O que se poderá dizer acerca do comício da Festa que aproxime tanto quanto possível o que aqui se escreve do que lá se passou?
Podemos começar por destacar a imensa massa que nele participou. Gente de todas as idades, com experiências e percursos diferenciados, mas unida num mesmo combate emancipador, por si assumido todos os dias e em todas as circunstâncias. Nas empresas e nos locais de trabalho, nas escolas e nas universidades, nas autarquias e nas mais variadas expressões do movimento popular e associativo, nas aldeias, vilas e cidades do País. Com combatividade e coerência. Sem desfalecimentos.
Diremos também, porque sobressaiu, que a juventude e a JCP tiveram nele uma participação extraordinária. Pelo elevado número de jovens presentes, desde logo, mas sobretudo pela alegria, combatividade e determinação que revelaram do primeiro ao último momento. As mesmas que colocaram na construção e funcionamento da Festa e às quais deitarão mão, no futuro próximo, para as mil lutas que há a travar pelos direitos da juventude. Provando dessa forma, e uma vez mais, que tendo o Partido futuro (que é já presente), também O Futuro tem Partido, como se pôde ler na imensa faixa desfraldada pela JCP durante o comício.
É igualmente forçoso que reconheçamos a confiança que dele emanou. Em primeiro lugar, no colectivo, o mesmo que ergueu a Festa e a fez funcionar e que hoje dá continuidade a um Partido caldeado em cem anos de duras e exaltantes batalhas – como faziam questão de nos lembrar as dezenas de bandeiras vermelhas, com a foice e o martelo cruzados e a estrela de cinco pontas, hasteadas bem alto em redor do recinto do Palco 25 de Abril. Confiança que se estende aos trabalhadores e ao povo e à sua capacidade, já demonstrada, de trilharem os necessários caminhos de progresso e justiça social.
Evidenciaremos ainda o que ele representou de afirmação dos valores da paz, da amizade e da solidariedade, cada vez mais importantes em tempos, como aqueles em que vivemos, tão duramente marcados pela proliferação de guerras, agressões e bloqueios. Este internacionalismo, que é laço fraternal e trincheira, expressou-se ali nas palavras proferidas a partir do palco, nas bandeiras que ondulavam lado a lado com as do PCP, da JCP e da CDU (e tantas que eram, partidárias e nacionais, provenientes da Europa, de África, da Ásia e da América Latina), na presença dos membros das delegações internacionais entre os muitos milhares de participantes e no modo caloroso como estas foram saudadas quando, das enormes colunas sonoras, se ouvia o nome do respectivo país, partido ou organização.
E como passar ao lado da unidade que ele revelou? Da firmeza das convicções ali manifestada? Do entusiasmo característico dos revolucionários, tão presente no comício como na Festa?
Restam as palavras, as análises que expressam, as propostas que relevam, as orientações que apontam. Palavras proferidas da tribuna por Mónica Mendonça, da JCP, pelo membro da Comissão Política e director do Avante!, Manuel Rodrigues, e por Jerónimo de Sousa, Secretário-geral do PCP. Delas daremos conta nas páginas seguintes, com a certeza de que por ali passa muito do nosso futuro colectivo.