Só com o voto na CDU será possível resolver os problemas do Interior

Je­ró­nimo de Sousa par­ti­cipou em três ses­sões dis­tintas no pas­sado sá­bado, dia 18, nos dis­tritos de Bra­gança, Vila Real e Viseu. Os pro­blemas do In­te­rior e as as­si­me­trias do ter­ri­tório na­ci­onal ti­veram par­ti­cular des­taque ao longo do dia.

«O voto na CDU conta como ne­nhum outro para cons­truir um fu­turo me­lhor»

O dia co­meçou cedo em Ma­cedo de Ca­va­leiros, con­celho trans­mon­tano do dis­trito de Bra­gança. Os li­geiros graus ne­ga­tivos que se fi­zeram sentir ao longo da manhã não im­pe­diram os mi­li­tantes co­mu­nistas de par­ti­cipar na sessão pú­blica que tomou lugar no Centro Cul­tural de Ma­cedo de Ca­va­leiros.

Pas­sava pouco das 11 horas da manhã quando o grupo Gai­teiros do Mo­ga­douro, em con­junto com os res­tantes que lá es­tavam, re­ce­beram o Se­cre­tário-geral do PCP com os sons tra­di­ci­o­nais e o calor hu­mano, ambos tí­picos da­quela terra.

«A eleição de de­pu­tados para a As­sem­bleia da Re­pú­blica co­loca-nos pe­rante o de­safio, que é também uma opor­tu­ni­dade, de criar con­di­ções para res­ponder aos muitos e graves pro­blemas que o nosso País en­frenta», co­meçou por afirmar Je­ró­nimo de Sousa, re­fe­rindo-se aos pro­blemas que são o re­sul­tado de dé­cadas de po­lí­tica de di­reita. «Uma po­lí­tica pela qual res­pondem, nos seus as­pectos es­tru­tu­rantes, tanto o PS como o PSD», que, jun­ta­mente com o CDS-PP, par­ti­lham em con­junto a «res­pon­sa­bi­li­dade por dé­cadas de aban­dono do In­te­rior e da­queles que re­sistem em ha­bitá-lo», acusou.

«Dé­cadas de des­po­vo­a­mento, de­ser­ti­fi­cação eco­nó­mica, in­su­fi­ci­ente in­ves­ti­mento pú­blico, de­sin­ves­ti­mento e en­cer­ra­mento de ser­viços pú­blicos», têm con­tri­buído para o aban­dono destas po­pu­la­ções que cada vez mais estão «en­tre­gues à sua sorte», acres­centou o líder co­mu­nista.

Em Bra­gança, a fa­lência dos ser­viços pú­blicos é gri­tante, com par­ti­cular evi­dência para as va­lên­cias do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde (SNS). Como exem­pli­ficou o Se­cre­tário-geral, na­quele dis­trito trans­mon­tano, o único equi­pa­mento exis­tente para re­a­lizar res­so­nân­cias mag­né­ticas per­tence ao sector pri­vado, que assim «faz ne­gócio em­bol­sando re­cursos pú­blicos, à conta da re­cusa do Es­tado em in­vestir no SNS».

Para o PCP e para as res­tantes força que com­põem a CDU «este não é o ca­minho». São pre­cisas so­lu­ções que, por exemplo, travem a saída de gente para a emi­gração, muitos deles jo­vens, que estão a ser pri­vados do di­reito de serem fe­lizes no seu País; ou so­lu­ções que com­batam a sig­ni­fi­ca­tiva quebra de­mo­grá­fica que os re­sul­tados pro­vi­só­rios dos Censos de 2021, pu­bli­cados pelo Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­tica, con­fir­maram na se­mana pas­sada.

«É uma honra en­ca­beçar esta lista. Uma lista com­posta por gente tra­ba­lha­dora, jovem, fi­lhos da terra que co­nhecem bem as grandes di­fi­cul­dades da re­gião», afirmou Joana Mon­teiro, pri­meira can­di­data da CDU por Bra­gança para as elei­ções le­gis­la­tivas de dia 30 de Ja­neiro. «Ofi­ci­al­mente somos seis os rostos desta lista, mas ao nosso lado neste ca­minho que vamos per­correr temos um grande co­lec­tivo», acres­centou.

Terra du­ri­enses

Já em Vila Real, para uma sessão pú­blica no Au­di­tório do Ar­quivo Dis­trital de Vila Real, Je­ró­nimo de Sousa co­meçou por lem­brar o 20.º ani­ver­sário da ele­vação, pela UNESCO, do Alto Douro Vi­nha­teiro a Pa­tri­mónio da Hu­ma­ni­dade. «Uma dis­tinção mais do que justa, de um ter­ri­tório que as mãos dos ho­mens mol­daram», afirmou.

«Uma re­gião onde o vinho se vende mais do que nunca, a um preço mais ele­vado do que nunca, mas onde, ao mesmo tempo, as uvas são pagas aos pe­quenos pro­du­tores a preços que não com­pensam a pro­dução», ela­borou o di­ri­gente co­mu­nista.

Aquela re­gião do Douro re­pre­senta mais uma da inú­meras con­tra­di­ções que existem no ter­ri­tório na­ci­onal: uma re­gião de uma ex­tra­or­di­nária e re­co­nhe­cida be­leza e ri­queza, com um enorme po­ten­cial, mas onde, por outro lado, a po­pu­lação con­tinua a di­mi­nuir, con­ti­nuam a não existir as ne­ces­sá­rias con­di­ções para a fi­xação dos jo­vens e onde grassa a po­breza.

Para Je­ró­nimo de Sousa, o voto na CDU é o que para a re­so­lução de pro­blemas como os que a po­pu­lação do Alto Douro en­frenta, re­gião onde são pre­cisas, por exemplo, me­didas con­cretas que as­se­gurem uma efec­tiva re­gi­o­na­li­zação, o au­mento e pro­tecção da de­fesa na­ci­onal ou va­lo­rizar o preço pago pelas uvas aos pro­du­tores.

José Mi­guel Fer­nandes, agri­cultor e ca­beça-de-lista da CDU na­quele cír­culo elei­toral, afirmou, por sua vez, que aquela can­di­da­tura tem como ob­jec­tivo «estar junto das po­pu­la­ções e do povo para iden­ti­ficar os pro­blemas e apre­sentar as so­lu­ções para os pro­blemas do dis­trito». «Temos can­di­datos que co­nhecem, como mais nin­guém, os pro­blemas e as as­si­me­trias exis­tentes, mas que, de igual modo, sabem bem das po­ten­ci­a­li­dades da re­gião que têm sido de­sa­pro­vei­tadas por força da po­lí­tica de di­reita», sa­li­entou.

«Erguer cravos»

Em Viseu, no final do dia, du­rante um jantar-co­mício que acon­teceu na Es­cola Dr. Aze­redo Per­digão, em Abra­veses, Ale­xandre Hoff­mann, o pri­meiro can­di­dato da CDU, afi­ançou que na­quele dis­trito já passou a hora de «plantar rosas ou de co­lher la­ranjas» e que nas pró­ximas elei­ções le­gis­la­tivas o mo­mento é para «er­guer cravos».

No dis­trito vi­se­ense, a CDU avança com um pro­jecto de «de­sen­vol­vi­mento ter­ri­to­rial, justo, pa­trió­tico e de es­querda». «Um pro­jecto de pro­gresso cul­tural, eco­nó­mico e so­cial, de di­mensão co­lec­tiva», as­se­gurou o can­di­dato.

«Es­tamos numa re­gião mar­cada pela pre­sença de um tipo de pro­pri­e­dade es­pe­cial, a pro­pri­e­dade co­mu­ni­tária, onde res­saltam os bal­dios, que devem cons­ti­tuir a base de uma outra po­lí­tica flo­restal», men­ci­onou já Je­ró­nimo de Sousa.

Nos úl­timos seis anos, pela ini­ci­a­tiva da CDU, foram pos­sí­veis avanços na de­fesa dos bal­dios com a re­vo­gação da lei do PSD e CDS que vi­sava a sua pri­va­ti­zação, para além de ou­tros avanços na di­na­mi­zação da gestão po­pular destes ter­renos.

«Um passo de que nos or­gu­lhamos, mas que o PS agora vem tentar fazer re­gredir, ao es­ta­be­lecer apoios para os bal­dios que estão em co-gestão do ICNF que não atribui aos que estão em gestão au­tó­noma», la­mentou o líder co­mu­nista.

Para o Se­cre­tário-geral, uma voz da CDU em Viseu equi­vale a uma voz que de­fende a va­lo­ri­zação do tra­balho, dos tra­ba­lha­dores e que «não pede des­culpa ao grande pa­tro­nato»

 

Can­di­datos para re­sistir

Na sessão de Bra­gança, já de­pois da en­trega da lista da CDU que acon­teceu no dia 16, foram apre­sen­tados os vá­rios can­di­datos. A lista é en­ca­be­çada por Joana Mon­teiro, 31 anos, en­fer­meira, que é se­guida por Márcio Pi­nheiro, 33 anos, mon­tador e Ma­nuel Ma­teus, 36 anos, ope­rador de su­per­mer­cado.

Em Vila Real, José Mi­guel Fer­nandes, 53 anos, agri­cultor, en­ca­beça a lista da CDU. Se­guem-se Júlia Vi­o­lante, 65 anos, pro­fes­sora; Inês Tor­rado da Silva, 57 anos, mé­dica; An­tónio Se­rafim, 66 anos, téc­nico ad­mi­nis­tra­tivo; José Mou­tinho, 30 anos, enó­logo.

Para Viseu, a CDU apre­senta Ale­xandre Hoff­mann, 33 anos, bió­logo, como ca­beça-de-lista, se­guido por Maria Bar­bosa, 38 anos, bol­seira de in­ves­ti­gação ci­en­tí­fica e ar­queó­loga; Nuno Coimbra, 19 anos, es­tu­dante uni­ver­si­tário; Isabel Pires, 51 anos, pro­fes­sora; Maria Pires, 60 anos, pro­fes­sora, Telmo Reis, 43 anos, ope­rário; An­tónio dos Santos, 67 anos, téc­nico de far­mácia apo­sen­tado e Sara Car­valho, 40 anos, cos­tu­reira es­pe­ci­a­li­zada.

 



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