Século VI – Génesis de Viena

Pro­va­vel­mente pro­du­zido na Síria sob a égide do rei Jus­ti­niano I, o Gé­nesis de Viena é um ma­nus­crito ilu­mi­dado tido como o có­dice bí­blico mais an­tigo. Bem con­ser­vado, o texto é um frag­mento do Livro do Gé­nesis (do grego Γένεσις, origem, nas­ci­mento, cri­ação, prin­cípio), o pri­meiro livro do An­tigo Tes­ta­mento cristão, que des­creve a origem do mundo e da hu­ma­ni­dade. Trata-se de uma tra­dução grega do he­braico ori­ginal, em ca­li­grafia un­cial (texto to­tal­mente es­crito em maiús­culas), de cor pra­teada que so­bressai no per­ga­minho púr­pura, com ouro a con­tornar os de­ta­lhes. Cada pá­gina está di­vi­dida ao meio, os­ten­tanto um texto na parte su­pe­rior e uma pin­tura na me­tade in­fe­rior. Crê-se que o ori­ginal con­taria com 96 pá­ginas e mais de 190 ilus­tra­ções, mas à ac­tu­a­li­dade só che­garam 24 fó­lios. São jus­ta­mente as ilus­tra­ções que dão par­ti­cular im­por­tância ao Có­dice, sendo con­si­de­radas como exemplo de tran­sição entre a arte ro­mana de pendor na­tu­ra­lista e as pos­te­ri­ores mi­ni­a­turas me­di­e­vais. Como afirmam os res­pon­sá­veis da Bi­bli­o­teca Na­ci­onal Aus­tríaca, em Viena, onde está pre­ser­vado, «o Gé­nesis de Viena é um mo­nu­mento no­tável à arte do livro da an­ti­gui­dade tardia e do início do pe­ríodo bi­zan­tino (...) O fas­cínio desta “Bí­blia ilus­trada” não di­mi­nuiu até hoje».