Contra salário mínimo ao volante decididas concentrações

Du­rante a greve de dia 2, os tra­ba­lha­dores das em­presas pri­vadas de trans­porte ro­do­viário de pas­sa­geiros de­ci­diram, em ple­ná­rios, re­a­lizar con­cen­tra­ções em Coimbra e Lisboa, ainda este mês.

Os pa­trões querem mo­to­ristas com 710 euros em 2022, pouco mais que o SMN

«Na mai­oria das em­presas» deste sector, «os tra­ba­lha­dores es­ti­veram, no­va­mente, em greve pelo au­mento dos sa­lá­rios, que não é tra­du­zido nas pro­postas pa­tro­nais», in­formou a Fec­trans/​CGTP-IN, a meio da tarde de quinta-feira da se­mana pas­sada.

«No centro e norte do País, os ní­veis de adesão foram ele­vados», com em­presas e lo­cais de tra­balho onde a adesão va­riou entre 60 e 100 por cento, adi­antou a fe­de­ração, con­si­de­rando que tal «de­veria cons­ti­tuir uma lição para o pa­tro­nato per­ceber, de uma vez por todas, que o fu­turo deste sector não pode ser de baixos sa­lá­rios».

Na Ro­do­viária de Lisboa a greve pro­longou-se para dia 3.

Na PXM (Faro), do Grupo Bar­ra­queiro, foi de­ci­dido sus­pender a greve de dia 2, de­pois de mem­bros da ad­mi­nis­tração terem de­cla­rado que iriam de­cidir au­mentos sa­la­riais que sur­pre­en­derão todos.

Os tra­ba­lha­dores de­ci­diram «aguardar que ra­pi­da­mente a ad­mi­nis­tração apre­sente qual o au­mento sa­la­rial, para de­pois se ana­lisar se a sur­presa é po­si­tiva ou ne­ga­tiva», ex­plicou a Fec­trans, su­bli­nhando «a cer­teza de que já valeu a pena lutar, porque isso obrigou os pa­trões a terem de as­sumir o au­mento sa­la­rial».

Com quatro dias de greve re­a­li­zados (de­pois das pa­ra­li­sa­ções de 20 de Se­tembro, 1 de Ou­tubro e 22 de No­vembro), a fe­de­ração sa­li­entou que os tra­ba­lha­dores do sector «têm de­mons­trado que estão firmes e unidos nas suas rei­vin­di­ca­ções e formas de luta» e «rei­vin­dicam que o pa­tro­nato re­tome as ne­go­ci­a­ções, com pro­postas di­fe­rentes».

Quando os pa­trões in­ter­rom­peram as reu­niões com os sin­di­catos, há cerca de um mês, a as­so­ci­ação pa­tronal An­trop apre­sen­tara uma pro­posta de 1,5% (10,50 euros, para ven­ci­mentos-base de 700 euros) e o Grupo Transdev – de 10 euros.

Ao apelar à greve no dia 2, a Fec­trans e os seus sin­di­catos acu­saram o pa­tro­nato do sector de con­ti­nuar a querer uma ac­ti­vi­dade as­sente em sa­lá­rios baixos, no­tando que, as pro­postas pa­tro­nais ficam muito pró­ximas do sa­lário mí­nimo na­ci­onal anun­ciado para 2022 (705 euros).

A Fec­trans, numa pro­posta comum também subs­crita pelos sin­di­catos Sitra e SNM, de­fende um au­mento ime­diato do sa­lário-base dos mo­to­ristas (sem con­si­derar o sub­sídio de agente único e as diu­tur­ni­dades) para 750 euros, com igual per­cen­tagem para os de­mais tra­ba­lha­dores e também para o valor do sub­sídio de re­feição. O in­ter­valo de des­canso entre pe­ríodos la­bo­rais deve di­mi­nuir para o má­ximo de duas horas.

 

Na TST foi pos­sível

A com­provar que as pro­postas sin­di­cais podem ser apli­cadas, a Fec­trans des­tacou o re­sul­tado da luta dos tra­ba­lha­dores na Trans­portes Sul do Tejo. A partir de uma pro­posta sin­dical se­me­lhante à que foi apre­sen­tada à An­trop e à Transdev, ficou acor­dado um sa­lário-base de 725 euros, no se­gundo se­mestre de 2021, e de 750 euros, a partir de 1 de Ja­neiro de 2022.

Man­tendo o in­ter­valo de des­canso de duas horas, o acordo in­cluiu ainda au­mentos das diu­tur­ni­dades e do sub­sídio de re­feição.

O tra­balho pres­tado em dia de des­canso (sem pre­juízo do di­reito) é re­mu­ne­rado a 75 euros, sendo que a TST está a pagar aos tra­ba­lha­dores a di­fe­rença (ven­cida) para o efec­tivo valor que re­sulta do pa­ga­mento com acrés­cimo de 200 por cento.

 



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