O reforço da CDU vai ser decisivo

«O reforço da CDU no dia 30 de Janeiro é indispensável, para que a alternativa não seja entre a política de direita praticada pelo PSD e a política de direita executada pelo PS», sublinhou João Ferreira, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP e candidato, no comício que encheu o Fórum Lisboa, na noite do passado sábado, dia 15.

A maioria absoluta do PS vai sempre dar à política de direita

Na intervenção que encerrou a iniciativa, João Ferreira alertou que «o resultado da CDU é determinante para derrotar a direita e para impedir a maioria absoluta do PS, que vai sempre dar à política de direita, como também para entravar os arranjos entre os dois, que agora se começam a desenhar e a projectar».

Lembrou, a propósito, o que significou a «solução à Guterres»: «Orçamentos viabilizados pelo PSD, uma revisão constitucional feita com o PSD, privatização de várias empresas públicas estratégicas, liberalização dos contratos de trabalho a tempo parcial, um impulso ao negócio da saúde privada, entre outras medidas – é esta a solução com que agora acenam!».

João Ferreira, que é também vereador da Câmara Municipal de Lisboa, desmentiu afirmações públicas do primeiro-ministro e líder do PS. O dirigente comunista contrapôs que, «mesmo em Lisboa, quando António Costa e o PS tiveram maioria absoluta, o governo da cidade fugiu para a convergência com o PSD», único partido com quem foi negociado o Plano Director Municipal e também o único que votou com o PS para o aprovar. «Sabemos hoje, pelo PDM que temos, o quanto ele contribuiu para alimentar a especulação imobiliária, para prejudicar as famílias e para favorecer o negócio dos promotores imobiliários», acusou João Ferreira.

Ao frisar que «há coisas a que só a CDU dá a centralidade que merecem», como o aumento geral dos salários e também das reformas e pensões, voltou a corrigir o Secretário-geral e candidato do PS: «Não foi a não aprovação da proposta de Orçamento do Estado que adiou o aumento extraordinário de pensões, foi antes o cálculo eleitoralista do PS, sempre a pensar nas eleições, em vez de pensar nas soluções».

Tema em destaque, a concretização do direito à habitação foi também indicada como um forte motivo para reforçar a CDU nestas eleições.

Notando que «o que sobra em discursos falta em medidas», João Ferreira rejeitou que a habitação possa ser «um activo para compor carteiras de fundos de investimento ou usar em negócios especulativos». Como «um direito essencial à vida humana e à vida em sociedade», «precisa de uma política que o ponha no topo das prioridades».

Nesta área, PS e PSD não se têm distinguido. Ambos «continuam a recusar a revogação da injusta lei do arrendamento» e, «ainda há menos de dois meses, juntaram-se para chumbar medidas básicas de defesa dos inquilinos, propostas pelo PCP na AR, dirigidas à protecção dos contratos mais antigos e dos habitantes mais idosos». Neste caso, «nem sequer aceitaram prorrogar o regime excepcional que vigorou desde Março de 2020».

«É a CDU que está em condições de defender uma política para a habitação conforme a nossa Constituição prevê», em três linhas: uma lei de arrendamento justa e equilibrada, uma adequada política de solos e de combate à especulação imobiliária e um forte investimento na habitação pública.

 

Força a crescer

Maria Antónia Mendes, profissional da música e da saúde e candidata da CDU, que apresentou o comício – começando por chamar Sebastião Antunes, para uma breve mas potentes actuação, com voz, guitarra e adufe –, disse que «esta sala cheia é a demonstração de que o resultado que estamos a construir está a crescer todos os dias».

A ideia, perante uma plateia atenta e activa, foi compartilhada por todos os oradores.

A acção da CDU nesta campanha eleitoral «tem sido uma luta contra a resignação, contra a manipulação da bipolarização», afirmou Alma Rivera, do Comité Central do PCP, deputada e candidata. Esta é «uma luta a bem da esperança, que transformamos em energia para aquela que é a mais decisiva de todas as batalhas: a luta do dia-a-dia».

Para Mariana Silva, da Comissão Executiva do PEV, deputada e candidata, registando que quase todos os partidos falam agora da protecção do ambiente, perguntou onde estiveram antes.

Recordou que, até 2015, «quando, por iniciativa da CDU, se debateu a mais importante medida dos últimos anos para a protecção do ambiente (a redução do preço do passe social intermodal e o alargamento da sua abrangência)», «PS e PSD estiveram lado a lado a adiar essa medida, votando contra as propostas que apresentávamos com persistência».

Depois das eleições de 2015, «o PSD continuou a negar esse avanço e o PS foi obrigado a dar esse passo», mas «resistiu, não quis ir tão longe quanto seria possível e, depois, procurou arrastar a sua aplicação, não assumiu os investimentos que seriam necessários».

 



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