Votar por mudança e aumento «robusto»

Pe­rante a su­bida dos preços e o crescimento da po­breza, a CGTP-IN exigiu um «ro­busto au­mento de sa­lá­rios» e de­fendeu que o voto dos tra­ba­lha­dores deve servir para al­terar op­ções e po­lí­ticas.

Os tra­ba­lha­dores têm, nas elei­ções, o poder de eleger de­pu­tados

A con­fe­de­ração co­mentou os dados sobre in­flação, di­vul­gados pelo INE no dia 3, e des­tacou que «os preços su­biram 2,8 por cento, entre De­zembro de 2020 e De­zembro de 2021, ace­le­rando face aos meses an­te­ri­ores». A CGTP-IN notou ainda que «o au­mento foi es­pe­ci­al­mente acen­tuado nos pro­dutos ener­gé­ticos (mais 11,2 por cento) e nos pro­dutos ali­men­tares não trans­for­mados (mais 3,2 por cento)».

A si­tu­ação de tra­ba­lha­dores, pen­si­o­nistas e suas fa­mí­lias agrava-se com «novas su­bidas pro­gra­madas e que se farão sentir já em Ja­neiro». A CGTP-IN lem­brou que «a elec­tri­ci­dade, o gás, as te­le­co­mu­ni­ca­ções, os trans­portes e as por­ta­gens, a ali­men­tação (pão, hor­ta­liças, peixe, carne, azeite, etc.), roupa ou se­guros têm au­mentos anun­ci­ados pelas grandes em­presas pri­vadas que do­minam a mai­oria destes sec­tores».

Entre ou­tros fac­tores que afectam o custo de vida, a In­ter­sin­dical re­alçou a ha­bi­tação. O INE de­tectou au­mentos ho­mó­logos das rendas (7,4 por cento nos novos con­tratos) e na aqui­sição de casa pró­pria (9,9 por cento), no ter­ceiro tri­mestre de 2021.

A ex­pansão da po­breza e da ex­clusão so­cial (de­tec­tada no Inqué­rito do INE às Con­di­ções de Vida, re­a­li­zado em 2021, sobre ren­di­mentos do ano an­te­rior) é, para a CGTP-IN re­flexo do «cres­cente des­fa­sa­mento entre a evo­lução dos ren­di­mentos, par­ti­cu­lar­mente dos sa­lá­rios e das pen­sões, e o au­mento do custo de vida».

A Inter re­feriu, a pro­pó­sito, que, «no es­paço de um ano, a po­breza afectou mais 230 mil pes­soas» e «a po­pu­lação pobre ou em ex­clusão so­cial ul­tra­passa os 2,3 mi­lhões», ocor­rendo «uma de­gra­dação na ge­ne­ra­li­dade dos in­di­ca­dores». «Os efeitos es­ten­deram-se às prin­ci­pais ca­te­go­rias da po­pu­lação, em­bora com maior se­ve­ri­dade em re­lação a grupos so­ciais es­pe­cí­ficos, como os de­sem­pre­gados e os re­for­mados», mas «entre quem tra­balha, a po­breza também au­mentou».

 

O que faz falta

Sem ex­cluir a ne­ces­si­dade de me­didas ime­di­atas, a In­ter­sin­dical su­bli­nhou que, neste con­texto, «ga­nham ainda maior pre­mência» as suas rei­vin­di­ca­ções, em par­ti­cular «a ur­gência do au­mento geral dos sa­lá­rios de todos os tra­ba­lha­dores, in­cluindo um maior au­mento do sa­lário mí­nimo na­ci­onal e também das pen­sões». Aqui se ins­crevem ainda o com­bate à pre­ca­ri­e­dade e um au­mento da pro­tecção no de­sem­prego e de ou­tras pres­ta­ções so­ciais.

A CGTP-IN con­si­dera «fun­da­mental» exigir, com o voto, «al­te­ração das op­ções e das po­lí­ticas que ins­ti­tuíram este mo­delo» e «efec­tiva res­posta aos pro­blemas e in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do País».

Os tra­ba­lha­dores «têm o poder de eleger de­pu­tados que ga­rantam essa res­posta e que, com a sua acção e in­ter­venção, dêem ex­pressão à luta de­sen­vol­vida, nas em­presas e lo­cais de tra­balho, pela ele­vação das con­di­ções de tra­balho e de vida», con­clui a cen­tral.

 



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