CONTINUAR A LUTA E REFORÇAR O PCP

«Resolver os problemas do País»

Fomos confrontados na quinta-feira da semana passada com as decisões do Governo sobre a situação epidemiológica COVID-19, recuando face a medidas tomadas anteriormente, fazendo opções erradas, nomeadamente ao impor a proibição das deslocações para entrar e sair da Área Metropolitana de Lisboa.

Ora, como o PCP defende e há muito vem propondo, o que a actual situação epidemiológica reclama são medidas que permitam superar atrasos na vacinação, nomeadamente reforçando o número de profissionais a trabalharem neste serviço e a aquisição de outras vacinas já referenciadas pela OMS, a implementação da testagem e o reforço das equipas de saúde pública fundamentais ao rastreio de novos casos.

Mas, a par do investimento nos cuidados de saúde, impõe-se defender o tecido produtivo nacional. Como sublinhou Jerónimo de Sousa no Seminário sobre O papel da produção nacional na promoção do desenvolvimento do País – Os impactos das políticas da União Europeia, «o PCP não só nunca abandonou este eixo essencial da política alternativa que propõe ao povo português, como a vida lhe deu e dá razão quando se verifica que não há solução para os problemas nacionais sem uma inversão da política de abandono da produção nacional. Eixo que se reforçou em empenhamento e proposta à medida que a integração capitalista na União Europeia vinha agravando a situação e que a sujeição nacional ao mercado único e às imposições do euro tornavam esta luta mais premente e exigente».

 

Igualmente significativa foi a realização, no âmbito das comemorações do Centenário do Partido, respectivamente na sexta-feira e no sábado da semana passada, do debate com jovens A luta de todos os dias na luta pelo futuro e da sessão O PCP e a emancipação da mulher – luta secular do presente e do futuro, ambas com a participação do Secretário-geral do PCP.

E, se na primeira destas iniciativas, os jovens da JCP, animados pelo extraordinário êxito do seu 12.º Congresso e pelas muitas mobilizações juvenis em que se envolveram nos últimos meses, quiseram valorizar o papel do PCP, nesta luta que prossegue, associando as grandes causas, os valores, o projecto e o percurso do PCP ao longo destes 100 anos às muitas batalhas que os jovens hoje travam, nas escolas ou locais de trabalho, a segunda, analisando as verdadeiras razões que determinam a exploração e discriminação social da mulher, serviu para lembrar a luta de fundo do PCP, ao longo destes 100 anos, que prova que o PCP, tal como é o Partido necessário, indispensável e insubstituível aos trabalhadores, ao povo e ao País, é-o também na luta pela emancipação das mulher. Luta de muitos anos, que prossegue no presente por um futuro em igualdade, no trabalho e na vida, e que é indissociável da luta das mulheres por melhores condições de vida e pela alternativa política patriótica e de esquerda. Luta que, valorizando o trabalho e os trabalhadores, garanta o trabalho com direitos, acabe com a precariedade laboral, valorize a progressão profissional e as carreiras, efective a igualdade salarial entre homens e mulheres, eleve os salários de todos os trabalhadores, reduza o horário de trabalho para as 35 horas semanais sem redução de salário e ponha fim à desregulação dos horários de trabalho.

 

É este combate que prossegue na intervenção do PCP pela ruptura com a política de direita e pela alternativa, numa situação particularmente exigente onde pesa o impacto da epidemia e o aproveitamento que dela faz o grande capital e os grandes interesses que dominam a economia portuguesa para acentuar a exploração, situação que não se pode desligar, nas suas consequências, das erradas opções de anos e anos de política de direita de governos do PS, PSD e CDS.

É nesta intensa intervenção que se enquadram as Jornadas Parlamentares do PCP realizadas na segunda e terça-feira desta semana na Área Metropolitana de Lisboa, onde foi anunciada a iniciativa do PCP de consagrar a sessão plenária da Assembleia da República do próximo dia 30 de Junho à discussão de importantes projectos-lei apresentados pelo Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República sobre direitos dos trabalhadores.

 

É também no sentido da valorização do trabalho e dos trabalhadores, pelo aumento geral dos salários e pela revogação das normas gravosas da legislação laboral, que a CGTP-IN decidiu realizar, de 21 de Junho a 15 de Julho, uma jornada de acção e luta para intensificar a acção reivindicativa e a luta nas empresas, locais de trabalho e serviços.

 

Como a vida todos os dias vai mostrando, o PCP é, de facto, o Partido necessário, indispensável e insubstituível à luta dos trabalhadores e do povo e, por isso mesmo, é preciso reforçar o PCP. E, reforçando o PCP, dar mais força à sua intervenção. É preciso dinamizar e apoiar a preparação das eleições autárquicas contribuindo para o reforço da CDU. É preciso promover, divulgar e construir a Festa do Avante! intensificando, desde já, a venda antecipada da EP.