Morre Eduardo Lourenço
No dia 1 de Dezembro, morreu, aos 97 anos, Eduardo Lourenço, professor, filósofo, escritor, critico literário e ensaísta. Foi um dos mais proeminentes pensadores do século XX em Portugal, interventor cívico e várias vezes galardoado e distinguido, deixou uma vastíssima obra sobre a cultura portuguesa, nomeadamente sobre Fernando Pessoa, e a identidade nacional. Ontem foi decretado dia de luto nacional em sua memória.
Nasceu em 23 de maio de 1923, em S. Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, no distrito da Guarda, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas, na Universidade de Coimbra, em 1946, e leccionou nas principais universidades europeias e no Brasil, até se fixar na cidade francesa de Vence.
«Heterodoxias», «O Labirinto da Saudade», «Os Militares e o Poder», «Tempo e Poesia» e «Fernando, Rei da Nossa Baviera», são alguns dos seus mais importantes livros.
Segundo a União de Resistentes Antifascistas Portugueses, Eduardo Lourenço participou, em 2015, na inauguração do Museu do Aljube Resistência e Liberdade. Em 1966 foi detido pela polícia na fronteira portuguesa por ter subscrito, quatro anos antes, um abaixo-assinado, endereçado ao Presidente da República de então, no qual se condenava o assassinato do militante comunista José Dias Coelho e se pedia amnistia para os presos políticos. Desde 1962 que tinha uma ordem de captura.