- Nº 2493 (2021/09/9)
Espaço Ciência

Conhecimento científico, pensamento crítico e progresso social

Festa do Avante!

Reflectindo a centralidade que o PCP reserva à cultura e ao conhecimento para a construção de uma sociedade mais justa, teve lugar na nossa Festa, na Quinta da Atalaia, nos passados dias 3,4 e 5, a exposição «100 anos do PCP e de Ciência em Portugal».

Neste ano em que a pandemia da COVID-19 continua a ser uma preocupação na nossa sociedade, a área da Festa do Avante! reservada à ciência teve de prescindir das habituais actividades marcadas por uma grande interacção humana. No entanto, não deixou de nos apresentar uma excelente exposição onde foram evidenciados, em quatro módulos, assuntos sobre as ciências sociais e ciências, as artes e as letras.

Na vasta área da exposição, esteve organizada, cronologicamente e de forma bem explícita, a informação sobre os principais acontecimentos, instituições e individualidades da ciência portuguesa, que foram contemporâneos da existência do Partido, entre 1921 e 2021. Para o efeito, foi usado material audiovisual, frisos com fotografias e textos, assim como a exposição em vitrines de exemplares de publicações de carácter científico que foram referência nestes últimos 100 anos.

Observações e evocações

A acompanhar a exposição, tiveram também lugar neste espaço três interessantes iniciativas. Na sexta-feira à noite realizou-se o evento «Júpiter e Saturno em Tempo Real, observações de astronomia», com a intervenção de Máximo Ferreira, um dos mais importantes cientistas e conhecido divulgador da ciência astronómica no nosso país.

No sábado, às 16 horas, no contexto do ciclo de debates «O partido tem memória, o futuro tem partido!», realizou-se uma conversa sobre a figura de Bento de Jesus Caraça, destacado antifascista e militante do Partido nas décadas de 1930 e 1940, fundador do MUNAF (1943) e do MUD (1945). Destacando-se como eminente matemático e professor universitário, foi ainda um importante divulgador científico através da sua obra escrita no âmbito da matemática e como fundador da Biblioteca Cosmos, que se assumiu, nessa época, como um marco na divulgação do progresso do conhecimento em Portugal.

No último dia da Festa teve ainda lugar um debate em torno da figura do pintor José Dias Coelho, destacado antifascista e militante comunista, que foi assassinado pela PIDE em 1961, então com 38 anos.

Uma vez mais, o espaço dedicado à ciência procurou, assim, valorizar e destacar a produção do conhecimento científico, do pensamento crítico e da divulgação do mesmo, em Portugal, elementos fundamentais para o progresso das sociedades humanas.


Rui Henriques