«Propaganda não apaga incêndios»

O PCP acusa o Go­verno PS de «in­sistir na pro­pa­ganda» e lembra que esta «não apaga in­cên­dios».

Ao invés, «o que se re­clama é que o Go­verno cumpra a le­gis­lação e os or­ça­mentos do Es­tado, ga­ranta preços justos à ma­deira ven­dida, re­cons­titua, de­fi­ni­ti­va­mente, o Corpo de Guardas Flo­res­tais; as­se­gure o ob­jec­tivo de ter 500 equipas de sa­pa­dores flo­res­tais no ter­ri­tório e que os apoios chegam aos pe­quenos e mé­dios pro­du­tores; pro­mova a di­ver­si­fi­cação das es­pé­cies e a re­dução da área de eu­ca­lipto, im­peça a des­truição de mais área flo­restal para apre­sentar re­sul­tados na cha­mada energia verde fo­to­vol­taica», disse João Frazão, em con­fe­rência de im­prensa re­a­gindo às con­clu­sões do Con­selho de Mi­nis­tros ex­tra­or­di­nário sobre flo­restas.

O membro da Co­missão Po­lí­tica do Par­tido la­mentou que «con­se­lhos de mi­nis­tros so­lenes, no meio da flo­resta e su­pos­ta­mente para a flo­resta» foram re­a­li­zados, entre 2016 e 2020, «sem fazer o ba­lanço do que se fez e não se fez». Ad­vertiu, por isso, que «a questão cen­tral é que a es­tra­tégia e o con­teúdo da po­lí­tica flo­restal do Go­verno PS, re­pe­tindo eixos fun­da­men­tais da po­lí­tica flo­restal de di­reita de go­vernos PS, PSD e CDS até 2017, só nos pode con­duzir a novos de­sas­tres e ca­tás­trofes».

Entre as ra­zões para o alerta, o di­ri­gente co­mu­nista re­cordou que «o Go­verno con­tinua sem res­ponder à questão nu­clear do aban­dono flo­restal» ao não de­fender a agri­cul­tura fa­mi­liar e os bal­dios. In­siste, além do mais, «na pe­na­li­zação do pe­queno pro­pri­e­tário flo­restal», pro­cu­rando en­tregar as suas terras «à con­cen­tração da pro­pri­e­dade» e «aos lu­cros do grande ca­pital».

No mesmo sen­tido, «o Go­verno nada faz para pôr fim à de­sen­freada ex­plo­ração mo­no­po­lista da pro­dução le­nhosa», «mostra-se in­capaz de re­a­lizar um efec­tivo ca­dastro da flo­resta por­tu­guesa» e «in­siste na cul­pa­bi­li­zação dos pe­quenos pro­pri­e­tá­rios e na tese das terras aban­do­nadas».

Por outro lado, acres­centou João Frazão, o Go­verno «não con­segue con­cre­tizar as metas de cons­trução da Rede Pri­mária de Faixas de Gestão de Com­bus­tível» e «deixa que a IP, a EDP, a CP ou a PT in­cum­pram o que lhes cabe fazer».

Acresce, entre as fa­lhas, a não con­cre­ti­zação do «re­forço dos meios do apa­relho de Es­tado», dos «in­ves­ti­mentos e es­tru­turas para a sal­va­guarda das matas na­ci­o­nais e áreas pro­te­gida», e, pe­rante tal ce­nário, a atri­buição de «pouco mais que nada» no Plano de Re­cu­pe­ração e Re­si­li­ência.




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