Festejos de aniversário parciais na Autoeuropa e El Corte Inglés

A pro­pó­sito das ce­le­bra­ções dos 30 anos da VW Au­to­eu­ropa e dos 20 anos de El Corte In­glés, os sin­di­catos da CGTP-IN aler­taram que os tra­ba­lha­dores não têm assim tantos mo­tivos para fes­tejar.

A epi­demia sig­ni­ficou sa­cri­fí­cios, mas os lu­cros foram no­tá­veis

O grupo es­pa­nhol da grande dis­tri­buição co­mer­cial co­me­morou o 20.º ani­ver­sário da aber­tura da pri­meira loja em Por­tugal, no dia 23 de No­vembro, com um des­file de moda para o qual con­vidou per­so­na­li­dades fa­mosas do mundo do es­pec­tá­culo e da te­le­visão.

Para o 30.º ani­ver­sário da im­plan­tação da mul­ti­na­ci­onal au­to­móvel alemã em Pal­mela, foi or­ga­ni­zado um evento so­lene, a 26 de No­vembro, onde com­pa­re­ceram o Pre­si­dente da Re­pú­blica e o pri­meiro-mi­nistro, para apre­sentar o novo di­rector-geral e um novo mo­delo de vi­a­tura.

 

Com lu­cros, sem jus­ti­fi­cação

«Uma em­presa que ob­teve 142 mi­lhões de euros de lu­cros, no ano de 2020», mar­cado pela epi­demia de COVID-19, «não tem jus­ti­fi­cação para não me­lhorar as con­di­ções dos seus tra­ba­lha­dores», sa­li­entou o CESP, no nú­mero de No­vembro do bo­letim O Ver­da­deiro Verde, que o sin­di­cato edita para o pes­soal das lojas e ar­ma­zéns de El Corte In­glés.

Para o CESP, pas­saram «20 anos de in­jus­tiças e des­va­lo­ri­zação pro­fis­si­onal», o que ori­gina «des­mo­ti­vação e de­si­lusão dos tra­ba­lha­dores».

No­tando que, dos que es­ti­veram no início, «poucos ainda se mantêm na em­presa», o sin­di­cato afirma que os tra­ba­lha­dores «estão cada vez mais de­cep­ci­o­nados com a de­gra­dação a que têm as­sis­tido nos úl­timos anos». Num «pés­simo am­bi­ente de tra­balho», o sin­di­cato con­dena os baixos sa­lá­rios, que não são au­men­tados ou so­frem au­mentos dis­cri­mi­na­tó­rios; os ho­rá­rios com­ple­ta­mente des­re­gu­lados e as cons­tantes exi­gên­cias das che­fias; a falta de tra­ba­lha­dores e de con­di­ções la­bo­rais, in­cluindo au­sência de for­mação ade­quada.

«Pe­rante este ce­nário ver­go­nhoso», o CESP enu­merou as rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores, in­cluindo au­mento sa­la­rial de 90 euros para todos, com di­fe­ren­ci­ação de ní­veis pro­fis­si­o­nais.

Folga ao fim de cinco dias con­se­cu­tivos de tra­balho, al­guns au­mentos de sa­lá­rios, 25 dias de fé­rias e dia livre no ani­ver­sário do tra­ba­lhador foram «al­gumas con­quistas, ainda que in­su­fi­ci­entes», al­can­çadas «ao longo dos anos» e que mos­tram como «vale a pena lutar».

 

Ter­ceiro me­lhor ano

Na festa dos 30 anos do lan­ça­mento da pri­meira pedra da fá­brica, a ad­mi­nis­tração da VW Au­to­eu­ropa anun­ciou que, pelos re­sul­tados es­pe­rados, 2021 será «o ter­ceiro me­lhor ano de sempre, su­pe­rando o ano an­te­rior, já clas­si­fi­cado como tal», notou o SITE Sul, num co­mu­ni­cado de dia 6, as­si­na­lando que tal se ve­ri­fica num con­texto da epi­demia e da crise dos se­mi­con­du­tores.

«Já os tra­ba­lha­dores, obreiros do su­cesso da em­presa e dos seus pro­dutos», con­trapôs o sin­di­cato, «nem di­reito a cinco mi­nutos a mais de tempo de re­feição ti­veram, nesse dia, como forma de re­co­nhe­ci­mento do seu con­tri­buto in­dis­cu­tível, ao longo destes 30 anos de tra­balho in­tenso».

Em 2021, os tra­ba­lha­dores re­ce­beram «uma res­posta ne­ga­tiva às suas rei­vin­di­ca­ções, por parte da ad­mi­nis­tração», a qual «tenta também criar mais uma vez, um sen­ti­mento de ins­ta­bi­li­dade e apre­ensão quanto ao fu­turo, quando volta a ne­go­ciar as rei­vin­di­ca­ções dos tra­ba­lha­dores para o pró­ximo ano».

O SITE Sul re­pu­diou esta po­sição, bem como «as ten­ta­tivas de criar “bancos” de horas» e «quais­quer ou­tras me­didas que se tra­duzam em cortes de qual­quer tipo de ren­di­mentos ou di­reitos», aler­tando os tra­ba­lha­dores «para que se man­te­nham firmes, de­ter­mi­nados e in­ter­ven­tivos na de­fesa das suas rei­vin­di­ca­ções de sa­lá­rios, em­prego e di­reitos».

Para o sin­di­cato, «não bastam festas e pa­la­vras bo­nitas, exi­gimos o me­re­cido re­co­nhe­ci­mento através da va­lo­ri­zação do nosso tra­balho».

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Preocupados e determinados para defender a Efacec

Os pro­blemas ur­gentes do Grupo Efacec não têm so­lução e agravam-se, en­quanto o Go­verno mantém a ad­mi­nis­tração, não fis­ca­liza a forma como são gastas as verbas pú­blicas e in­siste na re­pri­va­ti­zação.

Acordo até dia 20 ou mais luta na Amarsul

Os trabalhadores da Amarsul definiram cinco pontos para um acordo e decidiram aguardar resposta positiva da administração até à próxima segunda-feira, dia 20. Reunidos no ecoparque de Palmela, no dia 9, em plenário promovido pela comissão intersindical (STAL e SITE Sul), aprovaram uma...