- Nº 2470 (2021/04/1)

Cuba e o mundo face ao bloqueio: «o combate pelo que é justo une-nos»

Internacional

Em mais de 50 cidades de 30 países, amigos de Cuba expressaram, no último fim-de-semana, solidariedade com o povo cubano e condenaram o criminoso bloqueio dos EUA, que dura há seis décadas e continuou a ser agravado em tempos de pandemia.

Milhares de cubanos, na sua maioria jovens, desfilaram no domingo, 29, ao longo da marginal de Havana, reafirmando o seu compromisso com a continuidade da Revolução cubana e juntando-se à jornada de solidariedade internacional de apoio a Cuba e contra o bloqueio norte-americano, que contou com acções em mais de 50 cidades de 30 países, incluindo nos Estados Unidos.

Grupos de amigos de Cuba e de cubanos emigrados na Rússia, Itália, França, Alemanha, África do Sul, Namíbia, Angola, Gâmbia, México, Argentina, Colômbia, em mais uma trintena de países, realizaram no passado fim-de-semana mobilizações, publicações na web e acções contra o cerco norte-americano.

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, afirmou que «o combate pelo que é justo une-nos» e enalteceu o compromisso da juventude do seu país na defesa da Revolução Cubana, expresso nas mobilizações efectuadas contra o bloqueio dos EUA.

«A caravana de #CubaVsBloqueio mostrou a vitalidade e a energia da juventude cubana. Que ninguém duvide, essa é #CubaViva, #SomosCuba, #SomosContinuidade», escreveu o presidente no Twitter. Além disso, assegurou que tais manifestações renovam as suas energias para trabalhar em tarefas cruciais como o combate à pandemia da COVID-19 e a dinamização da economia.

Bloqueio é criminoso
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros cubano, Bruno Rodríguez, que participou em Havana na concorrida e colorida caravana contra o bloqueio imposto há seis décadas pelos EUA, agradeceu as mostras de solidariedade com a ilha enfatizando a natureza criminosa desse cerco económico, comercial e financeiro, que Washington incrementou na actual situação epidemiológica gerada pela COVID-19. Reiterou que o bloqueio norte-americano é um crime, é ilegal, imoral, extra-territorial e uma violação do direito internacional e dos direitos humanos.

Bruno Rodríguez asseverou que o cerco constitui o maior obstáculo para o desenvolvimento de Cuba: dados oficiais mostram que os prejuízos acumulados em 60 anos ascendem a 144 mil milhões de dólares e que, entre Abril de 2019 e Março de 2020, o bloqueio causou prejuízos superiores a cinco mil milhões de dólares, cifra recorde para um ano.

Por seu turno, o secretário-geral da União dos Jovens Comunistas (UJC) de Cuba, Diosvany Acosta, afirmou que «a caravana com milhares de pessoas em Havana demonstra a rejeição do povo ao bloqueio dos Estados Unidos», reiterando o carácter genocida do cerco norte-americano à ilha. «Esta iniciativa permite-nos agradecer a todas as demonstrações de solidariedade que recebemos de diversos lugares do mundo e creio que foi muito espontâneo o que aqui ocorreu, cada um com as suas ideias», disse. Sublinhou que, além disso, foram também celebrados os aniversários da fundação da UJC e da Organização de Pioneiros José Marti, que se assinalam no próximo dia 4 de Abril. «Considero que isto evidencia o compromisso dos jovens com a ideia de continuidade da Revolução cubana», sublinhou.

Solidariedade também em Portugal

A Associação de Amizade Portugal-Cuba, na sua Assembleia Geral Eleitoral, reunida a 27 de Março, aprovou por unanimidade uma Moção de Repúdio ao Bloqueio, associando-se à solidariedade com Cuba e o seu povo.

Entre outros aspectos, a moção salienta que «há 62 anos que Cuba mostra ao mundo, nas mais graves e severas condições de privação, a vontade soberana, colectiva e solidária de um povo» e que «a vontade e coragem resistente do povo Cubano tem garantido a defesa inabalável da Revolução».

A AAPC afirma que «estará sempre com o povo cubano e com a sua Revolução, assumindo o compromisso de, com todas as forças dos militantes pela paz, lutar contra este ignóbil Bloqueio.»

A AAPC elegeu novos corpos gerentes e aprovou um plano de actividades onde aponta o incremento da acção solidária com Cuba, nomeadamente através da realização de sessões publicas, da participação em diversos eventos, promovendo iniciativas contra o bloqueio imposto pelos EUA, incluindo um Encontro Nacional Contra o Bloqueio, e de solidariedade, nomeadamente no apoio à Campanha internacional pela candidatura da Brigada Henry Reeve ao Prémio Nobel da Paz.