Que viva a Festa do Avante!

Armindo Miranda (Membro da Comissão Política)

Amanhã, a Festa do Avante! abre as suas portas a todos aqueles que queiram e possam par­ti­cipar no maior evento po­lí­tico-cul­tural do País. Vão ser três noites de in­só­nias e so­bres­saltos para o grande ca­pital, com re­ceio de que a Festa con­tinue a ser o êxito dos ou­tros anos, mesmo nas ac­tuais cir­cuns­tân­cias.

A di­mensão da ofen­siva contra o PCP exige res­posta

Em todas as suas edi­ções, a Festa foi alvo de cam­pa­nhas di­fa­ma­tó­rias e va­ri­adas ten­ta­tivas para im­pedir a sua re­a­li­zação e con­vencer os por­tu­gueses a não com­pa­re­cerem. Mas nunca como este ano a Festa foi ata­cada du­rante tanto tempo e com tanta vi­o­lência. O ob­jec­tivo foi o mesmo de sempre, im­pedir a sua re­a­li­zação, e de forma per­sis­tente e co­or­de­nada uti­li­zaram todo o ar­senal an­ti­co­mu­nista ao ser­viço desse ob­jec­tivo.

O medo ge­rado nas pes­soas ao longo de meses, com o re­ceio na­tural do con­tágio na Festa, tem sido o ins­tru­mento es­sen­cial do ataque, ocul­tando as me­didas sa­ni­tá­rias que o Par­tido es­tava a pre­parar para im­pedir o con­tágio nos três dias da Festa, ga­ran­tindo que cum­priria todas as di­rec­tivas cons­tantes na lei, ema­nadas pela DGS: no­me­a­da­mente, o dis­tan­ci­a­mento fí­sico em todos os es­paços da festa, o uso da más­cara con­forme o que está es­ti­pu­lado, equipas de hi­gi­e­ni­zação per­ma­nente dos es­paços, me­didas es­pe­ciais para as casas de banho, co­zi­nhas e res­tau­rantes adap­tados a esta nova re­a­li­dade, entre tantas ou­tras me­didas que estão as­se­gu­radas para que os vi­si­tantes se sintam em se­gu­rança na Festa.

A vi­o­lência contra a Festa e o Par­tido está a ser de tal forma brutal que mi­li­tantes e amigos do Par­tido que nunca foram ou não têm ido nos úl­timos anos à Festa de­ci­diram ir este ano porque, dizem, es­tando o Par­tido de­baixo de fogo tão in­tenso, de­vemos estar todos com o Par­tido na Festa, nem que seja apenas no comício de domingo.

Sa­cudir o medo

Porquê tanto ódio à Festa do Avante!? Por duas ra­zões es­sen­ciais: a pri­meira porque a nossa Festa sempre foi (e será de novo este ano) uma grande acção de massas com toda a sua força trans­for­ma­dora. Pelo am­bi­ente geral da Festa onde a pa­lavra ca­ma­rada está sempre pre­sente. Por ser um es­paço de li­ber­dade e lazer, onde o sen­ti­mento de ale­gria e fe­li­ci­dade se apo­deram de cada vi­si­tante. Pela in­for­mação e es­cla­re­ci­mento que for­nece, con­tri­buindo para o der­rube do pre­con­ceito. Pelas con­tra­di­ções que pro­voca, as dú­vidas que gera e a ne­ces­si­dade de saber mais sobre o Par­tido.

A se­gunda razão é o facto de ser a Festa do jornal que lhe dá o nome, o Avante!, órgão cen­tral do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, que foi o único que se re­cusou a ceder à re­sig­nação e ao con­for­mismo e a as­sistir sem nada fazer ao au­mento da ex­plo­ração e re­pressão sobre os tra­ba­lha­dores, à re­dução dos seus sa­lá­rios ao des­pe­di­mento, assim como à su­pressão de di­reitos li­ber­dades e ga­ran­tias con­sig­nados na Cons­ti­tuição.

O grande ca­pital não perdoa ao PCP por ter re­cu­sado o con­vite e ter vindo para a rua, de­nun­ciar tudo isto, exigir ao Go­verno que to­masse me­didas para travar os aten­tados contra os di­reitos de quem tra­balha e apelar aos tra­ba­lha­dores para lu­tarem pelos seus di­reitos – o que fi­zeram no 1.º de Maio e nas lutas sec­to­riais e de em­presa que têm vindo a re­a­lizar. Assim é fácil iden­ti­ficar no ódio à Festa o ódio de classe contra o PCP.

A di­mensão da ofen­siva contra o PCP exige res­posta. Uma res­posta que deve ser as­su­mida por cada um dos mem­bros do Par­tido e de todos aqueles que prezam os va­lores de­mo­crá­ticos, desde logo mar­cando pre­sença na Festa e, em par­ti­cular, no co­mício de do­mingo, fa­zendo dessa pre­sença uma afir­mação de li­ber­dade e um acto de re­sis­tência e luta em de­fesa dos di­reitos dos tra­ba­lha­dores e do povo.




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