Ao mesmo tempo que realizam grandes mobilizações populares, como as que tiveram lugar no passado dia 26 de Junho, as forças políticas, sindicais e sociais que se congregam na Frente Nacional pela Democracia e a Governabilidade anunciam a realização de uma greve nacional no Peru se Pedro Castillo não for proclamado presidente até 6 de Julho, Dia do Professor.
Rejeitando a tentativa de deslegitimar o processo eleitoral e defendendo a democracia, as forças populares exigem que o presidente seja proclamado e que a candidata de extrema-direita, Keiko Fujimori, reconheça a derrota. Na segunda volta das presidenciais, a 6 de Junho, Castillo derrotou nas urnas por uma margem de mais de 40 mil votos a sua adversária, que não aceita o veredito popular e fala de «irregularidades», sem apresentar quaisquer provas que corroborem a sua acusação.
Os recursos apresentados pelos fujimoristas e outras manobras dilatórias têm impedido o Júri Nacional de Eleições (JNE) de proceder à proclamação do presidente eleito.
A par de pressões sobre os membros do JNE, de tentativas de os corromper e da demissão de um dos juízes de modo a provocar a falta de quórum no órgão eleitoral, a candidata neoliberal entregou no palácio presidencial, em Lima, uma carta ao presidente peruano, Francisco Sagasti, pedindo que solicite uma auditoria internacional à contagem de votos. Esta pretensão é inconstitucional, já que a Constituição do Peru estabelece que o chefe de Estado tem a obrigação de acatar e fazer cumprir as decisões do JNE.