Me­didas ur­gentes para de­fender o SNS

Do­mingo, em Se­túbal, du­rante um co­mício no Au­di­tório Bo­cage, da Junta de Fre­guesia de São Se­bas­tião, «api­nhado» de força e con­fi­ança, João Fer­reira, da Co­missão Po­lí­tica do Co­mité Cen­tral do PCP, anun­ciou que mais 180 mé­dicos e mais 300 en­fer­meiros de­cla­raram o seu apoio à CDU. «Não é por acaso que tantos pro­fis­si­o­nais da saúde apoiam a CDU. É que a saúde tem es­tado no centro das nossas pri­o­ri­dades», des­tacou o di­ri­gente co­mu­nista, que exigiu «me­didas ur­gentes» para de­fender o Ser­viço Na­ci­onal de Saúde, já pro­postas para serem in­cluídas no an­te­rior Or­ça­mento do Es­tado (OE) pelas forças que com­põem a CDU, mas que o Go­verno do PS re­jeitou, «porque es­tava a pensar nas elei­ções e não em so­lu­ções para o SNS». Acusou por isso o pri­meiro-mi­nistro, An­tónio Costa, de «ir­res­pon­sa­bi­li­dade» quando pôs «o cal­culo elei­toral do PS à frente das so­lu­ções que se im­pu­nham», con­ti­nu­ando a «re­cusar essas so­lu­ções», cuja con­cre­ti­zação de­pende «do re­forço da CDU nestas elei­ções».

Pro­postas

Pe­rante aquela pla­teia e fa­lando para todos os por­tu­gueses, João Fer­reira as­se­gurou que a CDU «tem res­posta» para os pro­blemas que sub­sistem, sendo «de­ci­sivo» criar con­di­ções para «fixar e atrair» pro­fis­si­o­nais para o SNS, ga­ran­tindo-lhes «con­di­ções de tra­balho que hoje não têm».
Ma­jo­ração em 50 por cento da re­mu­ne­ração base e de 25 por cento na con­tagem do tempo para a pro­gressão na car­reira, dos mé­dicos e en­fer­meiros que, de forma vo­lun­tária, aceitem tra­ba­lhar em ex­clu­si­vi­dade para o SNS, e apoiar a fi­xação de pro­fis­si­o­nais em zonas ca­ren­ci­adas, através do au­mento da re­mu­ne­ração base e da con­tagem do tempo para a car­reira, bem como de um apoio para as des­pesas de ha­bi­tação, foram me­didas avan­çadas na­quele co­mício.
Re­cla­maram-se, igual­mente, me­didas de con­tra­tação, ga­rantia e va­lo­ri­zação de car­reiras dos mé­dicos, dos en­fer­meiros, téc­nicos de di­ag­nós­tico e te­ra­pêu­tica e téc­nicos su­pe­ri­ores de saúde, mas também a re­cu­pe­ração e va­lo­ri­zação das car­reiras e dig­ni­fi­cação das pro­fis­sões dos au­xi­li­ares da acção mé­dica e as­sis­tentes téc­nicos.
«Exi­gimos que se ponha fim à pre­ca­ri­e­dade dos con­tratos a prazo, da con­tra­tação por em­presas de tra­balho tem­po­rário, que são hoje os vín­culos de mi­lhares de pro­fis­si­o­nais que as­se­guram de forma per­ma­nente o fun­ci­o­na­mento de muitos ser­viços de saúde», acres­centou o di­ri­gente co­mu­nista.
Antes, André Mar­tins, pre­si­dente da Câ­mara Mu­ni­cipal de Se­túbal, abordou as di­fi­cul­dades sen­tidas no Centro Hos­pi­talar de Se­túbal (CHS), que in­tegra o Hos­pital de São Ber­nardo e o Hos­pital Or­to­pé­dico do Outão.
A este pro­pó­sito, an­te­ontem, 18, os mu­ni­cí­pios de Pal­mela, Se­simbra e Se­túbal, da área de in­flu­ência do CHS, pro­mo­veram uma vi­gília para exigir o re­forço de meios dadas as di­fi­cul­dades na res­posta à po­pu­lação. A re­clas­si­fi­cação do Hos­pital de São Ber­nardo, por forma a passar a ser fi­nan­ciado como uma uni­dade mul­ti­dis­ci­plinar e não como um hos­pital dis­trital, o re­forço da con­tra­tação de mé­dicos de fa­mília, en­fer­meiros e ou­tros pro­fis­si­o­nais foram al­guns dos ob­jec­tivos da acção.

 

Re­forçar a CDU

Paula Santos, de­pu­tada do PCP na As­sem­bleia da Re­pú­blica e pri­meira can­di­data pelo cír­culo elei­toral de Se­túbal, pediu o re­forço da vo­tação na CDU para, com mais votos e mais de­pu­tados, de­sen­volver a Pe­nín­sula de Se­túbal e o Li­toral Alen­te­jano. Lançar um pro­grama de re-in­dus­tri­a­li­zação do dis­trito; alargar a rede pú­blica de edu­cação pré-es­colar, ga­ran­tindo vagas a todas as cri­anças a partir dos 3 anos; cons­trução do Hos­pital do Seixal e de um novo Hos­pital Mon­tijo-Al­co­chete; ins­talar no Hos­pital do Li­toral Alen­te­jano todas as va­lên­cias para que foi pro­jec­tado, de­sig­na­da­mente da Ma­ter­ni­dade; re­qua­li­ficar o parque es­colar do dis­trito; fixar a pro­gres­siva gra­tui­ti­dade dos trans­portes pú­blicos, a co­meçar pela gra­tui­ti­dade até aos 18 anos em 2022; re­verter a pri­va­ti­zação da Amarsul, são al­gumas das pro­postas para o dis­trito.
«A CDU é a força po­lí­tica que se dis­tingue de todas as ou­tras no nosso dis­trito», sendo a «única que as­sume o com­pro­misso de de­fender os in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e das po­pu­la­ções e o de­sen­vol­vi­mento da nossa re­gião», co­lo­cando como «pri­o­ri­dade o de­sen­vol­vi­mento re­gi­onal, o in­ves­ti­mento pú­blico, o au­mento da ca­pa­ci­dade pro­du­tiva, a me­lhoria das aces­si­bi­li­dades e mo­bi­li­dade, o re­forço dos ser­viços pú­blicos, a ele­vação das con­di­ções de vida dos tra­ba­lha­dores, dos re­for­mados, das mu­lheres, dos jo­vens, dos agri­cul­tores, dos pes­ca­dores, dos micro, pe­quenos e mé­dios em­pre­sá­rios», sa­li­entou Paula Santos.
Também Hélio Be­xiga, da As­so­ci­ação In­ter­venção De­mo­crá­tica, apelou ao voto na CDU nas pró­ximas elei­ções, «mais uma ba­talha in­se­rida na grande luta em prol dos grandes ideias hu­manos da li­ber­dade, da de­mo­cracia, do bem-estar para o povo e os tra­ba­lha­dores, enfim, por um mundo me­lhor».
Entre muitos ou­tros, es­ti­veram pre­sentes José Luís Fer­reira, can­di­dato e de­pu­tado do PEV na AR, Ar­mindo Mi­randa, da Co­missão Po­lí­tica do PCP, e José Ca­pucho, do Se­cre­ta­riado do PCP.

 



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