No reforço da CDU as soluções para o País

Por­tugal pre­cisa de so­lu­ções para os pro­blemas e de com­bater a ex­plo­ração, as de­si­gual­dades e in­jus­tiças, re­a­firma o PCP, que in­siste que tais so­lu­ções existem e que a sua con­cre­ti­zação passa pelo re­forço da CDU e pela re­cusa de uma mai­oria ab­so­luta do PS.

O País pre­cisa de so­lu­ções e elas existem

Esta é a grande questão que está co­lo­cada aos elei­tores no pró­ximo dia 30, con­si­derou o pre­si­dente do Grupo Par­la­mentar do PCP, em de­cla­ração po­lí­tica pro­fe­rida dia 6 na Co­missão Per­ma­nente da As­sem­bleia da Re­pú­blica.

O que está em jogo, por ou­tras pa­la­vras, é saber se se ga­rante ou não uma linha de pro­gresso, con­tra­ri­ando «os ob­jec­tivos do grande ca­pital de agra­va­mento da ex­plo­ração, das in­jus­tiças, e de­si­gual­dades, da ca­na­li­zação dos fundos pú­blicos para os lu­cros e os di­vi­dendos que saem do País para os pa­raísos fis­cais».

João Oli­veira deixou por isso claro que pe­rante a pos­tura do PS, a quem acusou de ter pre­fe­rido «co­locar a am­bição da mai­oria ab­so­luta à frente das ne­ces­si­dades do País», o que está por apurar é se «tem su­cesso no seu plano para a mai­oria ab­so­luta ou se o povo por­tu­guês re­cusa essa mai­oria ab­so­luta do PS e re­força a CDU».

É que as con­sequên­cias de uma mai­oria ab­so­luta do PS, ad­vertiu o líder par­la­mentar co­mu­nista, são por de­mais co­nhe­cidas: sig­ni­fi­caria ficar de «mãos li­vres du­rante quatro anos para fazer a po­lí­tica que bem en­ten­desse, in­cluindo o ali­nha­mento com PSD, CDS e os seus su­ce­dâ­neos», com o que isso com­por­taria de re­tro­cesso e de agravar da in­jus­tiça.

Es­pe­rança e con­fi­ança
Alvo de crí­tica se­vera na de­cla­ração po­lí­tica foi en­tre­tanto a ar­ro­gância com que o PS re­clama hoje a mai­oria ab­so­luta como única so­lução, fe­chando a porta às con­ver­gên­cias que antes dizia de­fender. Para o pre­si­dente da ban­cada co­mu­nista, tal con­duta só pode ter uma res­posta da parte do povo por­tu­guês: um ro­tundo não a uma mai­oria ab­so­luta do PS e o si­mul­tâneo re­forço da CDU, «como força de­ci­siva da con­ver­gência que faz falta para que haja res­posta aos pro­blemas na­ci­o­nais».

A ideia de que há so­lu­ções e de que há saída para os pro­blemas foi de resto con­vic­ta­mente re­a­fir­mada por João Oli­veira. Essa é a pers­pec­tiva que o PCP aponta ao povo por­tu­guês, ontem como hoje, lem­brou, su­bli­nhando que é com a «luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, com a luta dos de­mo­cratas e pa­tri­otas, com a res­posta às suas justas rei­vin­di­ca­ções, an­seios e as­pi­ra­ções que se cons­trói esse fu­turo de de­mo­cracia, li­ber­dade, igual­dade e jus­tiça so­cial».

A mesma pers­pec­tiva de «es­pe­rança e con­fi­ança» que, no pas­sado re­cente, apontou ca­minho para a der­rota da po­lí­tica dos PEC e do pacto de agressão da troika e para afastar PSD e CDS do go­verno, re­cordou o líder par­la­mentar co­mu­nista, ob­ser­vando que foi ainda graças a essa pers­pec­tiva que nos úl­timos anos foi pos­sível vencer as re­sis­tên­cias do PS a im­por­tantes me­didas como o au­mento de sa­lá­rios e pen­sões, aos ma­nuais es­co­lares e cre­ches gra­tuitas, à re­dução do preço dos passes dos trans­portes e a tantas e tantas ou­tras que ti­veram im­pacto po­si­tivo na vida de mi­lhões de por­tu­gueses.


Vi­ti­mi­zação do PS não ca­mufla re­cusa de so­lu­ções

João Oli­veira de­mons­trou na sua in­ter­venção que a am­bição do PS pela mai­oria ab­so­luta foi mais forte que a von­tade de dar res­posta aos pro­blemas e às ne­ces­si­dades do País. «Re­cu­sando as so­lu­ções apre­sen­tadas pelo PCP, re­cu­sando re­pe­ti­da­mente sair das suas po­si­ções ini­ciais, o Go­verno PS im­pediu que o Or­ça­mento fosse apro­vado, de forma a poder ir para elei­ções fa­zendo-se de ví­tima», acusou, de­pois de in­sistir na ideia de que o «País não pre­ci­sava de elei­ções, pre­ci­sava de so­lu­ções».

«Como é que se ex­plica que, em plena pan­demia, o Go­verno PS tenha re­cu­sado me­didas con­cretas de re­forço do SNS e da sua ca­pa­ci­dade de res­posta ou me­didas para travar o au­mento das rendas de casa e os des­pejos?», ques­ti­onou-se, não vendo também ex­pli­cação para que te­nham sido re­cu­sadas ou­tras so­lu­ções, como, por exemplo, o re­forço da pro­tecção dos de­sem­pre­gados, a re­cu­pe­ração do poder de compra per­dido pelos re­for­mados, ou a re­vo­gação de normas la­bo­rais que fazem ca­ducar os con­tratos co­lec­tivos de tra­balho dos tra­ba­lha­dores e im­pedem a su­bida dos sa­lá­rios.

Mas mais do que a iden­ti­fi­cação dos pro­blemas na­ci­o­nais para os quais é pre­ciso en­con­trar res­postas, o que João Oli­veira com­provou foi a exis­tência de so­lu­ções para os mesmos: elas «existem, foram pro­postas pelo PCP e po­diam até já ser uma re­a­li­dade», não se ti­vesse dado o caso de o PS ter pre­fe­rido «juntar os seus votos aos votos de PSD, CDS, IL e Ch para as re­jeitar».

E os nú­meros, a este res­peito, são elo­quentes: «só nos úl­timos dois anos foram cento e oito os pro­jectos de lei e cen­tenas as pro­postas apre­sen­tadas pelo PCP nos or­ça­mentos do Es­tado que foram re­jei­tadas pelo ali­nha­mento do PS com a di­reita», la­mentou o líder par­la­mentar co­mu­nista.