CDU apresenta programa eleitoral para uma Lisboa com vida

Cri­ação de uma bolsa mu­ni­cipal de fogos para ar­ren­da­mento a custos aces­sí­veis, levar o Metro às zonas onde ainda não chegou e ela­borar uma Carta Mu­ni­cipal de Tu­rismo são pro­postas que in­te­gram o pro­grama elei­toral da CDU para Lisboa.

Cons­truir uma ci­dade viva, justa, bela e de­mo­crá­tica

O pro­grama elei­toral foi apre­sen­tado na se­gunda-feira, 23, na Praça Luís de Ca­mões, que, ao final da tarde, en­cheu-se com mais de duas cen­tenas de can­di­datos, ac­ti­vistas e apoi­antes da CDU. Apre­sen­tado pela ac­triz Ma­rina Al­bu­querque, o mo­mento contou, também, com a pre­sença de João Fer­reira e Le­onor Moniz Pe­reira, res­pec­ti­va­mente, can­di­datos a pre­si­dente da Câ­mara (CM) e As­sem­bleia Mu­ni­cipal (AM) de Lisboa, bem como de An­tónio Mo­desto Na­varro, es­critor e man­da­tário con­ce­lhio da CDU, e Je­ró­nimo de Sousa, Se­cre­tário-geral do PCP.

Pro­postas exequí­veis
Para a área da ha­bi­tação, João Fer­reira avançou com a ne­ces­si­dade de uma re­visão do ac­tual Plano Di­rector Mu­ni­cipal, a con­cre­ti­zação do Pro­grama Mu­ni­cipal de Ar­ren­da­mento a Custos Aces­sí­veis (PACA) e me­didas de apoio às co­o­pe­ra­tivas de ha­bi­tação, além de um pro­grama mu­ni­cipal de fo­mento da qua­li­dade do parque ha­bi­ta­ci­onal, vo­ca­ci­o­nado para os bairros mu­ni­ci­pais.

Outra das áreas-chave é a mo­bi­li­dade. Alargar a oferta da Carris, ao nível de per­cursos e ho­rá­rios, e com a pos­si­bi­li­dade de cri­ação de um ser­viço de trans­porte es­colar de cri­anças até aos 12 anos, se­guro e gra­tuito; levar o Metro às zonas onde ainda não chegou, «em vez de se en­ter­rarem mi­lhões (de euros) numa “linha cir­cular” que a Câ­mara e o Go­verno qui­seram a todo o custo con­cre­tizar, contra tudo e contra todos»; im­ple­men­tação de um plano mu­ni­cipal de in­cre­mento da se­gu­rança ro­do­viária; con­cre­tizar a rede de es­ta­ci­o­na­mentos dis­su­a­sores, são ou­tras das ideias tra­zidas pelo can­di­dato da CDU.

Am­pliar e qua­li­ficar o es­paço pú­blico e as con­di­ções para a sua fruição; criar os pro­gramas«Bairro Par­ti­ci­pado» e «Brincar na Rua»; ela­borar uma Carta Mu­ni­cipal de Tu­rismo; me­didas di­ri­gidas às micro, pe­quenas e mé­dias em­presas, ao co­mércio local, aos mer­cados mu­ni­ci­pais, à ac­ti­vi­dade pro­du­tiva, ao ter­ciário avan­çado, aos cen­tros de in­ves­ti­gação e en­sino, às uni­ver­si­dades, ins­ti­tutos e la­bo­ra­tó­rios; re­forçar a hi­giene ur­bana, a re­colha e tra­ta­mento de re­sí­duos e o sa­ne­a­mento, também constam, entre muitas ou­tras, das pro­postas para o es­paço pú­blico, eco­nomia e am­bi­ente.

Sem ro­deios, João Fer­reira falou ainda da ne­ces­si­dade de subs­ti­tuição e de­sac­ti­vação, fa­seada mas de­fi­ni­tiva, do ae­ro­porto de Lisboa, «algo que só a so­lução do Campo de Tiro de Al­co­chete (mas não a do Mon­tijo) pode as­se­gurar».

Au­mento e me­lhoria da qua­li­dade da oferta de equi­pa­mentos da rede pú­blica, como cre­ches, jar­dins de in­fância e es­colas; uma rede pú­blica de lares e cen­tros de dia; alar­ga­mento da rede de equi­pa­mentos cul­tu­rais mu­ni­ci­pais exis­tente na ci­dade e o re­gresso à gestão pú­blica dos que foram con­ces­si­o­nados; cri­ação de um passe anual de in­gresso nos equi­pa­mentos cul­tu­rais mu­ni­ci­pais; re­gresso dos «Jogos de Lisboa», em es­treita co­o­pe­ração com os clubes e a co­lec­ti­vi­dades, es­colas e juntas de fre­guesia, são ou­tras das pri­o­ri­dades da CDU.

 

Força da al­ter­na­tiva

De­pois de João Fer­reira ter enun­ciado os eixos, pro­postas e ori­en­ta­ções em que as­senta o pro­grama da CDU, Je­ró­nimo de Sousa co­meçou por sa­li­entar que a pan­demia de COVID-19 deixou à vista «a in­ca­pa­ci­dade de dar res­posta às ne­ces­si­dades da po­pu­lação e aos pro­blemas da ci­dade, da eco­nomia à ha­bi­tação, dos trans­portes, da cul­tura aos es­paços verdes e à ac­ti­vi­dade fí­sica e des­por­tiva».

«As res­postas tar­daram e apenas à força de pressão po­lí­tica e so­cial se foram im­ple­men­tando apoios», acusou, in­for­mando que em Ja­neiro de 2021 «os ins­critos nos cen­tros de em­prego de Lisboa au­men­taram perto de 40 por cento em re­lação ao mesmo mês do ano an­te­rior». «Os pri­meiros a so­frerem a perda do em­prego foram os tra­ba­lha­dores com vín­culos pre­cá­rios, jo­vens na sua mai­oria», acres­centou.

Pe­gando nos dados pre­li­mi­nares dos Censos de 2021, o Se­cre­tário-geral do PCP re­feriu que, glo­bal­mente, a ci­dade de Lisboa con­ti­nuou a perder po­pu­lação na úl­tima dé­cada – menos oito mil ha­bi­tantes do que em 2011. As fre­gue­sias de Mi­se­ri­córdia (perde 26 por cento), Santa Maria Maior (perde 22 por cento) e São Vi­cente (nove por cento) são disso exemplo.

Li­gação à re­a­li­dade
Re­la­ti­va­mente à com­po­sição das listas apre­sen­tadas às 24 fre­gue­sias da ci­dade, «de vá­rias faixas etá­rias, con­tando com uma im­por­tante pre­sença de can­di­datos jo­vens», Je­ró­nimo de Sousa va­lo­rizou a qua­li­dade das listas – «50 por cento dos can­di­datos são ho­mens e 50 por cento são mu­lheres» – sem es­quecer que «das 26 listas apre­sen­tadas, 11 são en­ca­be­çadas por mu­lheres, sendo uma mu­lher a se­gunda can­di­data à Câ­mara Mu­ni­cipal (CM) de Lisboa e duas mu­lheres as pri­meiras can­di­datas à As­sem­bleia Mu­ni­cipal de Lisboa».

«A CDU é força por­ta­dora de um pro­jecto al­ter­na­tivo para Lisboa. Vamos para estas elei­ções prontos a dis­putar e a as­sumir todas as res­pon­sa­bi­li­dades, in­cluindo, na­tu­ral­mente, a pre­si­dência da CM», con­cluiu.

Antes das in­ter­ven­ções, teve lugar um mo­mento mu­sical pro­por­ci­o­nado por Jorge Ri­votti, Rui Gal­veias e Jo­a­quim Brito.

 

TVI as­se­gura bi­po­la­ri­zação

A TVI anun­ciou para 7 de Se­tembro um de­bate elei­toral de­di­cado a Lisboa com a par­ti­ci­pação dos can­di­datos Fer­nando Me­dina e Carlos Mo­edas, ex­cluindo todas as ou­tras can­di­da­turas.

Em nota di­vul­gada na sexta-feira, a CDU ma­ni­festou-se contra esta dis­cri­mi­nação, que con­fi­gura «uma vi­o­lação gros­seira dos de­veres de im­par­ci­a­li­dade e de tra­ta­mento exi­gí­veis à ga­rantia de igual­dade de opor­tu­ni­dades entre as di­versas can­di­da­turas».

«Não há cri­té­rios edi­to­riais que se possam so­brepor a prin­cí­pios fun­da­men­tais que a le­gis­lação pro­tege em pro­cesso elei­toral. A ten­ta­tiva de so­bre­va­lo­rizar a can­di­da­tura de um can­di­dato de um par­tido, o PSD, que tem idên­tico nú­mero de ve­re­a­dores eleitos quanto os da CDU, cons­titui um exer­cício para cre­di­bi­lizar elei­to­ral­mente aquela can­di­da­tura num quadro em que ma­ni­fes­ta­mente re­vela não ter», acentua a Co­li­gação PCP-PEV.

Tendo em conta que deve ser ga­ran­tida a par­ti­ci­pação das forças po­lí­ticas con­cor­rentes, a CDU di­rigiu-se à Co­missão Na­ci­onal de Elei­ções de modo a ser res­pei­tado o dever de im­par­ci­a­li­dade.



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Para a CDU, que in­tegra o PCP, o PEV e a ID, a apre­sen­tação de can­di­da­turas pró­prias a 305 mu­ni­cí­pios e a 1639 fre­gue­sias de todo o País as­sume um ine­gável sig­ni­fi­cado e êxito po­lí­tico.

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«Fazer o con­celho de Al­co­chete re­gressar ao fu­turo e a uma go­ver­nação po­lí­tica co­e­rente e com fun­da­mento num pro­jecto po­lí­tico par­ti­ci­pado e sus­ten­tado» é o ob­jec­tivo da CDU, re­alça Luís Franco, can­di­dato da Co­li­gação PCP-PEV a pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal, cargo que já ocupou du­rante 12 anos.