Com aumento dos preços e dos lucros sobe a exigência de salários melhores

Na cons­trução, ce­râ­mica e vidro, nos trans­portes pri­vados ro­do­viá­rios de pas­sa­geiros, na Carris e na EDP, os tra­ba­lha­dores e os sin­di­catos da CGTP-IN per­sistem na rei­vin­di­cação de au­mentos sa­la­riais.

Unidos e de­ter­mi­nados na luta, tra­ba­lha­dores al­cançam avanços

«É hora de unir es­forços e von­tades pelo au­mento dos sa­lá­rios, a me­lhoria dos di­reitos e a de­fesa da nossa dig­ni­dade», apela a Fe­de­ração dos Sin­di­catos da Cons­trução, Ce­râ­mica e Vidro (Fe­viccom), num co­mu­ni­cado de dia 11, a sa­li­entar a ne­ces­si­dade de au­mentos sa­la­riais.

«O tempo passa, com a eco­nomia a crescer, os lu­cros dos pa­trões do sector a au­mentar e os nossos sa­lá­rios a de­fi­nhar», pro­testa a es­tru­tura sec­to­rial da CGTP-IN, adi­an­tando que, «de­pois das des­culpas da crise e da pan­demia, as em­presas já não podem fugir a res­ponder às rei­vin­di­ca­ções para a me­lhoria das con­di­ções de vida e de tra­balho».

Para me­lhor per­ceber o que re­pre­senta a in­flação, a Fe­viccom de­safia cada um a fazer as contas, con­si­de­rando «a su­bida dos preços dos com­bus­tí­veis e da energia; da água e do gás; do peixe e da carne; dos le­gumes e da fruta; do pão e dos ce­reais; e da pre­vi­sível ele­vação dos juros, com im­pactos, no­me­a­da­mente na ha­bi­tação».

«Os sa­lá­rios têm de au­mentar», des­taca a Fe­de­ração dos Sin­di­catos de Trans­portes e Co­mu­ni­ca­ções, numa in­for­mação aos tra­ba­lha­dores sobre as ne­go­ci­a­ções no sector pri­vado ro­do­viário de pas­sa­geiros. Em­bora re­giste «al­gumas evo­lu­ções po­si­tivas» nas po­si­ções pa­tro­nais (An­trop e Transdev), a Fec­trans/​CGTP-IN con­si­dera-as «in­su­fi­ci­entes para acordo».

«Pela luta, os tra­ba­lha­dores cons­truíram as con­di­ções para a exis­tência de novas pro­postas pa­tro­nais», lembra a fe­de­ração, ape­lando «à ma­nu­tenção da mo­bi­li­zação, para novas formas de luta, caso a ne­go­ci­ação fu­tura não tenha evo­lu­ções que res­pondam às rei­vin­di­ca­ções de quem tra­balha no sector».

Em causa estão au­mentos dos sa­lá­rios, novos ní­veis de ven­ci­mento, o sub­sídio de agente único, o sub­sídio de re­feição e os ho­rá­rios de tra­balho (e in­ter­valos de des­canso).

A Fec­trans e o Sin­di­cato dos Trans­portes Ro­do­viá­rios e Ur­banos (STRUP) apelam à par­ti­ci­pação dos tra­ba­lha­dores da Carris no ple­nário geral, mar­cado para dia 22, terça-feira, às 10 horas, em Mi­ra­flores, pois este «é o mo­mento certo para fa­zermos ouvir a nossa voz».

Num co­mu­ni­cado de dia 14, são con­si­de­rados «ri­dí­culos» os 20 euros da pro­posta pa­tronal de ac­tu­a­li­zação sa­la­rial, pe­rante a su­bida da in­flação, que «ten­derá a agravar-se». A ad­mi­nis­tração é cri­ti­cada por ter aban­do­nado a mesa de ne­go­ci­a­ções, o que já tinha le­vado a Fec­trans e o STRUP a re­cla­marem a in­ter­venção da Câ­mara Mu­ni­cipal de Lisboa, en­quanto ac­ci­o­nista.

A ad­mi­nis­tração do Grupo EDP pre­para-se para atri­buir 750 mi­lhões de euros aos ac­ci­o­nistas, acima dos lu­cros, e para pagar mais dois mi­lhões de euros ao ex-pre­si­dente, An­tónio Mexia, para nada fazer, mas apenas conta com 0,6 por cento para va­lo­rizar o es­forço dos tra­ba­lha­dores – de­nun­ciou a Fi­e­qui­metal/​CGTP-IN, no dia 9, con­si­de­rando esta si­tu­ação como «um es­cân­dalo».

Numa in­for­mação aos tra­ba­lha­dores, a Fe­de­ração In­ter­sin­dical das In­dús­trias Me­ta­lúr­gicas, Quí­micas, Eléc­tricas, Far­ma­cêu­tica, Ce­lu­lose, Papel, Grá­fica, Im­prensa, Energia e Minas re­velou os termos de «uma nova pro­posta para acordo» e acusou a ad­mi­nis­tração de «andar a re­ga­tear, na mesa ne­go­cial, a va­lo­ri­zação dos sa­lá­rios, car­reiras, re­gime de dis­po­ni­bi­li­dade e con­di­ções de acesso à pré-re­forma».

 



Mais artigos de: Trabalhadores

Interjovem destaca razões para sair à rua no dia 31

Aumento dos salários, redução do horário de trabalho e fim da precariedade de emprego são reivindicações a que a Interjovem/CGTP-IN dá relevo, na mobilização para a manifestação nacional da juventude trabalhadora, marcada para 31 de Março, às 15 horas, em Lisboa (Campo das Cebolas) e no Porto (Campo 24 de Agosto). Num...

Grandes grupos apoiados

Empresas e grupos económicos que acumulam milhões de euros de lucros estão a aproveitar-se da chamada compensação pelo aumento do valor do salário mínimo nacional (SMN) – alertou anteontem a CGTP-IN. Reagindo à listagem das subvenções e benefícios públicos, relativa a 2021, divulgada na semana passada pela...

12.º Congresso da US Coimbra

No dia 11, sexta-feira, na sala D. Afonso Henriques do Convento de São Francisco, realizou-se o 12.º Congresso da União dos Sindicatos de Coimbra, sob o lema «Desenvolver o distrito: emprego, salários, direitos, protecção social e serviços públicos – Intervir, lutar, valorizar os trabalhadores». A secretária-geral da...

Greve na Huber Tricot

No dia 11, sexta-feira, as trabalhadoras da Huber Tricot, fábrica de confecção de roupa interior, em Santa Maria da Feira, pertencente a uma multinacional com sede na Áustria, fizeram greve e concentraram-se no exterior das instalações. Uma delegação do PCP esteve junto das trabalhadoras,...

Luta dos conserveiros evocada em Setúbal

Para evocar a luta dos operários conserveiros e os acontecimentos de 13 de Março de 1911 na capital sadina, a União dos Sindicatos de Setúbal e a URAP realizaram um acto público, no passado domingo, de manhã, no Largo da Fonte Nova. Nessa data, há 111 anos, trabalhadores conserveiros que...