonante acto de transformação

É por isso que é em si mesma um apaixonante acto de transformação, de libertação e de sonho feito experiência vivida, só possível com a responsabilidade e organização do PCP. É a muito concreta terra dos sonhos que do restolho da vida dura dos trabalhadores e do povo, e da sua exigente e difícil luta, abre sulcos de esperança e faz despontar a força da confiança. É ali, naqueles três dias e nos meses de preparação que a precedem que a frase façamos nós por nossas mãos o que a nós nos diz respeito adquire formas, cores, sabores, cheiros, palavras, actos e resultados que nos reforçam a convicção de que a luta pela alternativa de que somos portadores não só é cada vez mais necessária e premente, como possível.

A Festa do Avante! é um catalisador de luta e de confiança. E, sujeita a uma das mais obscuras campanhas antidemocráticas das últimas décadas, será um acto de resistência e luta em defesa dos direitos políticos e liberdades, dos direitos à cultura e ao lazer, e de todos os demais direitos do nosso povo. Até lá, mãos à obra! Que ninguém falte. A Festa é do povo e o povo precisa dela!




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