José Maria Neves eleito presidente de Cabo Verde

José Maria Neves, can­di­dato apoiado pelo PAICV, venceu à pri­meira volta a eleição pre­si­den­cial re­a­li­zada no do­mingo, 17, em Cabo Verde. An­tigo pri­meiro-mi­nistro (2001-2016), o novo chefe do Es­tado quer ser pre­si­dente de todos os cabo-ver­di­anos.

Novo chefe do Es­tado vai tra­ba­lhar para unir os cabo-ver­di­anos

O can­di­dato apoiado pelo Par­tido Afri­cano da In­de­pen­dência de Cabo Verde (PAICV), José Maria Neves, foi eleito pre­si­dente da Re­pú­blica de Cabo Verde, con­quis­tando cerca de 95 mil votos (51,5%) logo na pri­meira volta.

O pre­si­dente eleito já afirmou a von­tade de ser «um pre­si­dente que une, que pro­tege e que cuida» e ga­rantiu que será «um ár­bitro im­par­cial, um fis­ca­li­zador da acção go­ver­na­mental, um apa­zi­guador de con­flitos».

Atrás do ven­cedor ficou Carlos Veiga, an­tigo pri­meiro-mi­nistro (1991-2000), com 78 mil votos (42,1%). Foi apoiado pelo Mo­vi­mento para a De­mo­cracia (MpD) e pela União Ca­bo­ver­deana In­de­pen­dente e De­mo­crá­tica (UCID), par­tidos de di­reita.

Con­cor­reram mais cinco can­di­datos, que no total ob­ti­veram menos de 5% dos votos. Num uni­verso de quase 400 mil elei­tores, no ar­qui­pé­lago e na diás­pora, re­gistou-se uma abs­tenção de 51,7%.

Além de Carlos Veiga, ven­cido pela ter­ceira vez em elei­ções pre­si­den­ciais (por Pedro Pires, em 2001 e em 2006, e agora, por José Maria Neves), saem também der­ro­tados destas elei­ções a UCID e, so­bre­tudo, o MpD, par­tido do go­verno. O seu líder, Ulisses Silva, ac­tual pri­meiro-mi­nistro, pro­meteu «boa co­a­bi­tação» com o novo pre­si­dente da Re­pú­blica, em nome da «es­ta­bi­li­dade po­lí­tica» e da ne­ces­si­dade de ul­tra­passar a crise sa­ni­tária, so­cial e eco­nó­mica.

PCP saúda

O Se­cre­tário-geral do PCP en­de­reçou uma carta ao pre­si­dente eleito de Cabo Verde, trans­mi­tindo-lhe as «fe­li­ci­ta­ções dos co­mu­nistas por­tu­gueses pela sua eleição e de­se­jando-lhe os me­lhores su­cessos no exer­cício dessa mais alta res­pon­sa­bi­li­dade pe­rante o povo cabo-ver­diano».

Je­ró­nimo de Sousa su­bli­nhou igual­mente que o re­sul­tado al­can­çado «cons­titui uma im­por­tante e sig­ni­fi­ca­tiva vi­tória que con­tri­buirá para a de­fesa dos in­te­resses e das as­pi­ra­ções dos tra­ba­lha­dores e povo cabo-ver­diano, do de­sen­vol­vi­mento e pro­gresso so­cial, da so­be­rania e in­de­pen­dência na­ci­onal de Cabo Verde», ob­jec­tivos pre­sentes na longa luta do PAICV. E re­a­firmou o em­penho do PCP em con­tri­buir para o «es­trei­ta­mento dos laços de ami­zade, co­o­pe­ração e so­li­da­ri­e­dade» entre os dois países e os dois povos.




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