Rússia exige à NATO garantias de segurança

O pre­si­dente da Rússia ma­ni­festou a von­tade do seu país de ini­ciar ne­go­ci­a­ções subs­tan­tivas com os EUA e os seus ali­ados para al­cançar ga­ran­tias ju­rí­dicas que evitem a con­tínua ex­pansão da NATO para o Leste da Eu­ropa.

A NATO está há muito ins­ta­lada junto às fron­teiras da Rússia

Lusa

Vla­dimir Putin re­a­firmou que a ex­pansão da NATO é um tema pri­o­ri­tário para a di­plo­macia russa, vi­sando en­con­trar ga­ran­tias de se­gu­rança fiá­veis e de longo prazo para a nação euro-asiá­tica. Ad­vertiu que, «no diá­logo com os Es­tados Unidos da Amé­rica e seus ali­ados, in­sis­ti­remos na ela­bo­ração de acordos con­cretos que ex­cluam qual­quer novo avanço da NATO para Leste e a ins­ta­lação de sis­temas de armas que nos ame­acem nas ime­di­a­ções do ter­ri­tório russo».

O pre­si­dente russo es­pe­ci­ficou que Mos­covo re­quer ga­ran­tias ju­rí­dicas, já que os par­ceiros oci­den­tais «não cum­priram os seus com­pro­missos ver­bais». Lem­brou que, apesar das pro­messas desses países de que a NATO não se ex­pan­diria para Ori­ente, «a Ali­ança Atlân­tica fez exac­ta­mente o con­trário».

Putin mos­trou-se pre­o­cu­pado com a ati­tude de al­guns países em re­lação à Rússia, ten­tando por todos os meios travar o seu de­sen­vol­vi­mento, exercer pres­sões com san­ções e au­mentar as ten­sões junto das suas fron­teiras. Nesse sen­tido, re­alçou que as me­didas mi­li­tares adop­tadas por Mos­covo em res­posta às pro­vo­ca­ções da NATO são ade­quadas e chamou a atenção para «quão perto a infra-es­tru­tura mi­litar da Ali­ança Atlân­tica se apro­ximou das fron­teiras russas».

Apesar disso, rei­terou que o seu país não ameaça nin­guém e que as acu­sa­ções do Oci­dente sobre uma su­posta «agressão russa» à Ucrânia são uma des­culpa da NATO para des­locar mais equi­pa­mento mi­litar para perto das fron­teiras da Rússia.

Há muito que Mos­covo acusa os EUA, a NATO e a União Eu­ro­peia de mul­ti­plicar pro­vo­ca­ções – desde o in­cre­mento do nú­mero de na­vios de guerra e de aviões mi­li­tares junto das fron­teiras russas até aos exer­cí­cios mi­li­tares em países vi­zi­nhos.

Di­plo­macia e diá­logo

Os chefes da di­plo­macia da Rússia e dos EUA en­con­traram-se no dia 2 em Es­to­colmo, no quadro de uma reu­nião da Or­ga­ni­zação para a Se­gu­rança e a Co­o­pe­ração na Eu­ropa (OSCE).

Ser­guei La­vrov alertou para «o re­gresso do ce­nário de pe­sa­delo do con­fronto mi­litar» e apelou a que se en­contre uma so­lução para a es­ca­lada de ten­sões através de um diá­logo da Rússia com os EUA e os seus ali­ados.

Foi, en­tre­tanto, anun­ciada para terça-feira, 7 (já de­pois do fecho desta edição), uma reu­nião por vídeo-con­fe­rência entre os pre­si­dentes da Rússia, Vla­dimir Putin, e dos EUA, Joe Biden. O Kremlin e a Casa Branca con­fir­maram que a agenda in­cluiria as re­la­ções bi­la­te­rais e a apli­cação dos «en­ten­di­mentos» con­se­guidos em Ge­nebra, em Junho, aquando da ci­meira russo-norte-ame­ri­cana. E, claro, temas como a ex­pansão da NATO para Leste e a uti­li­zação da Ucrânia como ins­tru­mento da sua es­tra­tégia pro­vo­ca­tória e agres­siva.




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