São inaceitáveis «as declarações do Ministro do Ambiente anunciando o aumento do preço da água para as populações, entidades e empresas algarvias como contrapartida aos investimentos previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)», considera a Direcção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do PCP, para quem os «graves problemas no acesso à água» que se registam na região, «têm a raiz na prolongada ausência de investimento público e no aumento da pressão nos consumos, inerente ao errado modelo de desenvolvimento que tem sido imposto».

O que está previsto no PRR, apesar de «muito aquém das necessidades que se colocam à recuperação e desenvolvimento do Algarve e de serem destinados em larga medida a favorecer os grandes interesses privados», consagra «investimentos em matéria de captação, armazenamento e distribuição de água». E «sem prejuízo de opções discutíveis que contempla, não podem ter como contrapartida o aumento do preço», realça o Partido, para quem «a água é um bem público essencial à vida» e, por isso, « não deverá ser gerida em função de um negócio».

«Os investimentos realizados no Algarve não são uma benesse, nem uma dádiva do Governo ou de Bruxelas, como alguns pretendem fazer crer. São investimentos há muito reclamados por uma população e por um território que têm o direito ao desenvolvimento», conclui a DORAL.