O pre­si­dente dos Es­tados Unidos da Amé­rica (EUA), Joe Biden, as­sinou no dia 15 um de­creto im­pondo novas san­ções à Rússia de­vido a ale­gadas e nunca com­pro­vadas «ac­ções do seu go­verno e ser­viços de in­te­li­gência contra a so­be­rania e in­te­resses norte-ame­ri­canos».

Essas me­didas de con­fron­tação pro­mo­vidas pelos EUA in­cluem a ex­pulsão de 10 fun­ci­o­ná­rios da em­bai­xada russa em Washington e visam 32 en­ti­dades e in­di­ví­duos que es­ta­riam im­pli­cados numa su­posta «in­ge­rência russa» nas elei­ções pre­si­den­ciais dos EUA, em 2020. Os EUA im­pu­seram ainda res­tri­ções às ins­ti­tui­ções fi­nan­ceiras norte-ame­ri­canas na compra, em mer­cado pri­mário, de dí­vida emi­tida pela Fe­de­ração Russa, vi­sando pres­si­onar fi­nan­cei­ra­mente este país.

O mi­nis­tério dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros da Rússia pu­blicou logo no dia 16 uma lista de me­didas em res­posta às san­ções norte-ame­ri­canas. Tais me­didas in­cluem a ex­pulsão de 10 di­plo­matas da em­bai­xada norte-ame­ri­cana em Mos­covo e a li­mi­tação de vi­a­gens dos fun­ci­o­ná­rios das re­pre­sen­ta­ções di­plo­má­ticas dos EUA na Rússia.

Além disso, serão sus­pensas as ac­ti­vi­dades de fun­da­ções e ONG norte-ame­ri­canas, con­tro­ladas pelo De­par­ta­mento de Es­tado e ou­tras es­tru­turas es­ta­tais, que se in­tro­metam na po­lí­tica in­terna russa.

Em Mos­covo, o porta-voz pre­si­den­cial, Dmitri Peskov, co­mentou a troca de me­didas: «A questão é que não co­me­çámos este in­ter­câmbio de san­ções. É uma tác­tica fa­vo­rita dos EUA. Não es­tamos de acordo com ela, não a acei­tamos, e aqui o prin­cípio da re­ci­pro­ci­dade é uma cons­tante ab­so­luta. Serão to­madas me­didas apro­pri­adas a res­peito dos EUA sempre que esta po­lí­tica de san­ções con­tinue».

Apesar de tudo, o Kremlin con­si­dera «po­si­tivo» que o pre­si­dente Joe Biden, tal como o pre­si­dente Vla­dimir Putin, de­seje re­forçar o diá­logo entre os EUA e a Rússia, com vista a uma de­ses­ca­lada das ten­sões.

Numa con­versa te­le­fó­nica com Putin, no dia 13, Biden propôs a re­a­li­zação de uma ci­meira EUA-Rússia «num país ter­ceiro» e «nos pró­ximos meses». Qua­renta e oito horas de­pois anun­ciou uma série de san­ções fi­nan­ceiras e di­plo­má­ticas contra a Rússia.