- Nº 2468 (2021/03/18)

China, Rússia, Cuba e Venezuela forjam aliança em defesa da Carta das Nações Unidas

Internacional

A China, a Rússia, Cuba a Venezuela e outros países pretendem formar uma coligação internacional que defenda a Carta das Nações Unidas e se oponha à ameaça do uso da força e de sanções unilaterais nas relações internacionais.

Num documento preliminar do denominado Grupo de Amigos em Defesa da Carta das Nações Unidas, consultado pela agência Reuters, as partes subscritoras afirmam que o multilateralismo «está na actualidade sob um ataque sem precedentes que, por sua vez, ameaça a paz e a segurança mundial».

A iniciativa é apoiada por 16 países e pelo Estado da Palestina. Para além dos quatro atrás referidos, compõem também o grupo Angola, Argélia, Bielorrússia, Bolívia, Camboja, Eritreia, Irão, Laos, Nicarágua, RPD da Coreia, São Vicente e Granadinas e Síria.

Actualmente, «o mundo está a testemunhar como se recorre cada vez mais ao unilateralismo, marcado por acções isolacionistas e arbitrárias, incluindo a imposição de medidas coercivas ou a retirada de acordos históricos e instituições multilaterais, assim como por tentativas de minar os esforços críticos para abordar os desafios comuns e globais», refere a nota.

Sob a Administração Trump, Washington anunciou os seus planos para abandonar a Organização Mundial da Saúde (OMS), retirou-se do Conselho de Direitos Humanos da ONU, da Unesco, do acordo global sobre alterações climáticas e do acordo nuclear com o Irão, para além de diversos acordos de limitação de armamento que os EUA tinham estabelecido com a Rússia.

Por seu lado, Biden, que assumiu o cargo em Janeiro, anulou a retirada da OMS, fez o país regressar ao acordo de Paris sobre o clima, decidiu que representantes norte-americanos participem de novo no Conselho de Direitos Humanos e admite o regresso dos Estados Unidos da América ao Plano de Acção Integral Conjunto (PAIC). O PAIC é um acordo assinado em Viena, em Julho de 2015, pelo Irão e seis potências mundiais (EUA, Grã-Bretanha, França, Alemanha, China e Rússia) sobre o programa nuclear iraniano. O convénio impôs limitações ao programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções internacionais contra Teerão. Em Maio de 2018, os EUA saíram unilateralmente do acordo e retomaram as sanções unilaterais contra o Irão, com o argumento, nunca provado, de que o país dos persas continuava a desenvolver armas nucleares.

No entanto, a Administração Biden prossegue no essencial o objectivo de tentar, a todo o custo, contrariar o seu declínio e salvaguardar o seu domínio hegemónico mundial, continuando a postura de ingerência e de agressão do imperialismo norte-americano contra todos os países e povos que não se submetam aos seus ditames.