Rússia fica no Tratado de Céus Abertos enquanto as outras partes o cumprirem

A Rússia per­ma­ne­cerá no Tra­tado de Céus Abertos en­quanto as de­mais partes cum­prirem o acordo, de­clarou o mi­nistro russo dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Ser­guéi La­vrov.

«Es­tamos dis­postos a con­ti­nuar a co­o­perar no quadro deste im­por­tante acordo en­quanto as de­mais partes cum­prirem ri­go­ro­sa­mente os re­qui­sitos do con­vénio», es­cla­receu na terça-feira, 24, o chefe da di­plo­macia do Kremlin.

O mi­nistro russo la­mentou que os Es­tados Unidos da Amé­rica te­nham de­ci­dido romper o Tra­tado de Céus Abertos, que, para La­vrov, é «uma fer­ra­menta para manter a es­ta­bi­li­dade e a se­gu­rança in­ter­na­ci­onal». Ou­tros mem­bros oci­den­tais, afirmou, «dão-se conta de que perder esse acordo equi­va­leria a uma perda da se­gu­rança, so­bre­tudo na Eu­ropa».

Pela sua parte, o vice-mi­nistro russo dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, Ser­guéi Ri­abkov, não des­cartou a pos­si­bi­li­dade de Mos­covo sair do tra­tado, de­pois de Washington o ter aban­do­nado.

Na opi­nião de Ri­abkov, a Rússia po­derá deixar o tra­tado se os ou­tros sig­na­tá­rios pas­sarem aos EUA in­for­mação re­co­lhida no âm­bito dos voos de ob­ser­vação. Ou se im­pe­direm que a Rússia re­a­lize voos sobre as ins­ta­la­ções mi­li­tares norte-ame­ri­canas lo­ca­li­zadas em ter­ri­tório dos subs­cri­tores do tra­tado, por exemplo na Eu­ropa. «Assim, as de­cla­ra­ções desses países de que estão pre­o­cu­pados com o des­tino do tra­tado devem ser acom­pa­nhadas de ac­ções con­cretas neste âm­bito. Tudo está nas suas mãos, nãos nas nossas», su­bli­nhou.

O Tra­tado de Céus Abertos, as­si­nado em Hel­sín­quia em 1992, per­mite aos ob­ser­va­dores mi­li­tares dos Es­tados mem­bros re­a­lizar voos de vi­gi­lância aérea para obter ima­gens de mo­vi­mentos de tropas e na­vios num vasto ter­ri­tório, desde Van­couver, no Ca­nadá, até Vla­di­vostok, no Ex­tremo-Ori­ente russo, per­mi­tindo a re­a­li­zação de um con­trolo mútuo.

Em vigor desde 2002, con­tava até há pouco com 34 Es­tados sig­na­tá­rios.

Em Maio pas­sado, o pre­si­dente Trump anun­ciou a saída dos EUA do Tra­tado, vá­lido a partir de 22 de No­vembro, com o ar­gu­mento de su­postos in­cum­pri­mentos por parte da Rússia, pre­texto uti­li­zado pelo ainda ocu­pante da Casa Branca para jus­ti­ficar a re­ti­rada do seu país de di­versos acordos in­ter­na­ci­o­nais.

Ali­ados da NATO, como a Ale­manha, la­men­taram a de­cisão dos EUA.




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