Indiferença do Governo contestada na Saint-Gobain

Os tra­ba­lha­dores da Saint-Go­bain Se­kurit (SGSP) di­ri­giram-se, dia 25, a An­tónio Costa, a quem exigem res­postas face ao des­pe­di­mento co­lec­tivo e en­cer­ra­mento da uni­dade pro­du­tiva de Santa Iria de Azoia.

Não é ad­mis­sível que o Go­verno lave as mãos como Pi­latos

A ma­ni­fes­tação partiu na manhã de sá­bado do Largo de Santos rumo à re­si­dência ofi­cial do Pri­meiro-Mi­nistro, onde di­ri­gentes sin­di­cais e tra­ba­lha­dores não foram re­ce­bidos nem pelo chefe do Go­verno nem se­quer por um as­sessor ou chefe de ga­bi­nete, de­nun­ciou Fá­tima Mes­sias, co­or­de­na­dora da Fe­de­ração Por­tu­guesa dos Sin­di­catos da Cons­trução, Ce­râ­mica e Vidro (FE­VICCOM).

Neste con­texto, a carta aberta subs­crita pela FE­VICCOM, pelo Sin­di­cato dos Tra­ba­lha­dores da In­dús­tria Vi­dreira e pela Co­missão de Tra­ba­lha­dores da SGSP foi dei­xada na por­taria. Na mis­siva, lembra-se que, «pas­sado um mês desde que foi di­vul­gada a in­tenção de des­pe­di­mento co­lec­tivo na SGSP», não se re­gista «qual­quer pro­nun­ci­a­mento por parte do Go­verno».

«Não é ad­mis­sível que o Go­verno lave as mãos como Pi­latos pe­rante um pro­cesso de des­pe­di­mento» le­vado a cabo por uma mul­ti­na­ci­onal «que, no pri­meiro se­mestre deste ano, teve lu­cros de 1298 mi­lhões de euros», acres­centa-se no texto, antes de se alertar que esta é «uma si­tu­ação tanto mais grave» quanto se sabe que «a mul­ti­na­ci­onal re­correu a ajudas do Es­tado com o lay-off sim­pli­fi­cado em 2020», pelo que, o exe­cu­tivo li­de­rado por An­tónio Costa não pode fugir às suas res­pon­sa­bi­li­dades.

No pro­testo no qual mar­caram pre­sença so­li­dária e in­ter­vi­eram mem­bros da União de Sin­di­catos de Lisboa, de vá­rios sin­di­catos da CGTP-IN e da Di­recção da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa do PCP, tra­ba­lha­dores da SGSP e as suas or­ga­ni­za­ções re­pre­sen­ta­tivas rei­te­raram que o que pre­tendem é a ma­nu­tenção dos postos de tra­balho e a re­toma da ac­ti­vi­dade na única em­presa que produz vidro para au­to­mó­veis no País.

Re­volta

Já na se­gunda-feira, 27, uma de­le­gação da FE­VICCOM reuniu no Mi­nis­tério do Tra­balho com os se­cre­tá­rios de Es­tado do Em­prego e Ad­junto do mi­nistro da Eco­nomia, mas no en­contro estes não as­su­miram qual­quer com­pro­misso, nem em ga­rantir al­ter­na­tivas de em­prego cre­dí­veis, nem em im­pedir o fecho da fá­brica em Santa Iria de Azoia.

An­te­ontem, após dez horas de reu­nião entre tra­ba­lha­dores e ad­mi­nis­tração da em­presa, esta rei­terou a in­tenção de en­cer­ra­mento e des­pe­di­mento co­lec­tivo. Os tra­ba­lha­dores reu­niram-se pos­te­ri­or­mente em ple­nário e a re­volta cresceu quando o pa­tro­nato chamou a po­lícia para o es­col­ta­raté às res­pec­tivas vi­a­turas.

Para hoje está con­vo­cado novo ple­nário na SGSP com o ob­jec­tivo de ava­liar novas formas de luta.

 

 



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