POR UM FUTURO MELHOR

«compromisso do PCP é com os trabalhadores e o povo»

Vivemos um momento marcado pela já anunciada dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições legislativas, por decisão do Presidente da República e com o acordo do PS, em que se vão agravando os problemas estruturais do País e em que a vida dos trabalhadores e do povo enfrenta novas dificuldades.


Entretanto, a comunicação social dominante vai levantando a voz para desvalorizar o incontornável papel do PCP nos avanços conquistados nos últimos seis anos. Ao mesmo tempo, o PS e o Governo apostam na sua vitimização, procurando deste modo ocultar que foi a sua intransigência que determinou a rejeição da proposta de OE para 2022, a pensar em eleições antecipadas e na desejada maioria absoluta. 


Quanto ao PSD, CDS e aos seus sucedâneos, procuram a todo o custo distanciar-se das sua diversass convergências com o Governo PS em todas as questões que serviram os grandes interesses económicos – legislação laboral, salários ou direitos sociais – e explorar o descontentamento com a degradação do SNS. Agem como se a sua acção governativa do passado ou o projecto reaccionário que os continua a guiar não estivessem também na origem dos problemas actuais e não contribuíssem para o seu agravamento.


O PCP não desejou as eleições. Mas também não as teme. Vai para estas eleições com um património político inigualável: esteve e está ao lado da luta do povo e dos trabalhadores; tem propostas para solucionar os problemas do País; foi pela sua acção que foi possível avançar, nos últimos anos, na defesa, reposição e conquista de direitos, na melhoria de salários e de reformas, na recuperação dos serviços públicos, medidas que influenciaram  positivamente o crescimento  económico e a criação de emprego. Foi pela sua acção, quando a epidemia atingiu níveis elevados, que foi possível garantir o direito à saúde dos portugueses com propostas de medidas de reforço do SNS e para assegurar salários por inteiro aos trabalhadores em layoff, e apoios sociais a quem tinha sido duramente atingido, nomeadamente os desempregados, os micro e pequenos empresários e os trabalhadores e agentes culturais, entre outros. 


O problema, portanto, não foram as propostas do PCP. O problema foram as limitações do PS. Foram as suas opções de subordinação às orientações da União Europeia e a sua submissão aos critérios do Euro – com a ditadura do défice – e de não afrontar os interesses do grande patronato.

São opções que o PS continua a assumir ao colocar essa submissão acima dos interesses dos trabalhadores e do povo e que o PCP não só não  aceita, como rejeita.  O PCP não abdica de exigir as soluções que fazem falta ao País.

E nem se diga que, com o voto do PCP contra a proposta de OE para 2022, se deitaram fora alguns pequenos avanços, aliás arrancados pela persistência do Partido. É o caso do aumento extraordinário das reformas e pensões.


De facto, o que o Governo apresentou na proposta de Orçamento para 2022 foi o aumento de 10 euros a partir de Agosto. E se não tivesse sido a insistência do PCP era aí que tinha ficado.


Se o Governo veio a admitir fazer o aumento a partir de Janeiro,pois que o faça porque há margem para o fazer. Não pode haver protelamentos, o PCP exige que esse aumento se concretize já em Janeiro e não apenas em Agosto.


O nosso País continua a precisar de soluções de fundo para os graves problemas que o afectam.


O reforço do PCP e da CDU é o caminho certo para que os próximos anos não sejam de retrocesso, mas de novas e importantes conquistas para os trabalhadores e o povo português.


De facto, é indispensável melhorar a situação dos trabalhadores com um aumento geral dos salários, que se traduza, não só num aumento substancial do Salário Mínimo, mas também na elevação do salário médio. É preciso valorizar as reformas, revogar as normas gravosas da legislação laboral, defender, reforçar e salvar o SNS, defender o direito à habitação, garantir os direitos dos pais e das crianças, promover a produção nacional e garantir justiça na distribuição da riqueza.


Continua a desenvolver-se a luta dos trabalhadores de que foi significativa expressão a greve da Administração Pública realizada na passada sexta-feira, exigindo melhores salários, carreiras dignas e uma avaliação justa e que contou com elevada adesão e forte impacto nacional.

Importa agora assumir como prioridade a mobilização para a manifestação nacional convocada pela CGTP-IN para o próximo sábado em Lisboa, fazendo dela uma importante jornada de luta pelo aumento dos salários, 35 horas para todos, contra a precariedade e em defesa da contratação colectiva bem como de exigência de uma política que defenda os trabalhadores e o povo.



Noutro plano, importa prosseguir a acção de reforço do PCP e dinamizar a sua iniciativa, de que foram momentos significativos, com a participação de Jerónimo de Sousa, as sessões políticas do PCP na Covilhã - «Álvaro Cunhal e a luta dos trabalhadores» - (assinalando o 108.º aniversário do seu nascimento, no âmbito das comemorações do Centenário do PCP), em Vila Nova de Famalicão e a iniciativa da JCP em Matosinhos, expressiva manifestação de combatividade, alegria e confiança, na afirmação dos direitos da juventude com relevo para o desfile com a participação de 400 jovens.


Como sublinhou Jerónimo de Sousa no Comício em Vila Nova de Famalicão no sábado passado, «hoje, como sempre, estamos ao lado dos trabalhadores, nas suas lutas, nos seus combates, na busca de soluções para o País. Hoje, como sempre, é com o PCP que conta quem trabalha ou trabalhou, quem tem uma pequena empresa, quem vive da agricultura de base familiar. Hoje, como sempre, estamos na primeira linha da luta por um futuro melhor, rejeitando os limites que nos querem impor.»