A obra do mú­sico gui­ne­ense e re­sis­tente anti-co­lo­nial José Carlos Schwarz, fi­gura des­ta­cada da cul­tura da Guiné-Bissau, que morreu em 1977, foi ob­jecto de com­pi­lação pela edi­tora pa­ri­si­ense Hot Mule.

Lua Ki Di Nos, assim se chama este pro­jecto que ga­nhou vida em Abril, em vinil e também em versão di­gital, e que reúne can­ções dos dois ál­buns que José Carlos Schwarz lançou jun­ta­mente com os Co­biana Djazz nos anos 1970, através da edi­tora fran­cesa So­na­fric.

A edi­tora fran­cesa lembra que José Carlos foi «acla­mado por gi­gantes afri­canos como a Or­chestra Ba­obab [Se­negal], Letta Mbulu [África do Sul] ou Mi­riam Ma­keba (can­tora sul-afri­cana com quem gravou o seu pri­meiro e único álbum a solo)», mas, in­com­pre­en­si­vel­mente, a sua mú­sica e po­esia con­tinua «des­co­nhe­cida fora do país e das suas diás­poras».

José Carlos en­volveu-se po­li­ti­ca­mente na luta de li­ber­tação do seu povo, tendo sido tor­tu­rado pelo re­gime co­lo­nial por­tu­guês e preso entre 1972 e 1974.