Frente Comum deixou ao Governo reivindicações como prendas

Junto da ár­vore de Natal, no Rossio, em Lisboa, di­ri­gentes da Frente Comum de Sin­di­catos da Ad­mi­nis­tração Pú­blica co­lo­caram prendas, sim­bo­li­zando as exi­gên­cias dos tra­ba­lha­dores ao poder po­lí­tico.

Vai co­meçar o 13.º ano de «sa­lá­rios per­fei­ta­mente es­tag­nados»

«Dei­xamos os pre­sentes ao Go­verno ac­tual e ao que há-de vir, cha­mamos à res­pon­sa­bi­li­dade os par­tidos po­lí­ticos que agora se apre­sentam a elei­ções e vamos, com cer­teza, mo­bi­lizar os mais de 700 mil tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica, para que, no dia 30 de Ja­neiro, exerçam o seu di­reito ao voto no sen­tido de ga­rantir que as suas rei­vin­di­ca­ções são sa­tis­feitas e que os ser­viços que prestam à po­pu­lação são me­lho­rados», afirmou o co­or­de­nador da Frente Comum.

Num breve de­poi­mento, Se­bas­tião San­tana con­si­derou que, em­bora se es­teja a viver uma época fes­tiva, «os tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Pú­blica não têm muitos mo­tivos para fes­tejar». As prendas ali dei­xadas re­pre­sentam «as so­lu­ções para os pro­blemas que os tra­ba­lha­dores en­frentam».

O di­ri­gente in­sistiu que «basta de nos ba­terem palmas sem nos va­lo­ri­zarem», as­si­na­lando que, em Ja­neiro, os tra­ba­lha­dores vão en­trar «no 13.º ano de sa­lá­rios per­fei­ta­mente es­tag­nados».

Para «mudar este rumo», «é im­por­tante que este Go­verno, que ainda está em fun­ções, apre­sente so­lu­ções, desde já, e que o Go­verno que emanar das elei­ções le­gis­la­tivas res­ponda às rei­vin­di­ca­ções que são cen­trais para nós», des­ta­cando-se os au­mentos sa­la­riais e ou­tras ma­té­rias pe­cu­niá­rias, como o sub­sídio de re­feição e o su­ple­mento de in­sa­lu­bri­dade e pe­no­si­dade.

De igual forma, exigiu Se­bas­tião San­tana, «é im­por­tante va­lo­rizar os ser­viços pú­blicos, de uma forma sus­ten­tada e ob­jec­tiva», su­bli­nhando o caso do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde.

Os di­ri­gentes sin­di­cais reu­niram-se no Rossio, ao final da manhã de dia 21, quarta-feira. Junto da ár­vore de Natal, em­pi­lharam caixas de cartão com sím­bolos da Frente Comum e ins­cri­ções, como «au­mento de 90 euros para todos», «au­mento das pen­sões de apo­sen­tação e re­forma, «35 horas para todos os tra­ba­lha­dores», «sub­sídio de re­feição de 7,50 euros», «ADSE pú­blica e so­li­dária», «des­con­ge­la­mento das pro­mo­ções e pro­gres­sões», «re­vo­gação do SI­ADAP», «su­ple­mento de in­sa­lu­bri­dade, pe­no­si­dade e risco», «25 dias de fé­rias e ma­jo­ra­ções».

Em­pu­nhando ban­deiras, os di­ri­gentes também can­taram, com mú­sica pró­pria da oca­sião, «É Natal, é Natal / A vida está mal. / Prós sa­lá­rios au­mentar / Temos de lutar».

Na pri­meira quin­zena de De­zembro, o STAL (que in­tegra a Frente Comum) ini­ciou uma acção, de âm­bito na­ci­onal, de­co­rando ár­vores em praças de ci­dades e vilas, para «dar ex­pressão pú­blica à exi­gência de res­postas aos pro­blemas dos tra­ba­lha­dores da Ad­mi­nis­tração Local e Re­gi­onal», como re­feriu o sin­di­cato, ao pu­blicar no seu site ima­gens de al­gumas de­zenas de lo­cais.

Em Braga, junto à Ar­cada, na Ave­nida da Re­pú­blica, a União dos Sin­di­catos do dis­trito co­locou, dia 14, o já tra­di­ci­onal «Pi­nheiro de Natal dos Tra­ba­lha­dores». As rei­vin­di­ca­ções que ali fi­caram ex­postas foram também ex­pli­cadas em in­ter­ven­ções de di­ri­gentes da USDB e de vá­rios sin­di­catos.

 

Greve em San­tarém

Pelo pa­ga­mento dos re­tro­ac­tivos (Ja­neiro e Fe­ve­reiro) do su­ple­mento de pe­no­si­dade e in­sa­lu­bri­dade, os tra­ba­lha­dores da re­colha de re­sí­duos (De­par­ta­mento de Am­bi­ente, Sus­ten­ta­bi­li­dade e Es­paço Pú­blico) da Câ­mara Mu­ni­cipal de San­tarém, fi­zeram greve no dia 27, se­gunda-feira, com uma adesão de 90 por cento.

Nova pa­ra­li­sação está mar­cada para 3 de Ja­neiro, pro­cu­rando que a CMS faça o pa­ga­mento e ponha termo a um di­fe­rendo que se ar­rasta desde Abril.

An­tónio Fi­lipe, membro do Co­mité Cen­tral do PCP, de­pu­tado e ca­beça-de-lista da CDU para as elei­ções de 30 de Ja­neiro, re­a­firmou junto do pi­quete a so­li­da­ri­e­dade do Par­tido para com esta luta.

 



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