Prisioneiros palestinianos elevam luta contra detenções arbitrárias

Cerca de 500 pa­les­ti­ni­anos en­car­ce­rados no quadro da cri­mi­nosa po­lí­tica de de­tenção ad­mi­nis­tra­tiva apli­cada por Is­rael co­me­çaram, no dia 1 de Ja­neiro, a boi­cotar os tri­bu­nais is­ra­e­litas em pro­testo contra a sua re­clusão.

Em No­vembro, 4550 pa­les­ti­ni­anos es­tavam presos nos cár­ceres de Is­rael

A As­so­ci­ação de Pri­si­o­neiros Pa­les­ti­ni­anos re­velou que os presos po­lí­ticos adop­taram um boi­cote sem pre­ce­dentes contra os pro­ce­di­mentos ju­di­ciais re­la­ci­o­nados com a de­tenção ad­mi­nis­tra­tiva para «de­nun­ciar essa farsa». Acusou os ser­viços de se­gu­rança is­ra­e­litas de uti­lizar tal ex­pe­di­ente para os manter de­tidos.

Os res­tantes pri­si­o­neiros pa­les­ti­ni­anos ra­ti­fi­caram o seu apoio pleno a essa de­cisão e ape­laram à po­pu­lação da Cis­jor­dânia e da faixa de Gaza para que siga essa di­rec­tiva.

Cri­ti­cada pela ONU e por grupos de de­fesa dos di­reitos hu­manos, a cha­mada de­tenção ad­mi­nis­tra­tiva é uti­li­zada por Is­rael para prender pa­les­ti­ni­anos por prazos re­no­vá­veis que cos­tumam os­cilar entre três e seis meses, com base em provas não di­vul­gadas a que nem os ad­vo­gados dos acu­sados têm acesso.

Nu­me­rosos pa­les­ti­ni­anos en­car­ce­rados no âm­bito dessa po­lí­tica ini­ciam greves de fome in­de­fi­nidas para de­nun­ciar os seus casos e forçar as au­to­ri­dades is­ra­e­litas a li­bertá-los.

No final de No­vembro, 4550 pa­les­ti­ni­anos es­tavam presos nos cár­ceres de Is­rael, in­cluindo 32 mu­lheres e 170 me­nores. Em De­zembro, as pri­si­o­neiras pa­les­ti­ni­anas le­varam a cabo um pro­testo para de­nun­ciar a re­pressão exer­cida pelos fun­ci­o­ná­rios do Ser­viço Pe­ni­ten­ciário de Is­rael.

Em Por­tugal, o Mo­vi­mento pelos Di­reitos do Povo Pa­les­ti­niano e pela Paz no Médio Ori­ente (MPPM), entre ou­tras or­ga­ni­za­ções, como o CPPC, tem de­nun­ciado a si­tu­ação ina­cei­tável e de­su­mana à qual as au­to­ri­dades is­ra­e­litas su­jeitam mi­lhares de pa­les­ti­ni­anos presos através de pro­cessos ad­mi­nis­tra­tivos – de­tenção sem acu­sação e sem culpa for­mada, pror­ro­gável in­de­fi­ni­da­mente – e em par­ti­cular «os ac­ti­vistas pa­les­ti­ni­anos em greve de fome, que correm pe­rigo de vida».




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