Entre a escalada e as negociações

Duas semanas após o começo da intervenção militar da Rússia na Ucrânia, a guerra continua em diversas frentes. Hoje têm lugar na Turquia conversações de alto nível entre os dois países.

Juventude Comunista Portuguesa exige a libertação de dois jovens comunistas ucranianos

Os chefes da diplomacia russa e ucraniana, Sergi Lavrov e Dmytro Kuleba, encontram-se hoje na Turquia, naquelas que são as primeiras conversações de alto nível entre os dois países desde o início da intervenção militar da Rússia, no passado dia 24. O homólogo turco, Mevlut Cavusoglu, também deverá participar.

No domingo, 6, numa conversa telefónica entre Vladimir Putin e o presidente turco Racep Erdogan, este último propôs um trabalho conjunto para abrir o caminho até à paz na Ucrânia. Defendeu uma solução política para o conflito e manifestou a disposição de Ancara para contribuir para uma solução pacífica do problema, o mais cedo possível.

Putin, por seu lado, sublinhou a inutilidade de qualquer tentativa de atrasar o processo de negociações, que, garante, têm sido utilizadas pelas forças da Ucrânia para reagrupar as suas tropas e meios.

O chefe de Estado russo manifestou disponibilidade para um diálogo com as autoridades ucranianas e com parceiros estrangeiros para resolver o conflito.

Jovens comunistas

em perigo de vida

Segundo informações tornadas públicas, o primeiro secretário da União da Juventude Comunista Leninista da Ucrânia, Mikhail Kononovich, e o seu irmão, Aleksander Kononovich, terão sido detidos pelos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU) e correm sério risco de vida.

A Juventude Comunista Portuguesa e a Federação Mundial da Juventude Democrática (FMJD) «denunciam este hediondo acto, exigem a garantia da defesa da integridade física dos dois dirigentes juvenis e apelam à juventude e aos povos do mundo para denunciar esta criminosa detenção e exigir a sua liberdade».

A JCP realça que «o caminho da paz, que a juventude e os povos do mundo reclamam, não se faz com o corte de direitos fundamentais nem com mais armas, violência e destruição». E afirma que «desde o golpe de Estado de 2014, o regime ucraniano, instrumentalizado pelos EUA, NATO e UE para a sua estratégia de confrontação, integrou e armou grupos fascistas».

A União da Juventude Comunista Leninista da Ucrânia é, tal como a JCP, membro da FMJD e uma organização comprometida com a luta anti-imperialista, pela justiça e o progresso sociais, pela solidariedade, a amizade e cooperação entre os povos, pela paz – destaca uma nota da JCP, datada de 7 de Março.

Os jovens comunistas portugueses conhecem através da história e vida do PCP, que no dia 6 comemorou 101 anos, «a dureza de ser perseguido e sofrer as mais violentas privações por simplesmente lutar por um mundo mais justo, de paz, livre da exploração e a opressão».

A juventude ucraniana e em particular os jovens comunistas ucranianos, que viram o Partido Comunista da Ucrânia ser alvo de um processo de ilegalização em 2015, «podem contar com a profunda solidariedade da JCP e dos jovens comunistas portugueses», assegura a nota da JCP, que exige a liberdade de Mikhail e Aleksander Kononovich, defende a paz e rejeita a guerra.

 

 



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