O Secretário-geral do PCP esteve na manhã de terça-feira numa concentração de trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit, em Santa Iria de Azóia, que protestaram contra o encerramento da empresa e o consequente despedimento colectivo.

Acompanhado por Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal (CM) de Loures, o dirigente comunista levou a solidariedade do PCP para com a luta que desenvolvem – em defesa dos postos de trabalho e do aparelho produtivo, sublinhou.

Para Jerónimo de Sousa, o encerramento da Saint-Gobain Sekurit é «um crime», já que se trata de uma empresa viável, cujos trabalhadores são jovens e qualificados, única no País na produção de vidro para a indústria automóvel. Nesse sentido, Portugal ficará sem um importante segmento produtivo caso se concretize a deslocalização da fábrica para outro país, acrescentou.

Entre sucessivos apelos à luta e garantias de que o PCP «não calará a sua voz» e não regateará esforços para apoiar as reivindicações laborais, o Secretário-geral do Partido dirigiu fortes críticas ao PS. Primeiro, notando a contradição de candidatos do PS aos órgãos municipais terem vindo junto dos trabalhadores quando o «Governo do seu partido se mantém calado». Depois, repudiando «o silêncio de chumbo» em que se refugia o primeiro-ministro António Costa, desdizendo a propagandeada intenção de reindustrializar o País.

É que não é possível anunciar reindustrializações e permitir o encerramento de uma unidade produtiva que faz falta a Portugal, que tem «todas as condições para recuperar após o impacto do surto epidémico», realçou ainda Jerónimo de Sousa, que se despediu cumprimentando um por um os trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit.

Essenciais

De Santa Iria de Azoia, a caravana da CDU seguiu para a EB1/JI da Portela, onde alunos do Conservatório de Música de Loures deram as boas-vindas. Ali, Bernardino Soares, o vereador da CM de Loures com o pelouro da Educação, Gonçalo Caroço, e o director do estabelecimento, Nuno Reis, foram os cicerones numa escola requalificada pela autarquia.

Na Educação, a obra da CDU em Loures é notável. Para além de um investimento sem precedentes nos equipamentos sob sua responsabilidade e a reclamação permanente, junto da Administração Central, para que faça o mesmo nas escolas sob sua alçada, a autarquia alcançou um desiderato invejável.

A abertura de 800 vagas no pré-escolar desde que a coligação PCP-PEV recuperou a Câmara ao PS, em 2013, foi um exemplo salientado na visita. Outro foi o salto dado no fornecimento de refeições a alunos de famílias carenciadas, que neste momento se cifra em mais de dois mil pequenos-almoços e no alargamento ao escalão B de rendimentos da gratuitidade da alimentação das crianças na escola.

De resto, depois de ter ficado a conhecer o novo refeitório, uma sala do pré-escolar equipada a pensar no conforto e facilitação da aprendizagem, e de ter sido informado do bom andamento de actividades promovidas com o apoio do município, como a adaptação ao meio aquático e o ensino da navegação no Tejo, Jerónimo de Sousa valorizou justamente a «capacidade de realização da CDU».

O Secretário-geral do PCP, chamou por isso à atenção não apenas para os avanços acima registados, mas ainda para o fornecimento de fichas escolares, para as quais o Governo recusa decretar gratuitidade, mas que a autarquia assegura a milhares de famílias contribuindo decisivamente para a melhoria das suas condições de vida.

O primeiro dia da caravana autárquica da CDU terminou com o Secretário-geral do Partido a deslocar-se, com José Alberto Quintino, recandidato à presidência da CM de Sobral de Monte Agraço, ao Centro de Saúde Local, onde confirmou «a necessidade de reforço do SNS em médicos e enfermeiros» para «dar resposta àquilo que ficou para trás em consequência da epidemia».