Aprender sempre

Gonçalo Oliveira (Membro da Comissão Política)

Em con­traste com a su­posta cal­maria do pe­ríodo sa­zonal, um vasto e di­verso co­lec­tivo está neste mo­mento em plena acção, dando força à luta dos tra­ba­lha­dores e do povo.

Muitos mi­lhares de novos mi­li­tantes dão um im­por­tante con­tri­buto ao Par­tido

Mais uma vez atra­ves­samos um pe­ríodo de par­ti­cular exi­gência, re­pleto de im­por­tantes ob­jec­tivos e lutas, pelo que são muitos os ca­ma­radas e amigos de­di­cados a ta­refas que – não raras vezes – põem à prova as suas ca­pa­ci­dades. Ta­refas que re­querem per­sis­tência e de­di­cação, bem como es­tudo e tra­balho para serem su­pe­radas.

A ca­pa­ci­dade de ini­ci­a­tiva deste co­lec­tivo, aliada ao seu com­pro­misso com a causa dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês, re­pre­senta uma grande opor­tu­ni­dade para di­na­mizar lutas que coin­cidem com os in­te­resses e an­seios dos tra­ba­lha­dores e do povo, abrindo ca­minho ao re­forço da in­ter­venção e or­ga­ni­zação do Par­tido, e for­ta­le­cendo o com­bate contra a po­lí­tica de di­reita que cria in­con­tá­veis in­jus­tiças e co­loca em causa a so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­o­nais.

É por isso com ale­gria e en­tu­si­asmo que muitos mi­lhares de ho­mens e mu­lheres, de todas as idades, recém-che­gados ao Par­tido ou à CDU, dão agora um im­por­tante con­tri­buto a esta causa.

Aprendem a pre­parar uma nota de im­prensa ou um de­bate. A fazer o ar­ranjo grá­fico de um do­cu­mento e a gerir uma pá­gina de cam­panha nas redes so­ciais. Aprendem a di­fe­rença entre um membro de mesa elei­toral e um de­le­gado. Aprendem os ho­rá­rios das em­presas para dis­tri­buir pro­pa­ganda aos tra­ba­lha­dores. Aprendem a cons­truir a Festa do Avante!. Al­guns deles, a seu de­vido tempo, aprendem a fazer todas estas ta­refas e mais al­gumas.

Neste pro­cesso exal­tante, ex­pandem ra­di­cal­mente a sua rede de con­tactos. Mul­ti­plicam o nú­mero de con­versas e apro­fundam o co­nhe­ci­mento con­creto da re­a­li­dade que os ro­deia e das pro­postas do PCP, o que por sua vez per­mite que as con­versas que te­nham com ou­tros, con­tri­buam ainda mais para o seu es­cla­re­ci­mento.

Es­tando in­se­ridos num co­lec­tivo de pes­soas so­li­dá­rias com a luta dos tra­ba­lha­dores, aprendem a não re­duzir a luta apenas às elei­ções au­tár­quicas e à in­ter­venção em torno de pro­blemas con­cretos. Apuram o seu sen­tido crí­tico e a noção de que não há par­ti­cular sem geral. Que a re­a­li­dade do seu local de tra­balho, es­cola, fre­guesia, con­celho e re­gião, está li­gada a um todo na­ci­onal e mun­dial.

 

Luta per­sis­tente e edu­ca­dora

Com a de­vida atenção das or­ga­ni­za­ções do Par­tido, dando o ne­ces­sário apoio a estes ho­mens e mu­lheres, muitos deles jo­vens, re­cen­te­mente ins­critos e res­pon­sa­bi­li­zados, aprendem também que a prá­tica per­sis­tente da luta – esta forma de estar e in­tervir na so­ci­e­dade – não é apenas um apelo a que algo mude. É um en­saio do que está para vir: a al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda de que o País pre­cisa e que o PCP propõe.

E isso é algo que de­pois de apre­en­dido, tem im­pacto em todos os as­pectos da sua vida e na sua forma de ver o mundo. Isto porque per­mite ver – quando se olha com atenção – as pos­si­bi­li­dades de cons­trução de um fu­turo me­lhor. Entre essas pos­si­bi­li­dades de avanço na luta mi­lenar dos tra­ba­lha­dores, está o con­tri­buto in­subs­ti­tuível e cri­a­tivo que cada um deles, en­quanto in­di­víduo, dá e dará a este grande co­lec­tivo que é o Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês.




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