Governo «castiga» restauração e hotelaria
«Em vez de tomar as medidas necessárias que permitam a sobrevivência e o retorno progressivo das actividades com vista à recuperação do tecido económico nacional, o Governo vai à bolina com medidas que só causam, confusão, caos e desconfiança», considera a Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) a propósito das mais recentes medidas para os sectores da restauração, hotelaria e alojamento local.
Num comunicado de dia 10, a confederação denuncia o que considera ser a transferência de responsabilidades do Estado para os empresários destes sectores: com as decisões mais recentes do Conselho de Ministros terão de ser os trabalhadores e proprietários de restaurantes e unidades de alojamento turístico e local a «fiscalizar os seus clientes, sem que esteja bem clara a sua qualificação e autoridade para exigir a apresentação de certificados e resultados de testes, ou a identificação que demonstre a sua correspondência à pessoa testada». Também não fica clara a forma de preservar ou obrigar os clientes a preservarem a prova dos autotestes, «sob pena de o estabelecimento incorrer em coimas até 10 mil euros», realça a CPPME.
A confederação acusa o Governo de não só não acautelar o «necessário apoio à sobrevivência das micro e pequenas empresas» como de castigá-las com «novas obrigações e ameaças absolutamente intoleráveis, procurando atirar com o ónus do controlo da pandemia para os MPME».