Só a força da CDU conta para garantir avanços

Je­ró­nimo de Sousa par­ti­cipou, no fim-de-se­mana, em ac­ções da CDU em Grân­dola, Pal­mela e Sintra. Em todas, de­mons­trou o papel de­ter­mi­nante do PCP e do PEV na re­cu­pe­ração de di­reitos rou­bados pelo go­verno PSD/​CDS e na con­quista de ou­tros, iné­ditos. «O re­sul­tado da CDU é que vai de­ter­minar se o ca­minho é para avançar ou para a es­tag­nação e o re­tro­cesso», ga­rantiu.

Se ti­vesse exis­tido uma mai­oria ab­so­luta, muitos dos avanços al­can­çados não te­riam sido con­cre­ti­zados

«CDU, força de­ci­siva ao teu lado todos os dias» é o lema da co­li­gação PCP-PEV para as elei­ções le­gis­la­tivas do pró­ximo dia 30. E é, so­bre­tudo, uma re­a­li­dade con­creta, com­pro­vável pela acção diária das forças que a com­põem e pela his­tória re­cente do País. Nas in­ter­ven­ções que pro­feriu, o Se­cre­tário-geral do PCP e pri­meiro can­di­dato da CDU pelo cír­culo elei­toral de Lisboa su­bli­nhou isto mesmo: «o que ga­rantiu no pas­sado e ga­ran­tirá no fu­turo a pos­si­bi­li­dade de novos avanços é a força da CDU.»

As con­quistas dos úl­timos anos «dei­xaram uma marca na vida dos por­tu­gueses», afirmou Je­ró­nimo de Sousa, lem­brando o au­mento dos sa­lá­rios e das pen­sões, a re­po­sição de fe­ri­ados, a con­sa­gração do passe so­cial in­ter­modal, a gra­tui­ti­dade dos ma­nuais es­co­lares e, a partir de Se­tembro, também das cre­ches. «Se ti­vesse exis­tido uma mai­oria ab­so­luta não teria sido pos­sível con­quistar muitos destes di­reitos», acres­centou.

Aliás, a mai­oria ab­so­luta «que o PS am­bi­ciona, ou as so­lu­ções de bloco cen­tral, formal ou in­formal, que o PS não en­jeita e que o Pre­si­dente da Re­pú­blica e o poder eco­nó­mico andam a pa­tro­cinar», iriam servir para re­tomar e apro­fundar a po­lí­tica de di­reita, «pela qual res­pondem, nos seus as­pectos es­tru­tu­rantes, tanto o PS como o PSD», afirmou o Se­cre­tário-geral do PCP. Não é, pois, «es­ta­bi­li­dade» o que am­bi­ci­onam, mas sim, «a partir do con­forto (e da ar­ro­gância!) da mai­oria ab­so­luta, fugir à so­lução dos pro­blemas e levar a cabo as po­lí­ticas que só trazem mais in­cer­teza e ins­ta­bi­li­dade à vida do povo».

Au­mentar sa­lá­rios e pen­sões

Em des­taque es­teve o au­mento do sa­lário mí­nimo e do sa­lário médio, com Je­ró­nimo de Sousa a re­alçar que o de­bate em torno desta questão «não se faz, de forma séria, ati­rando para o ar pro­messas as­so­ci­adas a um qual­quer ho­ri­zonte lon­gínquo e dis­so­ci­adas de me­didas con­cretas».

Ao con­trário do PS, PSD e ou­tros, que «gostam muito de es­ta­be­lecer metas lon­gín­quas para des­vi­arem a atenção dos au­mentos ne­ces­sá­rios no pre­sente», o PCP e a CDU con­tra­põem que «é aqui e agora que os sa­lá­rios pre­cisam de ser subs­tan­ci­al­mente au­men­tados»: 850 euros de sa­lário mí­nimo em 2023, atin­gindo ao longo deste ano os 800 euros, «ob­jec­tivo re­a­lista e pos­sível de al­cançar».

Ainda na área la­boral, con­si­derou que «vir agora, em tempo de cam­panha elei­toral, dizer que se quer re­flectir sobre a se­mana de quatro dias, é de um enorme ci­nismo e de uma re­ma­tada hi­po­crisia, quando se em­purra mi­lhares de tra­ba­lha­dores para bancos de horas». Essa é «uma ma­nobra para fugir à dis­cussão sobre o que in­te­ressa dis­cutir hoje: o fim dos abusos no tra­balho por turnos, a re­gu­lação dos ho­rá­rios de tra­balho e a sua re­dução, sem perda de sa­lário».

Já re­la­ti­va­mente às pen­sões, Je­ró­nimo de Sousa es­cla­receu «uma men­ti­ra­zinha, uma men­ti­rola» que está a ser pro­pa­gan­deada: «É uma fal­si­dade dizer-se que não se pode au­mentar as pen­sões agora, em Ja­neiro, porque não há Or­ça­mento apro­vado», su­bli­nhou, lem­brando que «o pri­meiro-mi­nistro disse o con­trário, há pouco mais de um mês, afir­mando que podia au­mentar, mas não queria». Com ati­tudes destas, «usa-se os pen­si­o­nistas como arma elei­toral», mas, «de facto, o au­mento das pen­sões e das re­formas só não acon­tece, porque o Go­verno não quer».

Cri­ti­cando as ten­ta­tivas do Go­verno de se apro­priar de avanços aos quais tanto re­sistiu, quando o PCP os propôs com in­sis­tência, Je­ró­nimo de Sousa as­se­gurou que se «du­rante os úl­timos cinco anos as pen­sões de valor mais baixo foram au­men­tadas em 50 euros, isso é obra do PCP». «Se de­pen­desse do PS, ne­nhum dos au­mentos de 10 euros teria acon­te­cido nestes anos», con­cluiu, es­pe­rando que «al­guém se lembre de lhes per­guntar o que pensam fazer em 2023 e em 2024 em ma­téria de pen­sões e re­formas». Di­zendo a ver­dade, te­riam de res­ponder: «aplicar a lei do con­ge­la­mento como fi­zeram, sempre que es­ti­veram so­zi­nhos, uns e ou­tros».

Pelo di­reito à saúde

A de­fesa e va­lo­ri­zação do SNS foi outro tema forte do fim-de-se­mana, com o di­ri­gente co­mu­nista a lem­brar o «for­tís­simo ataque» a que está a ser su­jeito vi­sando a al­te­ração da sua na­tu­reza: se­gundo a Cons­ti­tuição da Re­pú­blica Por­tu­guesa, o SNS é ins­tru­mento para ga­rantir o di­reito à saúde «a todos os por­tu­gueses, de forma uni­versal, geral e gra­tuita. Porém, alertou Je­ró­nimo de Sousa, des­perta «tantos ape­tites», ou não mo­vi­men­tasse anu­al­mente qual­quer coisa como 20 mil mi­lhões de euros.

Também nesta área, re­cordou, foi pos­sível avançar por acção das forças da CDU: re­dução de taxas mo­de­ra­doras e custos com me­di­ca­mentos; novas va­cinas no Plano Na­ci­onal de Va­ci­nação; con­tra­tação de mais mé­dicos e en­fer­meiros; cri­ação do La­bo­ra­tório Na­ci­onal do Me­di­ca­mento; re­versão de par­ce­rias pú­blico-pri­vadas; es­ta­be­le­ci­mento de com­pro­missos vi­sando a cons­trução de hos­pi­tais e cen­tros de saúde e aqui­sição de equi­pa­mentos es­sen­ciais. Mas tal como nou­tras áreas, «não só foi di­fícil con­quistar estes com­pro­missos» como vá­rios «não che­garam a ser con­cre­ti­zados ou foram-no de forma muito in­su­fi­ci­ente».

Para salvar o SNS, e ao con­trário do que su­cedeu nos úl­timos anos, é fun­da­mental desde logo con­tratar os pro­fis­si­o­nais em falta e ga­rantir-lhes as con­di­ções ne­ces­sá­rias à sua fi­xação. Só assim se pode ga­rantir mé­dicos e en­fer­meiros de fa­mília a toda a po­pu­lação, re­a­lizar as con­sultas e ci­rur­gias ne­ces­sá­rias e vi­giar as do­enças cró­nicas.

 

Em­penho e mo­bi­li­zação em Pal­mela

para mais votos na força de­ci­siva

No Ci­ne­te­atro São João, es­paço nobre de Pal­mela, Je­ró­nimo de Sousa par­ti­cipou, sá­bado à noite, numa sessão onde foi sa­li­en­tada a im­por­tância de con­se­guir mais votos e mais de­pu­tados para a CDU, no dia 30 de Ja­neiro.

O man­da­tário dis­trital da co­li­gação PCP-PEV, Adilo Costa, que di­rigiu os tra­ba­lhos, co­meçou por dar a pa­lavra a Álvaro Amaro, pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal e membro da Co­missão Con­ce­lhia do PCP. «Em Pal­mela, sabem como é im­por­tan­tís­simo eleger de­pu­tados como os que estão na nossa lista», afirmou, lem­brando pro­postas e po­si­ções mais re­centes.

Para José Luís Fer­reira, da Co­missão Exe­cu­tiva do Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes» e can­di­dato da CDU no dis­trito de Se­túbal, é ne­ces­sário um forte em­penho no es­cla­re­ci­mento e na mo­bi­li­zação para o voto, já que «há muita con­fusão e muitos en­ganos», mo­tivo para «re­vi­sitar os factos».

Paula Santos, de­pu­tada e di­ri­gente do PCP, que en­ca­beça a lista da CDU, re­alçou que esta«dis­tingue-se das de­mais forças po­lí­ticas». A CDU «as­sume com cla­reza o com­pro­misso de de­fender os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e da po­pu­lação» e é «a única força que propõe uma es­tra­tégia de de­sen­vol­vi­mento in­te­grado para o dis­trito de Se­túbal».

Re­fe­rindo vá­rios pro­blemas que me­re­ceram in­ter­venção dos de­pu­tados co­mu­nistas e eco­lo­gistas, Paula Santos enu­merou vá­rias pro­postas pelas quais as forças da CDU se têm ba­tido e que in­te­gram agora o seu com­pro­misso elei­toral.

 

Ne­ces­sário in­ves­ti­mento pú­blico

em Grân­dola e no Li­toral Alen­te­jano

Na sessão em que Je­ró­nimo de Sousa par­ti­cipou, sá­bado à tarde, no Ci­ne­te­atro Gran­do­lense, foram abor­dados os pro­blemas mais sen­tidos no con­celho de Grân­dola e no Li­toral Alen­te­jano, des­ta­cando-se a falta de in­ves­ti­mento pú­blico, es­pe­ci­al­mente na Saúde.

Esta questão foi re­al­çada logo na breve in­ter­venção in­tro­du­tória de Su­sana Es­pada, can­di­data da CDU, que di­rigiu a ini­ci­a­tiva, e foi re­to­mada por Paula Santos. A de­pu­tada e pri­meira can­di­data na lista da co­li­gação PCP-PEV pelo dis­trito de Se­túbal sa­li­entou que estas forças po­lí­ticas, têm de­nun­ciado os pro­blemas e apre­sentam so­lu­ções, no quadro de um plano de de­sen­vol­vi­mento in­te­grado para o dis­trito de Se­túbal e o Li­toral Alen­te­jano, con­tem­plando a área de Sines.

 

Casa cheia em Sintra para re­forçar quem me­rece

O au­di­tório do Centro Cul­tural Olga Ca­daval, em Sintra, en­cheu-se na tarde de do­mingo para a sessão pú­blica da CDU, em que par­ti­ci­param Je­ró­nimo de Sousa, Ma­riana Silva e João Ge­raldes (em re­pre­sen­tação do PCP, do PEV e da ID). Entre os pre­sentes, vindos das vá­rias fre­gue­sias da­quele que é um dos mais po­pu­losos con­ce­lhos do País e de al­guns dos mu­ni­cí­pios vi­zi­nhos, al­guns se­gu­ravam car­tazes com rei­vin­di­ca­ções cen­trais da co­li­gação: me­lhores sa­lá­rios, di­reito à ha­bi­tação, cre­ches gra­tuitas, salvar o SNS, me­lhores ser­viços pú­blicos.

In­ter­vindo antes de Je­ró­nimo de Sousa, a ac­tual de­pu­tada e can­di­data pelo cír­culo elei­toral de Lisboa, Ma­riana Silva, lem­brou o per­curso de quase 40 anos do seu par­tido, o Par­tido Eco­lo­gista «Os Verdes», em de­fesa do am­bi­ente, da pro­dução na­ci­onal, da jus­tiça so­cial. Muitas das ques­tões am­bi­en­tais que surgem hoje nos pro­gramas ou pelos menos nas boas in­ten­ções de muitas forças po­lí­ticas foram, du­rante anos, as­su­midas pelo PEV, quase so­zinho, re­cordou.

Já para o pre­si­dente da ID, João Ge­raldes, «quanto mais amplo e ex­pres­sivo em nú­mero de votos e de man­datos» for o re­sul­tado da CDU «me­lhor ser­virá os an­seios e in­te­resses le­gí­timos dos tra­ba­lha­dores e do povo por­tu­guês». Se os avanços al­can­çados se de­veram à «maior ca­pa­ci­dade e in­fluência da CDU», o que se impõe é a con­cre­ti­zação de uma po­lí­tica de es­querda. Que, re­alçou o também can­di­dato, «só pode ser as­se­gu­rada por forças po­lí­ticas de es­querda».